Jackson dará ou não posse a Roberto Bispo?
Após vir a público a insatisfação do governador Marcelo Déda com a escolha do irmão do ex-prefeito de Itabaiana, como ficará a relação do governador com o seu vice, Jackson Barreto (PMDB)?; igualmente público se tornou a condenação em segundo grau na Justiça Federal de Roberto Bispo, o quase novo diretor da Codise; que peso isto terá para o governador em exercício? Sergipe 247 ouviu alguns políticos sobre o atrito entre governador e vice; para alguns, foi um freio de arrumação; para outros, ainda é cedo para avaliar as consequências do ato; a oposição, que temia a caneta do governador em exercício, se sente aliviada
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Valter Lima, do Sergipe 247 – Os dois curtos comentários do governador Marcelo Déda (PT) em sua conta no Twitter na manhã desta terça-feira (16), contra o governador em exercício Jackson Barreto (PMDB), provocaram inúmeras reações. Entre os integrantes da oposição, foi o alívio que eles tanto aguardavam. Na situação, surpresa e apreensão tomaram conta dos políticos. E uma dúvida restou a todos: Jackson empossará Roberto Bispo como presidente da Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe (Codise)?
A sensação de que algo poderia não andar bem na escolha de Bispo já rondava petistas que sabiam da rejeição de Déda a escolha de Jackson. Não era – e não é – da vontade do governador deixar chegar à administração um gestor com problemas na Justiça. Condenado em segunda instância pela Justiça Federal, Roberto é considerado um político “ficha-suja”, embora ainda possa recorrer da sentença. Ele é irmão do ex-prefeito de Itabaiana, Luciano Bispo, um neo-aliado de Déda por força do rompimento com os irmãos Amorim em fevereiro do ano passado.
Um petista ouvido pelo Sergipe 247 disse que Jackson tinha conhecimento da desaprovação de Déda, mas ainda assim insistiu na escolha. Esse mesmo político, muito próximo de Déda, chegou a dizer que o que se percebia neste momento era uma pressão muito grande entre aliados de Jackson, para que o governador em exercício operasse mudanças na administração. Outra liderança política que conversou com esta reportagem também fez avaliação parecida: “a pressão sobre Jackson é realmente grande”. Mas ressaltou que no PT era igualmente amplo o sentimento de insatisfação com a possibilidade de perda de espaço do partido dentro do Governo.
Aliado do agrupamento, um político do PSB ficou surpreso com toda essa movimentação, mas disse que é momento de dialogar. “Déda e Jackson devem conversar, chegar a consensos. Não se pode negar que Jackson precisa ter liberdade para fazer mudanças, afinal de contas o Governo estava parado, mas ele tem que entender que há limites”, frisou. Por enquanto, este político disse que seu partido não iria se pronunciar sobre o assunto. “Vamos aguardar as conseqüências”, ponderou.
Há análises diversas entre os políticos sergipanos sobre o ato de Déda. “Foi um freio de arrumação. O governador quis frear a possibilidade de outras mudanças”, disse um secretário de Estado. Para outro, a ação de Déda foi para evitar desgaste na sociedade por causa de uma nomeação de um político condenado por improbidade administrativa. “O povo foi para as ruas protestar contra isso. É preciso ter cuidado”, avaliou. No entanto, este mesmo político faz um questionamento: “e se a família Bispo se insurgir contra o Governo e deixar a base por causa do protesto de Déda?”. Seria a perda do deputado estadual Arnaldo Bispo (DEM) na bancada.
Uma coisa é perceptível: não há clima para a nomeação de Roberto. Já é do conhecimento de todos os sergipanos que ele foi condenado pela Justiça. A informação nasceu na edição de hoje do blog do jornalista Cláudio Nunes e logo alcançou a massa através do telejornal da TV Sergipe, o “SE TV 1ª edição”. A oposição assiste a tudo de camarote e respira aliviada por entender que se Jackson for enfraquecido não terá condições de atrair para o Governo três deputados estaduais da oposição.
E como ficará a aliança entre PT e PMDB, entre Jackson e Déda após este pito público? No Governo, não se fala em racha...ainda. Entendem que é possível realinhar objetivos e unificar interesses. Tem-se também em mente que uma separação só beneficiaria a oposição. Só os fatos deflagarão os caminhos que levarão a 2014. Mesmo distante e em tratamento de saúde, o governador mostrou que está atento a tudo que ocorre em Sergipe. Ele é o gestor principal do Estado e, mesmo limitado pelo tratamento contra o câncer, fez questão de deixar isso bem claro hoje.
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