Estudantes ocuparam hoje vários cursos da UFC

O movimento de ocupação da UFC, iniciado pelo curso de Geografia e pela Faculdade de Educação, na semana passada, foi ampliado hoje para diversas outras unidades. Pela manhã foram realizadas várias assembleias de estudantes e já estão em processo de organização da ocupação os cursos de Letras, Psicologia, História e Arquitetura, no Benfica. Na ultima sexta-feira os estudantes realizaram uma grande assembleia geral, na Cocha Acústica da Reitoria, quando foi deliberada a ocupação.

Segundo Matheus Figueiredo, da coordenação do Diretório Central dos Estudantes da UFC (DCE-UFC) durante toda esta semana estarão acontecendo assembleias setoriais nos campi de Fortaleza e a perspectiva é de crescimento do movimento. No campus do Pici, o maior da UFC estão agendadas assembleias no Centro de Tecnologia, no Centro de Ciências Agrárias e no ICA (Instituto de Cultura e Arte). Também já estão marcadas assembleias no Centro de Saúde, no Campus do Porangabussu e na FEAC, no Benfica.

A ocupação dos estudantes conta com o apoio dos servidores que estão também em greve e hoje deve haver uma reunião entre o DCE o Sintufc (Sindicato dos Trabalhadores das Universidade Federais do Ceará) para discutir uma agenda coletiva. Os professores tiveram uma assembleia na última sexta-feira (3) e deliberaram pelo apoio ao movimento estudantil, mesmo não tendo aderido a proposta de greve nacional dos docentes.

À noite o DCE deverá ter uma reunião para fazer o balanço das ocupações. A Diretoria colegiada do DCE publicou uma Nota Oficial com as razões que levaram os estudantes a ocupar a UFC. Na nota é destacado o papel histórico do movimento estudantil. "O movimento estudantil possui a tarefa histórica de lutar por uma educação pública, gratuita e de qualidade. Nesta tarefa muitas e muitos tombaram durante a ditadura militar. A história sempre soube compreender a importância do movimento estudantil"

O DCE afirma ainda na nota, que não vai aceitar passivamente, os retrocessos que estão sendo impostos pelo governo de Michel Temer. "Congelar os investimentos em educação por vinte anos, mantendo o pagamento da dívida pública sem alterações é uma afronta ao modelo de país que queremos. Na vida real, se trata de manter o pagamento aos banqueiros e diminuir os investimentos do estado em quem mais precisa, que é o povo. Nós não aceitaremos retrocessos e permaneceremos em luta, inclusive construindo atividades por toda a UFC, no sentido de sensibilizar toda a comunidade universitária para os perigos que estamos correndo com o pacote de retrocessos imposto por Temer".

Veja a íntegra da Nota Oficial do DCE/UFC