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Ganho real, além do "zero a zero"

Entenda como a inflação afeta seus investimentos na prática e por que eles têm que garantir mais do que o simples poder de compra do seu dinheiro

Ganho real, além do "zero a zero" (Foto: Shutterstock)
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Luciane Macedo _247 - Você já parou para avaliar se os seus investimentos estão multiplicando seu dinheiro além do "zero a zero" com a inflação? O hábito de muitos brasileiros de não se preocuparem muito em olhar quanto o dinheiro está rendendo ou de consultarem apenas o gerente do banco para indicar as melhores aplicações vai ter de ser revisto com a queda dos juros básicos da economia. É que com o passar do tempo, neste novo cenário, uma casa decimal que seja pode ser determinante no poder de ganho real das suas aplicações. E quem não quiser sair perdendo, é bom ficar atento, porque muitos investimentos no mercado sequer conseguem preservar o poder de compra do dinheiro face à inflação, quiçá fazê-lo render mais que isso depois de descontados taxas e tributos.

"O dinheiro tem valor no tempo, isso é muito fácil de comprovar. Se você perguntar para o seu pai ou para a sua mãe por quanto eles compraram a casa da família, vai ver que aquele dinheiro não compraria a mesma casa hoje. Se deixar uma nota de R$ 100,00 em uma cápsula do tempo e resgatá-la daqui cinco anos, vai ver que esse dinheiro não comprará lá na frente o mesmo que compra hoje. A inflação não desvaloriza a moeda, mas o poder de compra da moeda", explica o educador financeiro Mauro Calil. "Com base nesse efeito da inflação, as pessoas investem em aplicações financeiras, para preservar o poder de compra do seu dinheiro e para ganhar algo mais", continua Calil. "Por isso é importante separar o que é reposição inflacionária do que é ganho real nos investimentos".

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Perder para a inflação é especialmente ruim para quem tem dinheiro investido com objetivos de médio e longo prazo, como tirar um ano sabático ou parar de trabalhar no futuro. Se os rendimentos da carteira de investimentos não conseguem preservar o poder de compra do dinheiro, a pessoa terá de adiar ou reformular seus planos, no primeiro caso, ou diminuir seu padrão de vida quando decidir usar esse dinheiro para viver de renda, no segundo caso.

"Se você aplica em Tesouro Direto que paga a Selic e a inflação anual for 4%, seu ganho real é de 4%. Se a inflação fechar em 5%, seu ganho cai para 3%. Se você aplica na poupança, que hoje rende 5,8% ao ano, e a inflação for de 5%, você ganha só 0,8% ao ano de juro real", exemplifica o educador financeiro.

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Em seu livro "Separe uma verba para ser feliz", Calil ilustra de forma bem didática como a inflação interfere naquilo que decidimos fazer com o dinheiro, mesmo que ela seja excluída como fator importante nas escolhas do investidor. A "matemática do tempo" também evidencia como diminui o poder de compra de quem prefere não investir em nada.

Em 2012, uma aplicação de R$ 100,00 no Tesouro Direto, por exemplo, terá recompensado o aplicador com R$ 8,47 ao final do ano, ao passo que, na poupança, a mesma quantia terá rendido R$ 5,93. Mas, sob o impacto da inflação, o Tesouro Direto se mostra bem mais vantajoso (veja abaixo). "A aplicação no Tesouro Direto pode render 8,25 vezes mais que a poupança no ano de 2012", observa Calil.

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Para avaliar como a sua carteira está performando face à inflação e não deixar que os seus rendimentos fiquem só no "zero a zero", saiba qual a expectativa de inflação pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para o período em que você planeja ficar em determinada aplicação.

O boletim Focus do Banco Central traz a projeção de inflação para o próximo mês, para o ano, para os próximos 12 meses e para o ano seguinte. Estas informações podem ser acompanhadas periodicamente pela imprensa ou toda semana na seção Focus do site do Banco Central -- clique em "relatório de mercado".

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"Sabendo qual é a expectativa de inflação no ano, a pessoa sabe que tem que ganhar no mínimo essa inflação para ficar no 'zero a zero', mas como tem o Imposto de Renda, tem que ser um pouco acima disso", orienta Calil. Vale lembrar que a poupança, embora não sofra a "mordida do Leão", é melhor como reserva de liquidez.

Segundo o educador financeiro, para não ter de fazer contas, um bom parâmetro para usar na renda fixa é o Tesouro Direto, o mais seguro dos investimentos. "Qualquer coisa que dê menos que 8% brutos ao ano ou 0,64% ao mês não vale a pena", indica Calil. E se constatar que uma aplicação não dá conta nem de conservar o poder de compra do dinheiro, "é melhor interromper o prejuízo logo do que procrastinar".

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Para a renda fixa com um pouco mais de risco, o parâmetro deve ser de mais ou menos 16% brutos ao ano ou 1,24% ao mês, orienta o educador financeiro. "Com CDBs de bancos pequenos e LCI (Letras de Crédito Imobiliário), o risco é o mesmo da poupança porque tem o Fundo Garantidor de Créditos até R$ 70 mil", lembra Calil. "Com LCI, que é isenta de Imposto de Renda para pessoa física, você consegue um resultado líquido de 104% do DI. Com CDBs fora do grande varejo, dá para conseguir até 114% do DI, dependendo do prazo".

Calil ressalta que "a inflação é a mesma para todos os investimentos, mas saber enxergar o ganho real das aplicações pode fazer toda a diferença entre você ter muito dinheiro em cinco anos ou, no máximo, manter-se com o mesmo poder de compra no período".

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