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Em cinco anos, desigualdade social em São Paulo permanece grave

Mapa da Desigualdade produzido pela Rede Nossa São Paulo pouco mudou nesse período em relação à capital paulista; desde 2012, a situação do atendimento à população em saúde, educação, mobilidade, cultura, esporte, habitação continua extremamente desigual, chegando ao limite de uma expectativa de vida de 79 anos na região nobre do Jardim Paulista contra 55 anos no Jardim Ângela, na zona sul da cidade

Mapa da Desigualdade produzido pela Rede Nossa São Paulo pouco mudou nesse período em relação à capital paulista; desde 2012, a situação do atendimento à população em saúde, educação, mobilidade, cultura, esporte, habitação continua extremamente desigual, chegando ao limite de uma expectativa de vida de 79 anos na região nobre do Jardim Paulista contra 55 anos no Jardim Ângela, na zona sul da cidade (Foto: Gisele Federicce)
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por Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual

Em cinco anos, o Mapa da Desigualdade produzido pela Rede Nossa São Paulo pouco mudou em relação à capital paulista. Desde 2012, a situação do atendimento à população em saúde, educação, mobilidade, cultura, esporte, habitação continua extremamente desigual, chegando ao limite de uma expectativa de vida de 79 anos na região nobre do Jardim Paulista contra 55 anos no Jardim Ângela, na zona sul da cidade. “Os governos estão estruturados para defender interesses privados. Não houve redução significativa da desigualdade nem melhoria da qualidade de vida”, ressaltou Jorge Abrahão, coordenador da Rede Nossa São Paulo.

Segundo Abrahão, o objetivo do Mapa é fornecer dados que poderiam ser utilizados para embasar a elaboração de políticas públicas e racionalizar o orçamento municipal. “Um governo define prioridades. É fundamental que atuemos para direcionar essas prioridades no combate à desigualdade. O orçamento deve ser construído tendo isso em mente. As políticas ainda não conseguiram avançar nesse sentido e isso é inaceitável”, afirmou.

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No entanto, os dados indicam problemas muito graves. Dentre os quais, na educação infantil, uma espera por vagas em creche que pode chegar a 441 dias, na região da Vila Andrade, zona oeste da cidade. No mesmo distrito, somente 33% das crianças em idade de frequentar a creche são atendidas em unidades do município. Situação que se repete, em menor grau, nos bairros de Pedreira e Cidade Ademar, na zona sul, onde aproximadamente 50% das crianças estão atendidas. No entanto, Guaianases (98%) e Cidade Tiradentes (97%), na zona leste, e Perus (98%), no noroeste da cidade, têm altos índices de matrículas.

Junto à educação, a saúde é considerada o tema mais importante na cidade. E a situação não é melhor nesta área. Enquanto a região da Bela Vista tem 46,45 leitos hospitalares para cada mil habitantes, 31 distritos não possuem um único pronto socorro para atendimento à população. Já no caso da mortalidade infantil, o Pari, na zona leste da cidade, tem índice de 23,65 óbitos de crianças até um ano, para cada mil nascidas, enquanto Pinheiros, na região oeste, tem 1,59 óbitos na mesma proporção.

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A zona leste é líder em pré-natais insuficientes. Os cinco piores distritos nesse quesito estão todos naquela região, em Itaim Paulista (43%), Jardim Helena (40%), São Rafael (37%), Itaquera e Pari (35% cada um). No caso, os percentuais apresentados representam a proporção de crianças nascidas cujo pré-natal teve menos de sete consultas, número considerado mínimo pelo Ministério da Saúde para um bom acompanhamento da gestação.

Na cultura, nada menos que 60 dos 96 distritos não possuem sequer uma casa de cultura. Situação semelhante à dos cinemas, em que 58 distritos não possuem qualquer equipamento desse tipo. No total, 34 distritos aparecem entre aqueles nos quais a população mais sofre com as desigualdades. “São distritos prioritários, que deveriam ser colocados no coração de qualquer planejamento de políticas públicas nesta cidade”, destacou Américo Sampaio, também coordenador da Rede Nossa São Paulo.

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Dentre os indicadores de desigualdade, 21 melhoraram, 5 ficaram iguais e 14 pioraram, entre 2012 e 2016. No entanto, muitos dos que melhoraram não foram resultado de ações dos gestores públicos, mas de piora na situação dos índices daqueles que se enquadravam entre os melhores daquela área. Um exemplo é o caso dos equipamentos esportivos, cujo índice de desigualdade caiu, mas na realidade o que houve foi o fechamento de um equipamento em uma região da cidade que alterou a base do cálculo. 

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