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“Eleição começou muito cedo. Tem que ter cuidado pra não faltar fôlego”

A declaração foi feita pelo ex-vereador Fábio Mitidieri (PSD), pré-candidato a deputado federal, e constata o óbvio da política brasileira: os políticos vivem de eleição em eleição definindo acordos, estabelecendo relações baseadas nas disputas eleitorais, desconsiderando as demandas reais da população; montagem de alianças eleitorais é legítima, mas é absurdo que se definam com tanta antecedência; isto dá a certeza de que se torna, cada vez mais, imperativo a realização de uma reforma política profunda no Brasil

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Valter Lima, do Sergipe 247 – O ex-vereador de Aracaju, Fábio Mitidieri (PSD), que é pré-candidato a deputado federal, utilizou o Twitter nesta semana para fazer um comentário um tanto enigmático: “Eleição começou muito cedo. Tem que ter cuidado para não faltar fôlego no final”. Considerando que ainda se está no mês de abril de 2013, ou seja, a 15 meses do início do período eleitoral, é, no mínimo, estranho, já se falar na disputa que, em tese, só deveria ser iniciada em julho de 2014.

É claro que não se pode ignorar o funcionamento da política brasileira, que estabelece relações muito intensas entre as eleições, que ocorrem de dois em dois anos. São os resultados de um pleito que definem, em grande medida, as bases para a disputa posterior. O que isso quer dizer? Em termos práticos, desde a eleição municipal de 2012 (quando foram escolhidos prefeitos e vereadores) que já se trabalha pela corrida estadual de 2014 (quando serão definidos governadores, deputados estaduais e federais, senadores e presidente).

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Neste sentido, o Interior do Estado é o campo, atualmente, onde a “eleição começou muito cedo”, conforme afirmação de Mitidieri. Prefeitos, vereadores e lideranças políticas são alvo dos maiores assédios. E de candidatos a todos os cargos. Há, desde já, uma disputa fratricida entre os pretensos candidatos. Acordos anteriores à disputa de 2012 (que foram montados em 2010) são desfeitos para dar corpo a outros já com vistas ao pleito de 2014. É a casualidade!

A montagem de alianças eleitorais é legítima, mas é absurdo que se definam com tanta antecedência. Isto dá a certeza de que se torna, cada vez mais, imperativo a realização de uma reforma política profunda no Brasil. No entanto, dificilmente, alcançará os resultados mais efetivos no contexto atual. Há no Congresso Nacional um sem número de projetos propondo mudanças no modo de se fazer política no país, mas a falta de consensos em torno do tema inviabiliza a reforma.

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Enquanto isso, nascem, diariamente, novos partidos, que, sem qualquer referência ideológica e sem qualquer projeto de transformação do país, são criados para abocanhar nacos do fundo partidário e para servir de massa de manobra nos acordos eleitorais. O projeto que caminhava no Congresso para dificultar o nascimento de siglas com tanta freqüência e facilidade foi barrado nesta quarta-feira (24) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

E foi suspenso após análise de um pedido de um senador do PSB, Rodrigo Rollemberg, que o fez defendendo os interesses do seu partido, que deve lançar o governador Eduardo Campos (Pernambuco) candidato a presidente. A proposta tenderia a inviabilizar a formatação da base de apoios que Campos tenta construir, além de dificultar a criação do partido Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, pré-candidata a presidente.

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Como as mentes dos políticos funcionam, invariavelmente, focadas nas disputas eleitorais, o projeto, que guarda qualidades, passou a ser visto apenas pelo ângulo do pleito de 2014: “se aprovado beneficia a presidente Dilma Rousseff (PT); se reprovado ou travado, é positivo para os candidatos da oposição”. É o que se pode chamar de limitação das funções da política. Sem deixar de pensar em eleição, os políticos brasileiros não desempenham suas funções, para as quais foram eleitos legitimamente. A luta pelos interesses reais do povo é minimizada.  

Bem acostumados a este formato, dificilmente faltará fôlego aos políticos brasileiros – e, por tabela, aos sergipanos – como previu Fábio Mitidieri em seu Twitter. Cabe, neste contexto, diante das facilitações da lei, recorrer tão somente ao voto do eleitor. Consciente, é capaz de amenizar esta situação. De cabresto, como ainda se dá no Interior do Estado, mantém vivo o processo eleitoral ininterrupto, já que não se pode esquecer que os acordos com vistas ao pleito de 2014 já vislumbram, na verdade, os palanques de 2016. É um processo sem fim. Lamentavelmente.

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