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Estresse pré-natal. Ele afeta a expectativa de vida da criança

Pesquisa demonstra que crianças cujos pais morreram em combate durante a Primeira Grande Guerra, quando elas ainda se encontravam no ventre de suas mães, tiveram uma vida mais curta do que aquelas que não passaram por esse trauma.

Estresse pré-natal. Ele afeta a expectativa de vida da criança (Foto: Graham Oliver)
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Par: Soline Roy – Le Figaro

  

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Embora seja uma barreira que protege o feto, a placenta não consegue barrar o estresse proveniente da mãe. Quando uma mulher grávida vive um acontecimento difícil durante a gravidez, o bebê que ela carrega parece sofrer as consequências, às vezes inclusive em termos de perda de anos de vida. É o que sugere um estudo francês apresentado há poucos dias em Paris no congresso anual da Sociedade europeia de Endocrinologia Pediátrica.

Sob a direção do pediatra e professor de endocrinologia Pierre Bougnères, e com os epidemiologistas Alain-Jacques Valleron e Nicolas Todd, o grupo de estudiosos investigou, para provar sua tese, milhares de registros de nascimentos ocorridos em Paris e na cidade de Bordeaux entre agosto de 1914 e dezembro de 1916, período da Primeira Grande Guerra Mundial.  Todas essas crianças tiveram o seu pai morto, gravemente ferido ou contraído doença grave a serviço da nação. “Nossa amostragem foi de 5671 crianças”, explicam os cientistas. Ao cruzar os dados relativos a essa amostragem com uma outra composta por crianças que não viveram as mesmas situações estressantes quando ainda se encontravam no ventre materno, os pesquisadores observaram que, sim, a esperança de vida dos primeiros – cujas mães tinham passado por estresse psicológico severo durante a gravidez - tinha sido claramente reduzida.

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As crianças filhas de mães estressadas viveram em média de um a dois anos a menos do que as outras. “Tais resultados sugerem que o estresse psicológico vivido pela mãe foi realmente transmitido para a criança, num nível suficientemente forte a ponto de reduzir a sua expectativa de vida. Os índices que encontramos foram de cerca 2 anos a menos de vida. Isso pode parecer pouco – comenta Nicolas Todd. Mas na verdade trata-se de uma diferença importante, pois é necessário um fator muito forte para fazer com que a expectativa média de vida de uma população se altere”. Todd cita como exemplo: “Imaginemos que descobrimos um tratamento capaz de tratar da totalidade dos casos de câncer. Pesquisadores calculam que, graças à introdução desse “tratamento milagroso”, a expectativa de vida da população não aumentaria mais que 2,5 anos!”

Esquizofrenia na idade adulta

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A literatura médica mostra que o estresse vivido pela mãe durante a gravidez afeta o desenvolvimento do feto, particularmente o seu sistema de resposta ao estresse. Assim sendo, no mundo animal, os ratos que sofreram um estresse pré-natal apresentam, na idade adulta, problemas ligados à aprendizagem ou comportamentos depressivos ou ansiosos. No mundo humano, estudos já mostraram que as pessoas expostas in útero a uma situação traumática (em Israel, por exemplo, durante a guerra dos 6 Dias) ou a uma situação de fome (na China, em 1959), apresentavam um risco bem maior de desenvolver uma esquizofrenia na idade adulta.

No estudo francês, a esperança de vida aparece menos afetada nos casos em que o pai da criança morre depois do nascimento do seu filho. “Os fatores socioeconômicos, por si sós, não parecem ser a explicação principal das diferenças encontradas em termos de esperança de vida, já que muitos mecanismos permitem compensar as perdas financeiras aliadas à morte ou à incapacitação do pai (ajuda da família ou de organizações de caridade e assistência social, pensões, um novo casamento, etc.).

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“A próxima etapa, explica Nicolas Todd, será determinar a causa da morte daqueles que se tornaram órfãos antes mesmo de nascer, para descobrirmos quais são os mecanismos implicados”. O epidemiologista pensa também “comparar os resultados escolares das crianças segundo a morte do pai durante a gravidez ou a sobrevivência do pai. 

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