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Homem forte de Serra ignorou máfia. E agora?

Mesmo tendo sido alertado sobre a quadrilha que pode ter desviado mais de R$ 500 milhões dos cofres da prefeitura de São Paulo, o secretário Mauro Ricardo, indicado por José Serra para cuidar das finanças na gestão de Gilberto Kassab, e hoje atua na prefeitura de Salvador, mandou arquivar o caso; ele recebeu uma denúncia anônima de construtoras que pretendiam trabalhar na legalidade, sem pagar propinas, e concluiu que não havia provas

Homem forte de Serra ignorou máfia. E agora? (Foto: Edição/247 Divulgação)
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247 - Uma reportagem dos jornais Artur Rodrigues, Bruno Ribeiro, Fábio Leite, Diego Zanchetta e Tiago Décimo, do Estado de S. Paulo (leia aqui a íntegra), enfraquece a posição do ex-secretário de Finanças de São Paulo, que hoje administra área semelhante em Salvador, na gestão de ACM Netto.

Indicado por José Serra para o cargo, Mauro Ricardo teve uma oportunidade de ouro para desbaratar a quadrilha que pode ter desviado cerca de R$ 500 milhões dos cofres municipais de São Paulo. No ano passado, uma denúncia anônima, enviada por construtores que pretendiam agir dentro da legalidade, sem pagar propinas, apontou todo o esquema, indicando, inclusive, os nomes dos personagens presos nesta semana.

No entanto, em 28 de dezembro do ano passado, poucos dias antes de deixar a prefeitura, Mauro Ricardo mandou arquivar o caso. A denúncia anônima tinha data de 29 de outubro e sua autoria foi atribuída a "construtores que respeitam as leis".

Todo o mapa da corrupção havia sido detalhado: "a emissão do certificado de quitação do ISS é controlada por um funcionário, o carioca Luis Alexandre, o qual - segundo ele mesmo -, por ordem de seus superiores Carlos di Lallo, Barcellos e Ronilson, somente pode ser emitido mediante o pagamento de propina". O texto trazia mais detalhes: "Quem não paga a propina está condenado a ver seu negócio naufragar. Sem propina, não há previsão para a emissão da guia de quitação".

Sem essa guia de quitação, construtoras ficavam impedidas de iniciar novos projetos imobiliários. A Brookfield, uma das maiores do País, já confirmou o pagamento de R$ 4,1 milhões em propinas a essa mesma quadrilha e diz ser "vítima" da organização. 

Procurado pela reportagem, Mauro Ricardo disse ter ficado "surpreso" com a prisão do quarteto, em especial a de Ronilson, que era seu braço direito. "Era uma pessoa em quem eu confiava, sempre muito prestativo. Foi uma decepção. Se ele fez isso, me sinto traído", afirmou. "Assim que as denúncias chegaram à secretaria solicitei a abertura de processo administrativo, nos quais os acusados foram chamados a se justificar", afirma. "Eles apresentaram as justificativas e elas foram levadas à assessoria jurídica, que analisou as respostas e concluiu que não havia indício de envolvimento dos servidores."

No entanto, um simples levantamento dos bens dos funcionários – que somam milhões em imóveis de luxo, veículos e até embarcações – seria suficiente para atestar a credibilidade da denúncia, para a qual o secretário fez vista grossa.


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