Família de Otávio Azevedo brinca sobre compra de votos para Aécio
Em um diálogo no Whatsapp com suas filhas, em outubro de 2014, a uma semana do segundo turno da eleição presidencial, o ex-presidente da Andrade Gutierrez e sua família, que apoiaram o senador Aécio Neves (PSDB-MG), sugeriram a compra de votos em favor do tucano; "Mamãe ligou pra Cleide hoje e disse pra ela que vai dar R$ 100 pra ela caso ela consiga 50 votos pro Aécio!!! kkk", afirmou uma das filhas do executivo; a outra filha responde: "eu dou R$ 50.000 pra mamãe se ela conseguir fazer a Raquelzinha filha da Constança votar no Aécio!!!"; alvo da Operação Lava Jato, Azevedo fez acordo de delação premiada e cumpre prisão domiciliar; Aécio, por sua vez, já foi citado por cinco delatores; veja a cópia das mensagens no corpo do texto
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Minas 247 - A compra de votos foi motivo de brincadeiras para a família do segundo maior empreiteiro do País, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques Azevedo. Em um diálogo no Whatsapp com suas filhas no dia 17 de outubro de 2014, a uma semana do segundo turno da eleições presidencial, ele e sua família, que apoiaram o senador Aécio Neves (PSDB-MG), chegam a sugerir a compra de votos em favor do tucano. O crime está previsto na legislação eleitoral.
"Mamãe ligou pra Cleide hoje e disse pra ela que vai dar R$ 100 pra ela caso ela consiga 50 votos pro Aécio!!! kkk", afirmou uma das filhas do executivo. A outra responde: "Eu tenho uma oferta melhor". Antes de comentar sua "proposta", ela foi interrompida pelo empreiteiro, que alertou: "crime eleitoral, pode impugnar o Aécio se vazar".
A segunda filha já havia escrito a mensagem: "Eu dou R$ 50.000 pra mamãe se ela conseguir fazer a Raquelzinha filha da Constança votar no Aécio!!!". A primeira filha responde ao empresário e disse que era apenas uma brincadeira. Ele respondeu: "É lógico que sim, eu estava do lado dela quando ela falou! Fique tranquila, foi gozações (sic)." Os relatos foram publicados no blog do Fausto Macedo.
Lava Jato
Alvo da Operação Lava Jato, Otávio Azevedo fez acordo de delação premiada e cumpre prisão domiciliar. Após fazer um acordo de leniência, a Andrade aceitou devolver R$ 1 bilhão.
O senador Aécio Neves foi citado por vários delatores na Lava Jato, inclusive pelo principal deles, o doleiro Alberto Yousseff. De acordo com ele, o tucano foi o mentor intelectual de um mensalão em Furnas, que distribuía mesadas de US$ 100 mil a parlamentares – entre eles, o finado José Janene, que foi sócio de Youssef (veja o vídeo).
Na segunda delação, o lobista Fernando Moura afirma que um terço da propina em Furnas era destinada ao líder da oposição (assista ao depoimento aqui).
Na terceira, o entregador de propinas Carlos Alexandre de Souza Rocha, o "Ceará", afirmou que Aécio era "o mais chato" cobrador das entregas de recursos da empreiteira UTC (veja aqui).
O senador tucano também foi citado por Delcídio do Amaral (sem partido-MS). "Questionado ao depoente quem teria recebido valores de Furnas, o depoente disse que não sabe precisar, mas sabe que Dimas [Toledo, ex-presidente de Furnas] operacionalizava pagamentos e um dos beneficiários dos valores ilícitos sem dúvida foi Aécio Neves", diz trecho da delação (leia aqui).
Outra citação ao ex-governador de Minas veio lobista Fernando Moura. Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, ele disse que Furnas era uma estatal controlada pelo hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG) no governo Lula, e que o esquema de propina se assemelhava ao instalado na Petrobras: "É um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio" (relembre)
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