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Dilma faz de Patrus o seu Fernando Haddad

Como Lula fez com o candidato petista à prefeitura paulistana, presidenta da República participa diretamente das articulações que levaram o PT a romper com o PSB em Belo Horizonte, sua terra natal. A última jogada é levar o marqueteiro João Santana para a campanha

Dilma faz de Patrus o seu Fernando Haddad (Foto: Edição/247)
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Minas 247 - O candidato petista à Prefeitura de Belo Horizonte, o ex-ministro Patrus Ananias, tem um cabo eleitoral de luxo em sua campanha. A presidenta Dilma Rousseff entrou de cabeça nas articulações a favor do seu candidato na cidade onde nasceu. Veio de Dilma a ordem de jogar peso no lançamento de Patrus, de quem foi colega no ministério de Lula. Partiu dela também a orientação para romper o diálogo com o PSB do prefeito Marcio Lacerda - que tenta a reeleição -, depois que os socialistas decidiram não atender às exigências do PT e optaram por ceder aos pleitos do senador Aécio Neves (PSDB). Dilma fez da candidatura de Patrus o que Lula fez com a de Fernando Haddad em São Paulo. No pleito paulistano, a prioridade é derrotar José Serra, eterno pré-candidato dos tucanos à presidência; na capital mineira, vencer Lacerda significa, para Dilma e o PT, superar Aécio Neves, no momento o mais provável adversário do partido em 2014.

Dilma sabe que a eleição na capital mineira se tornou um jogo de tudo ou nada, ou quase isso. Se vencer em BH com Patrus, terá imposto a Aécio uma derrota da qual ele dificilmente se recuperará. Ou, pelo menos, não tempo de ser um candidato forte à presidência em 2014, contra a própria Dilma. Se o PT perder, por outro lado, ficará de fora da prefeitura belo-horizontina pela primeira vez em 20 anos e fortalecerá muito a candidatura de Aécio.

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Não foi à toa, portanto, que partiu da presidenta o toque final para convencer o candidato do PMDB à PBH, Leonardo Quintão, a desistir e apoiar Patrus. Dilma ligou no fim da noite para Quintão e prometeu a Michel Temer (seu vice e liderança nacional peemedebista) um novo ministério para a legenda. Também chamou para uma conversa o fundador e presidente nacional do PSD, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Kassab fez a parte combinada com Dilma e enquadrou o diretório municipal do seu partido em BH, mas não conseguiu impedir o racha local: atualmente, o PSD apoia os dois principais candidatos, e a questão só será resolvida na Justiça.

A última jogada de Dilma foi convencer o publicitário João Santana a participar da campanha de Patrus. Santana, que foi o marqueteiro da campanha de Dilma em 2010, seria o nome ideal para dar o tom “político” que o PT quer dar à campanha na capital de Minas. A ideia é identificar Lacerda com as forças conservadoras; e Patrus com a “esquerda”. Parte-se da premissa de que o eleitor belo-horizontino pertence, na média, à classe média progressista, mais inclinada a votar na chamada “esquerda”. O voto na última eleição, quando Marina Silva (PV) venceu o primeiro turno, é identificado pelos marqueteiros do PT como sinal disso.

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Há outros dois motivos que levaram Dilma a encarar de frente a eleição em BH. Ela quer impor uma derrota ao “aliado” Eduardo Campos, governador de Pernambuco e maior liderança do PSB. Dilma não engoliu ainda o que fizeram os socialistas em Recife, onde o PT nacional interveio para lançar o senador Humberto Costa candidato - atendendo também a um pedido de Campos, que não queria a reeleição do petista João da Costa (eleito na convenção municipal) - mas, ainda assim, terão como adversário principal um candidato do PSB (Geraldo Júlio).

Além disso, há o fator Fernando Pimentel. Amiga de longa data do seu ministro do Desenvolvimento, Dilma sabe que uma derrota em Belo Horizonte será imputada, em maior escala, a Pimentel. Ele foi o idealizador e grande defensor da aliança que pôs Lacerda na prefeitura da capital mineira. Não é à toa que o ministro, embora desgastado pelo rompimento, reassumiu a campanha no PT e fez as “pazes” com Patrus. A ordem agora é marchar unido pela eleição do ex-ministro de Lula. E é uma ordem da presidenta Dilma, o que não é pouca coisa...

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