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Em busca da grande pechincha

Quem no quer comprar aes baratas que subam rapidamente e proporcionem grandes ganhos? Elas existem, mas preciso driblar muitas armadilhas para encontr-las. Aqui, as dicas para voc persegui-las com (um mnimo de) segurana

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Luciane Macedo _247 - Esteja a Bolsa de Valores operando sob a influência de ventos prósperos ou sofrendo o impacto de alguma crise, os investidores que escolhem aplicar no agitado mercado de ações sempre se perguntam onde investir com o menor risco possível e o maior retorno no mais breve tempo. Isso, é claro, todo mundo quer. Mas como reconhecer, entre as mais de 500 companhias listadas na Bolsa de Valores de São Paulo, quais, naquele determinado momento, oferecem as ações que cumprem esses requisitos, digamos, básicos?

“Achar uma grande pechincha faz parte do folclore do mercado de ações”, reconhece, bem humorado, Luiz Roberto Monteiro, operador de Renda Variável da Corretora Renascença. “Não é porque uma ação está barata que ela é uma pechincha”, completa. “Muitas vezes, preços baixos são um sinal de dificuldade de liquidez”. Para ele, só há uma maneira de o investidor descobrir o papel da sua vida: com informação.

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Com mais de 20 anos de atuação no mercado, o operador Monteiro explicou especialmente a Seu Dinheiro 247 que, em quaisquer circunstâncias, com alta, baixa ou marasmo no pregão, o investidor iniciante deve cumprir três etapas de busca de informação para ter mais segurança na escolha do papel:

1º) Observar o desempenho da empresa;

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2º) Comparar esse desempenho dentro do setor ao qual ela pertence;

3º) Cotejar o desempenho desse setor frente ao ritmo da economia do país.

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Dentro dessa lógica, que pode ser construída sobre informações veiculadas diariamente pela imprensa e sites especializados sobre o mercado de ações, fica mais fácil descobrir se vale a pena ou não investir num certo setor ou empresa. Com esta base de dados, o próprio investidor terá mais capacidade para julgar tanto as dicas de amigos como as detalhadas avaliações dos bancos de investimentos. “Nada é por acaso. É preciso saber de onde veio o preço baixo de uma ação", orienta Monteiro. "A empresa pode ter ações baratas simplesmente porque está descapitalizada. Nesse caso, um papel de 1 real acaba sendo caro”.

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Um importante fator a considerar na compra de qualquer papel é a sua liquidez. Isso significa saber se aquela ação tem trânsito no mercado e pode ser vendida com a mesma facilidade com que foi comprada. Lembre-se: há papeis que ficam dias e dias à espera de um comprador. Os chamados 'micos'. "Olhar apenas para o fator preço é uma ilusão", diz o consultor. O fluxo de caixa da companhia, o grau de endividamento e o seu patrimônio são, estes sim, alguns bons indicadores para o investidor avaliar a saúde financeira de uma empresa. E, consequentemente, poder avaliar se o papel é bom.

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Para explicar o quanto pode ser complicado achar uma boa pechincha, o operador da corretora Renascença cita as ações da construtora Rossi Residencial, que, neste momento, estão, aparentemente, baratas. "As ações da Rossi valorizaram muito com a prosperidade do setor da construção civil e o déficit habitacional", recorda Monteiro. Mas o setor como um todo também sofreu com a crise imobiliária de 2008 nos Estados Unidos. Assim, as ações da mesma Rossi Residencial que chegaram a custar R$ 20,00 no auge de seu movimento de alta, caíram para R$ 9,00 naquele período e fecharam em R$ 13,00 em 1º de setembro. "Mesmo para experts, fica difícil mensurar se este papel está barato ou caro em relação à cotação mínima, mesmo subindo 8 por cento num único dia, como aconteceu na semana passada", explica. Uma alta atingida quando o Ibovespa, índice composto pelas ações mais negociadas da Bolsa de São Paulo, subiu mais de 3% impulsionado pelo corte na taxa de juros feito pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.

O corte na Selic, de resto, é um elemento que entra para auxiliar o encontro das 'pechichas'. “Isso sinalizou ao mercado que o Banco Central, agora, está mais preocupado em estimular o crescimento do que conter a inflação”, acredita Monteiro. Nesse contexto, as boas oportunidades em ações, a partir de agora, segundo o operador, estão nos setores que vão ganhar com o crescimento da economia. "Os dois setores mais importantes que se beneficiam com a queda dos juros são os da construção civil e do varejo", assinala. Segundo o operador, "com o crédito mais barato, a expectativa de venda de imóveis aumenta e, consequentemente, as ações do setor da construção civil também tendem a se valorizar".

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Também é recomendável que o investidor avalie com critério as altas súbitas e seja cauteloso com os chamados papéis especulativos. "É o caso da Mundial, que chegou a custar R$ 0,50 e foi para R$ 3,00", explica Monteiro. "Mas foi uma valorização sem fundamento, a empresa não tinha condições de estar naquele nível de alta de preço".

Observando as ações das empresas que mais se valorizaram entre 31 de dezembro de 2010 e 29 de agosto de 2011 (leia gráfico preparado especialmente para Seu Dinheiro 247 pela Consultoria Economatica), outros setores despontam, além da construção civil. Entre eles estão alimentos e bebidas, telecomunicações e energia elétrica. "As empresas de energia são sempre ótimas pagadoras de dividendos", ensina Monteiro. "São papéis defensivos e se destacam mesmo em momentos de crise", acrescenta o consultor, avaliando a presença de empresas do setor entre as ações em alta nos últimos seis meses. "O setor de energia é um dos mais procurados pelos investidores porque se mantém aquecido", diz. O mesmo acontece com as ações de telecomunicações, de empresas de alimentos e bebidas e também de vestuário. Já as empresas de telecomunicações devem sua valorização ao crescimento do poder aquisitivo dos consumidores, que impulsionou o mercado de celulares no Brasil. E este é outro setor que, na avaliação do operador da Renascença, tende a continuar em alta com os incentivos do governo para garantir o contínuo aquecimento da economia.

Há papéis, como já se viu aqui, que são difíceis de serem julgados. As ações da companhia Souza Cruz, por exemplo, também se destacam entre as altas. "Ninguém entende por que as ações da Souza Cruz não param de subir, embora seja uma empresa sólida e a alta tenha fundamento", comenta Monteiro, assinalando que, ao contrário dos outros setores avaliados positivamente, a empresa tem um problema de imagem por causa das campanhas mundiais advertindo os consumidores para os malefícios do tabagismo. "Muita gente acredita que essas altas tenham a ver com investidores estrangeiros comprando essas ações", arrisca.

Entre as empresas que tiveram as maiores baixas dos últimos seis meses, um dos setores que aparecem no levantamento da Economatica é o de siderurgia e metalurgia. As empresas desse setor, segundo Monteiro, sofrem com dois problemas, principalmente: a concorrência do aço importado e o impacto da crise econômica que atinge os EUA e a Europa. Mas as quedas acumuladas nos preços das ações de empresas como a Gerdau não devem desencorajar o investidor. "No longo prazo, essas empresas continuam sendo atrativas porque seu fundamento é bom e não há mais espaço para grandes quedas". Segundo ele, as siderúrgicas e metalúrgicas brasileiras devem se recuperar assim que houver uma melhora no cenário econômico internacional. Quando EUA e Europa mostrarem sinais de recuperação, as vendas do setor voltarão a ser melhor distribuídas mundialmente, o que servirá, em tese, para equalizar os preços e a concorrência no mercado global, revalorizando as ações.

Embora não apareça nem entre as dez ações mais apreciadas e nem entre as menos valorizadas dos últimos seis meses, a Vale, blue chip do setor de mineração que sofreu mudanças importantes desde 2008, continua no portfolio de papéis recomendados por várias corretoras. "A Vale tem sua valorização comprometida no momento porque sofre duplamente com uma forte pressão do governo, que tem grande participação na empresa com os fundos de pensão, e com a crise externa, já que a China é o foco principal de mercado da empresa", avalia Monteiro. A Vale fechou a R$ 40,99 no último dia 1º de setembro, com uma valorização de 0,84% no mês e queda de -11,77% no ano. Ou seja, mesmo uma ação famosa pela solidez está apanhando do mercado nos últimos tempos, o que mostra que a Bolsa de Valores é um mercado a ser abordado com muito cuidado. Ele pode oferecer oportunidades para você multiplicar o seu dinheiro, mas igualmente tem armadilhas para fazê-lo, como diz a gíria, virar pó.

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