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Haddad abre diálogo com invasores de edifícios

Prefeitura de São Paulo emite nota oficial com intenção de dialogar; pelo menos seis prédios estão tomados por cerca de 400 pessoas na região central; administração municipal informa que ainda não foi procurada para conversar; entidades que coordenam invasores não têm ligação orgânica com o PT; desocupações podem render indenizações; líderes calculam em 150 o número de prédios vazios no centro

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247 – Todos os dias, de seu gabinete na Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad pode olhar bem diante da sua janela o prédio do antigo Hotel Othon, numa esquina da Praça do Patriarca, totalmente invadido por cerca de 150 famílias. Faixas dos movimentos pró-moradia estão estendidas nas janelas. Entre os invasores, um corpo de segurança informal, com rádios-comunicadores, avisa dos movimentos na porta. Crianças correm pelas escadas. As antigas suítes estão tomadas, agora, por colchões, retalhos, apetrechos e lampiões das famílias que não tinham teto. Na véspera da posse de Haddad, 247 adiantou que este seria um dos primeiros problemas sociais a bater em sua porta.

Com um anel de advogado na mão direita, o Dr. Dimas é um dos homens com rádio-comunicador. Sabe de tudo o que acontece no prédio invadido no dia 26 de dezembro. Informalmente, ele diz que a onda de invasões chegou para ficar. Calcula haver 150 edifícios em condições de serem tomados na região central de São Paulo. E deixa escapar o plano de que, em dez dias, haverá uma grande ocupação num antigo cinema da avenida São João.

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Perto dali, o antigo Hotel San Raphael, endereço de homens de negócios de bom gosto, também está, agora, como o velho e bom Othon: invadido. Além deles, prédios nas ruas centrais Marconi e Xavier de Toledo igualmente foram ocupados.

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Atento para o potencial de crescimento desse movimento, cujas lideranças, na prática, ainda são desconhecidas pela Prefeitura, Haddad mobilizou nesta segunda-feira 7 seus auxilares para que, em nome da Secretaria de Habitação, confeccionassem uma nota oficial em tom cordial. A íntegra é a seguinte:

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A Secretaria Municipal de Habitação reafirma sua disposição ao diálogo, porém não recebeu qualquer pedido de audiência por parte dos movimentos de moradia que realizaram a ocupação de imóveis na região central de São Paulo nesta segunda-feira. A Prefeitura também reafirma o projeto de construção de 55 mil moradias na cidade ao longo dos próximos quatro anos.

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O que vai acontecer? Os movimentos de moradia que aglutinam os sem-teto tem uma direção difusa e difícil de classificar politicamente. As ligações com o PT praticamente não existem, dando-se muito mais no nível de simpatizantes do que de dirigentes. Ainda se sabe pouco a respeito da maneira como esses movimentos arregimentam as famílias dispostas a participar das invasões. Elas não são, necessariamente, da região central. Muitas vêm dos bairros para integrar os grupos montados para entrar e ficar nos edifícios que estavam vazios. Uma tática comum a todas as invasões é a de utilizar crianças e deficientes físicos como forma de garantir proteção na Justiça, na qual muitos magistrados se recusam a conceder ordens de despejo, a serem cumpridas até mesmo com força policial, em razão da presença de menores.

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Em 2011, no edifício San Vito, que misturava moradores tradicionais a invasores, também na região central, a saída dos ocupantes para a demolição que interessava a Prefeitura se deu por meio de indenizações. Cada família cadastrada recebeu cerca de R$ 30 mil para deixar o prédio pacificamente e, com o dinheiro, buscar uma moradia legalizada. A possibilidade de um apartamento ou quarto de hotel invadido render dinheiro à saída desperta suspeitas de um comércio à volta das invasões, pelo qual as famílias pagariam informalmente aos chefes dos movimentos ao receberem sua parte do poder público.

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