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Governadores cobram de Temer R$ 14 bilhões para evitar calamidade

Carta dos governadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste cobra do governo Michel Temer a liberação de pelo menos R$ 14 bilhões devidos aos estados pela compensação da Lei Kandir; “Por que temos que fazer esse decreto de calamidade, criando um ambiente ruim para o país? Por que não fazemos isso através da negociação?”, questiona o governador do Piauí, Wellington Dias, que tem liderado as negociações; leia a íntegra da carta

Carta dos governadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste cobra do governo Michel Temer a liberação de pelo menos R$ 14 bilhões devidos aos estados pela compensação da Lei Kandir; “Por que temos que fazer esse decreto de calamidade, criando um ambiente ruim para o país? Por que não fazemos isso através da negociação?”, questiona o governador do Piauí, Wellington Dias, que tem liderado as negociações; leia a íntegra da carta (Foto: Leonardo Attuch)
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Piauí 247 – O governador Wellington Dias participou nesta terça, 20, em Brasília, de um encontro com 20 governadores, 60 senadores e metade dos deputados da Câmara Federal para tratar de assuntos de interesse dos estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “Discutimos temas que virão para pauta do Supremo Tribunal Federal nos próximos dias”, disse Wellington.

O governador do Piauí garantiu que há todo o apoio da bancada federal dos estados da região. Cada bancada desses estados na Câmara e Senado está empenhada para que haja junto ao Governo Federal, a Presidência da República, uma agenda para definir entendimento para que a União possa pagar os recursos que pertencem a essas unidades da Federação.

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“São recursos da Lei Kandir, que assegura compensação pelos produtos de exportação isentos do ICMS, como mel, carnaúba, soja”, disse Wellington. A lei determina o pagamento de uma compensação correspondente àquilo que seria devida a cada estado, algo em torno de 12%.

“Temos recursos empenhados, como restos a pagar ainda de 2014, e num estudo feito pelo Tribunal de Contas da União e Conselho de Secretários de Fazenda,  tivemos prejuízos de R$ 14 bilhões”, disse.

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Wellington destaca a necessidade de auxílio emergencial como foi feito com o Rio de Janeiro, que assinou decreto de calamidade. “Por que temos que fazer esse decreto de calamidade, criando um ambiente ruim para o país? Por que não fazemos isso através da negociação?”, questiona Wellington, declarando que o resultado foi a elaboração de uma carta com relatos da situação e a busca de entendimento dos governos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “As bancadas dessas regiões estão reforçando pedido de audiência com o presidente, que esperamos ser efetivada após essa viagem a Nova York”.

Confira a carta, na íntegra: 

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Carta dos Governadores do Nordeste, Norte e Centro Oeste do Brasil

“Vivemos uma das mais graves crises brasileiras na economia, na política e chegando no social, principalmente com seca, com grande perda de grãos e outros produtos e falta de água para abastecimento humano e animal, paralisação de obras públicas e programas federais e o desemprego crescendo.

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A queda da economia afeta, especialmente, os Estados que dependem mais das receitas partilhadas com a União, principalmente o Fundo de Participação dos Estados - FPE. E por isto as nossas regiões são as mais atingidas.

Em 2015 e também em 2016 os Estados adotaram medidas sérias, reduziram despesas e conseguiram economizar. Mas a queda da receita, especialmente o FPE e recursos dos Estados não liberado pela União, como os recursos previstos na Lei Kandir de 2014 provisionado para pagamento este ano (compensação do ICMS das Exportações, não cobrados pelos Estados para incentivar mais exportação), novos incentivos da União reduzindo IPI e IRPJ e subida automática de preços de energia, comunicação, combustível etc engoliram todo este esforço.

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Dos 27 Estados e Distrito Federal, 21 já chegaram a uma situação de colapso e prejudicando serviços essenciais sabidamente na segurança, saúde, dentre outros, atrasando o repasse para os outros poderes, atrasando salários dos servidores ativos, aposentados e pensionistas. E permanecendo no rumo dos últimos meses, quem ainda não teve problema sabe que é questão de tempo.

Com base em estudos do CONFAZ - Conselho dos Secretários da Fazenda e também do Tribunal de Contas da União, demonstramos ao governo federal, em documento e agenda com o Presidente da República, Michel Temer, e sua equipe, que R$ 14 bilhões é a soma destes impactos em nossas receitas e pedimos ajuda ao Chefe do Executivo sob a forma de Auxílio Emergencial, além da liberação de recursos da Lei Kandir. E dissemos que, por entendimento entre os governadores, após agendas com equipe do Governo Federal, e compreendendo a difícil situação da União, reduzimos o pleito para o valor de R$ 7 bilhões. Lembramos ainda que do esforço do povo brasileiro para o alongamento das dívidas com a União, de um total de R$ 55 bilhões, estes 20 Estados do Nordeste, Norte e Centro Oeste, representam apenas 9% de todo o montante da dívida com a União, alguns inclusive sem dívida com a União, e os outros 7 Estados ficando com 91%. Defendemos a unidade nacional, e reconhecemos que os Estados mais desenvolvidos precisam desta solução, mas defendemos também o equilíbrio e justiça federativa, e pedimos a compensação, reforçando a situação emergencial para suprir serviços essenciais à população, no valor de R$ 7 bilhões.

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Destacamos neste processo o importante apoio das bancadas do Nordeste, Norte e Centro Oeste, principalmente na Câmara e no Senado, onde já apresentaram emendas para assegurar o Auxílio Emergencial aos Estados, no valor de R$ 7 bilhões, ao Projeto de Lei Complementar 257/2015 que trata do alongamento das dívidas dos Estados e da PEC 241, que trata do teto dos gastos públicos, e muitos têm comparecido às nossas agendas e manifestando apoio ao Pleito.

O presidente Michel Temer disse que reconhecia a gravidade vivida pelos Estados, e que tinha sensibilidade, explicou a ajuda dada ao Estado do Rio de Janeiro, que Decretou Calamidade, na fase em que sediou as Olimpíadas Mundiais, e que ele havia liberado cerca de R$ 2,9 bilhões. Reafirmamos nosso apoio à ajuda dada ao Rio de Janeiro e relatamos que muitos Estados já haviam tomado esta decisão de Decretar também Calamidade mas, sabendo da gravidade para o país, apostamos na sensibilidade do Presidente.

Ele Disse ainda que em 15 dias após aquele dia 16/08/16, apresentaria uma solução. Nesta última semana pedimos a agenda para uma resposta e fomos recebidos a pedido do Presidente da República pelo Ministro Henrique Meireles da Fazenda, e sua equipe. E a resposta foi que não poderia atender ao pleito dos 20 Estados destas 3 regiões. E também que não poderia liberar este valor a título de antecipação das receitas previstas com base na Lei da Repatriação, outra alternativa apresentada, por não saber o valor exato a ser recolhido. E nem mesmo como empréstimo no modelo do Programa Emergencial Financeiro - PEF, desburocratizado.

Diante disto, comunicamos ao Ministro Meireles e equipe, que muitos Estados já estavam preparando o texto e providências legais para, no caminho do Rio de Janeiro, Decretarem Calamidade, e tomamos a decisão de ninguém publicar o Decreto e de insistir em sermos recebidos pelo Presidente Michel Temer, e seguir buscando um entendimento.

Sabemos, que a verdadeira saída é a retomada do crescimento, gerando emprego e renda. E temos consciência da gravidade do impacto da Decretação de Calamidade por vários Estados brasileiros ao mesmo tempo, inclusive podendo afetar a meta principal que é estabilizar a queda na economia e na criação de um ambiente melhor para os investidores.

No início da noite da última terça-feira, em contato com a coordenação do Fórum dos Governadores, membro   da equipe do Presidente Michel Temer informou que ele tinha dificuldades de agenda esta semana mas que buscaria organizar um novo momento para nos receber. 

Somos 20 governadores do Brasil, com 60 Senadores e Senadoras, metade da composição da Câmara dos Deputados, representando cerca da metade da população do Brasil que, diante desta situação, tomamos também a decisão de fazer este comunicado ao Povo Brasileiro”.

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