Ex-presidente do Igeprev nega ter recebido propina
Em nota encaminhada pelo seu advogado, o ex-presidente do Igeprev Gustavo Furtado Silbernagel contestou declaração do doleiro Alberto Youssef, que o acusou em delação premiada de ter recebido R$ 3 milhões de propina para investir recursos do instituto de previdência do Estado no fundo Máxima; Silbernagel admite ter se encontrado com Youssef uma vez e garantiu a legalidade das aplicações no Banco Máxima; "O doleiro foi apresentado como membro do Banco Máxima e nunca mais houve qualquer encontro ou conversa entre as partes. Nunca houve qualquer negociação com o doleiro, mas sim uma aplicação legal junto ao Banco Máxima", diz; leia íntegra
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Tocantins 247 - O ex-presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do Estado (Igeprev) Gustavo Furtado Silbernagel encaminhou nota ao Tocantins 247 em que nega que tenha recebido propina no valor de R$ 3 milhões do doleiro Alberto Youssef, para que investisse recursos do Igeprev no fundo Máxima, administrado pelo doleiro.
"Jamais foi ofertada ou solicitada qualquer remuneração em face da citada operação. O mesmo é incisivo ao relatar que nunca houve qualquer relação profissional entre ele Youssef", diz texto do advogado de Silbernagel, Marcelo Sedlmayer. O texto diz também que foi encaminhado ao juiz Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava Jato, documentação que comprovaria a inocência de Gustavo Silbernagel nas declarações feitas por Alberto Youssef.
Gustavo Silbernagel presidiu o Igeprev de junho de 2011 a julho de 2012, durante o governo do ex-governador Siqueira Campos (PSDB).
Segundo a delação premiada do doleiro, prestada em outubro do ano passado e divulgada no dia 12 de fevereiro, Youssef afirmou ter entregue R$ 1,5 milhão "em dinheiro vivo" nas mãos do corretor Ari Teixeira de Oliveira Ariza, conhecido como "Louquinho". O dinheiro, segundo o doleiro, tinha como destino Silbernagel, mas Youssef não presenciou a entrega dos valores. Depois do pagamento, segundo o doleiro, o Igeprev comprou R$ 10 milhões em debêntures de um fundo de investimentos, o Fundo Máxima, ligado a uma empresa da qual Youssef era sócio.
Gustavo Silbernagel afirmou por meio de seu advogado que a operação seria impossível de ser realizada. Ele sustenta que a operação é vedada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que nunca teve conhecimento de qualquer fundo de administrado por Alberto Youssef.
Em um trecho do documento, Silbernagel admite ter se encontrado com Youssef e garantiu a legalidade das aplicações no Banco Máxima. "O doleiro foi apresentado como membro do Banco Máxima e nunca mais houve qualquer encontro ou conversa entre as partes. A defesa do ex-gestor alega que os documentos apresentados buscam demonstrar a inexistência de vínculo com o senhor Alberto Youssef e informam que nunca houve qualquer negociação com o doleiro, mas sim uma aplicação legal junto ao Banco Máxima", diz o texto.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, após o suposto pagamento de propina a Silbernagel, o Igeprev comprou apenas R$ 10 milhões em debêntures, dos R$ 30 milhões previstos. Em 2013, Youssef viajou ao Tocantins para cobrar o restante do compromisso, mas quando lá chegou descobriu que Silbernagel já não era mais o presidente do instituto. O novo presidente, cujo nome ele disse não se lembrar, adquiriu mais R$ 3 milhões dos mesmos papéis mas, segundo o doleiro, não cobrou nenhuma "comissão".
Rombo de R$ 1 bilhão
O Igeprev é alvo de investigação do Ministério da Fazenda e da Polícia Federal por investimentos realizados em fundos sem rentabilidade. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) investigou a situação do instituto no ano passado, mas não houve um resultado conclusivo.
Segundo o presidente do Igeprev, Jacques Silva, os investimentos com o dinheiro do insituto em fundos desenquadrados ou sem lucratividade, feitos nas administrações dos ex-governadores Siqueira Campos (PSDB) e Sandoval Cardoso (SD) geraram um prejuízo superior a R$ 1 bilhão.
Atualmente, os recursos das reservas estão alocados em 20 diferentes Instituições Financeiras e divididos em 47 fundos de investimentos. No período de 2011 a 2014, 11 fundos apresentaram perdas com a mínima possibilidade de recuperação no montante de R$ 265,7 milhões.
Leia na íntegra a nota encaminhada pela defesa de Gustavo Silbernagel:
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Rombo na Previdência do estado passa de R$ 1 bilhão
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