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Do altar de Minas, Aécio inicia "maratona" nacional

Senador cumpre tradição do avô Tancredo Neves e lidera na Sexta-feira da Paixão procissão do Enterro, em São João Del Rey, berço político da família; Aécio já escalou todos os degraus para se tornar presidente do PSDB e garante alta popularidade em Minas, segundo maior colégio eleitoral do País; governador Anastasia gostaria de vê-lo como candidato a sua sucessão, mas não há pressa; se houver espinhos na caminhada presidencial, tucano tem ninho seguro para mudar planos e voltar a tempo; "Tem muita gente apressada", critica Aécio; "Mas eleição não é corrida de cem metros, é maratona"; para ele, governo Dilma "privilegia a propaganda oficial"

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247 _ Como seu avô Tancredo fazia todos os anos na Semana Santa, o senador Aécio Neves liderou na noite da sexta-feira 29, no berço político de sua família, em São João Del Rey, a Procissão do Enterro do Senhor, em luto por Jesus Cristo. Ele foi o primeiro a subir os degraus da igreja da cidade, levando consigo um símbolo do cortejo. Uma multidão de 40 mil pessoas participou da procissão.

As fotos do ato religioso em São João del Rey são um retrato bastante nítido da situação de Aécio em Minas. Efetivamente, ele tem atrás de si uma retaguarda popular no Estado superior à dos adversários do PT. Com a vantagem, ainda, de ter com o governador Antonio Anastasia sua relação política de maior confiança. Em algumas conversas reservadas, Anastasia revela que gostaria de ter o senador e seu antecessor como candidato ao governo do Estado em 2014. Ele já exerceu seu direito à reeleição. "Aécio seria sem dúvida nosso candidato mais forte, mas ele está encantado com a chance de concorrer a presidente e ganhar", tem avaliado o governador, num misto de resignação e respeito pela decisão do senador. No tempo em que está colocada, porém, a 19 meses das eleições do próximo ano, a reflexão pode não ser uma profecia.

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Ninguém melhor do que o próprio Aécio conhece suas forças. Ele será um agressivo presidente do PSDB, com fatos e números na ponta da língua para ocupar a mídia, usando a visibilidade do novo cargo, e atacar diretamente a presidente Dilma, pontos fracos específicos da gestão e não apenas o governo de maneira geral. Ao mesmo tempo, usará suas habilidades de negociador para ir costurando os rasgos que já se abrem entre os tucanos.

DESAFIOS NOS ESTADOS PARA UM CONCILIADOR - O prefeito de Manaus, Artur Virgílio, publicamente já ameaçou deixar o partido caso a legenda se mantenha em silêncio sobre as cargas lançadas pelo governador paulista Geraldo Alckmin contra a zona franca de Manaus. Uma questão difícil para Aécio, mas que ele não teme enfrentar. Em seus discursos pela unidade do PSDB, o senador faz questão de citar Virgílio como uma das maiores lideranças do partido. Por outro lado, acaba de ganhar o apoio de Alckmin para liderar o PSDB.

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Mesmo em São Paulo, apesar de poder contar genuinamente com a militância do PSDB praticamente em todo o Estado, devido ao enorme descontentamento das bases com o ex-governador José Serra, de um lado, e a liderança mais traquila e simpática exercida por Alckmin, Aécio terá, também, de interferir mais na operação para Serra não deixar o partido. Eles têm conversado ao telefone, mas não tiveram nenhum encontro pessoal este ano. Decidido a ficar com a presidência do PSDB, que Serra almejava, Aécio não demonstra muita disposição para deixar que políticos ligados ao correligionário/adversário assumam cargos fortes na máquina partidária. A exceção pode ser o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do partido, que era só sorrisos no ato na sede do PSDB paulista que lançou Aécio para a presidência tucana. O senador Aloysio Nunes, ao contrário, demonstrava consternação.

A conciliação era o forte de seu avô, e agora o neto de Tancredo terá provas de fogo como essas e outras, de diferentes dimensões, Estado por Estado, para mostrar suas habilidades de bombeiro.

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BATER O MAIS DURO QUE PUDER _Em matéria de discurso, Aécio está pronto. Não será um incendiário, mas vai bater o mais duro que puder. Ele já sabia, quando adotou a estratégia de não assumir de imediato a candidatura presidencial, como queria em dezembro o ex-presidente Fernando Henrique, que poderia perder algum espaço para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Mas agora aposta na condição do PSDB de maior partido da oposição para recuperar terreno.

- O governo privilegia a propaganda oficial. A gestão vai mal, a infraestrutura está empacada, a inflação de alimentos passa dos 30 por cento e a safra não consegue ser escoada, disse o ex-governador aos jornalistas que o entrevistaram depois da procissão. "Hoje temos uma inflação alta e um crescimento baixíssimo".

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Depois do apoio dp PSDB de São Paulo, Aécio se prepara para a convenção nacional, em maio, de onde pretende sair aclamado e pronto para percorrer o Brasil em campanha. Sem, no entanto, se declarar candidato. "Tem muita gente apressada, achando que eleição é uma corrida de 100 metros", calcula. "Na realidade, a aleição é uma maratona".

Também é verdadeiro que Aécio tem demonstrado o timming perfeito para suas circunstâncias políticas. Ele fez uma gestão de dois mandatos no governo de Minas que foi aprovada com sua vitória ao Senado e pela eleição de Anastia. Na reeleição dele, Aécio permaneceu associado à administraçã, é o chefe inconteste do PSDB mineiro. Nem que seja a um minuto do prazo final, o senador sabe que pode se decidir por concorrer a governador novamente quando lhe convier. Tudo vai depender das condições de temperatura e pressão da economia na virada de 2013 para 2014.

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Duas previsões estão em jogo. Na do governo, o crescimento está praticamente contratado para o segundo semestre. Aécio vê, bem ao contrário, "ameças" ao regime de estabilidade e crescimento fraco daqui até a eleição. A depender do cenário, ele escolherá entre ficar atrás das montanhas de Minas ou ultrapassá-las com destino ao planalto de Brasília.

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