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Frio na Europa: a culpa é do aquecimento global

A Europa sofre um dos invernos mais intensos da histria. A causa de tanto frio e neve acaba de ser descoberta: A diminuio do gelo no rtico que se verificou durante o ltimo vero

Frio na Europa: a culpa é do aquecimento global (Foto: Manuel Silvestri/Reuters )
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Por Luis Pellegrini

A Europa atravessa neste momento um dos invernos mais fortes desde que as temperaturas começaram a ser registradas com regularidade, no século 19. No início deste mês de fevereiro, até mesmo cidades mediterrâneas famosas pelo seu clima suave, como Roma, Atenas, Nápoles e Barcelona, estavam cobertas com camadas de neve que com frequência superavam um metro. Praticamente todo o Velho Continente passou semanas forrado por espesso manto branco. Em países mais sujeitos a invernos frios, como a Romênia e a Ucrânia, as temperaturas superaram os 30 graus negativos, causando a morte de centenas de pessoas menos protegidas. E o inverno no Hemisfério Norte ainda está longe do fim. Ninguém sabe quais surpresas ele ainda reserva para quem mora lá.

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Qual a causa de tanto frio e tanta neve? Os primeiros estudos não deixam margem a dúvidas: a culpa reside na grande diminuição do gelo no Ártico que se verificou durante o último verão. Pesquisadores do Research Unit Potsdam do Alfred Wegener Institute for Polar and Marine Research, braço da Helmholtz Association (http://www.awi.de/en) descobriram um mecanismo segundo o qual a diminuição dos gelos que recobrem o Polo Norte, motivada pelo aquecimento global, provocou alterações importantes na pressão da atmosfera ártica, com fortes consequências no inverno da Europa.

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A circulação do ar se altera

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Explicamos: se, nos meses de verão, acontece uma abundante retração dos gelos do Polo Norte, como tem acontecido nos últimos anos (o verão de 2011 só não foi mais importante que o de 2007 em termos de retração do gelo), dois efeitos importantes acontecem. Em primeiro lugar, a retração dos gelos faz com que extensões muito maiores de água oceânica permaneçam na superfície, em contato com a luz do Sol; essa água é muito mais escura do que o gelo e, portanto, muito mais capaz de absorver e de reter o calor. Em segundo lugar, devido à redução da extensão dos gelos, o calor presente no oceano é liberado na atmosfera, sobretudo nos meses de outono e inverno. “Essas temperaturas mais elevadas podem ser medidas nas correntes oceânicas nas proximidades das regiões árticas”, explica o climatologista Ralf Jaiser, um dos responsáveis pela pesquisa.

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Nesta floresta da Alemanha, a temperatura chegou aos 40 graus negativos

Como consequência, os vetores de circulação do ar se alteram. O aquecimento do ar nas proximidades do mar determina processos de correntes aéreas ascendentes na atmosfera, tornando-a menos estável. “Analisamos os movimentos caóticos que se formam e demonstramos que eles surgem a partir de condições que alteram profundamente a circulação típica dessa área”, prossegue Jaiser. Uma dessas situações é a diferença de pressão entre o Ártico e as latitudes médias: a assim chamada “Oscilação Ártica”, caracterizada por notáveis diferenças de pressão entre os Açores e a Islândia. Se essa diferença estiver ligada a uma alta pressão sobre os Açores e a uma baixa pressão na Islândia, formam-se fortes ventos ocidentais que, no inverno, levam o ar atlântico frio e úmido em direção à Europa. Se as condições não se invertem, esse ar frio do Ártico consegue descer sobre a Europa, como aconteceu nos dois últimos invernos e está acontecendo também neste, em escala ainda mais elevada.

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Frio polar na Ucrânia

Vai continuar assim no futuro

No início do atual inverno, ainda não havia certeza de que esse novo modelo climatológico funcionasse perfeitamente, já que novembro e dezembro na Europa foram meses relativamente quentes para um período de inverno. Mas isso só aconteceu por causa de fatores eventuais e passageiros que bloquearam o ar frio do Ártico. A partir da metade de janeiro as coisas mudaram radicalmente no Velho Continente, e o frio polar chegou com grande quantidade de neve. O que é pior: tudo leva a crer que essa mesma situação se repetirá nos próximos anos.

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