Jornalista é morto a tiros no Entorno de Brasília
João Miranda do Carmo, conhecido pelas denúncias que fazia contra autoridades locais, atuava em Santo Antônio do Descoberto (GO); ele era dono do site de notícias SAD Sem Censura, que publicava notícias policiais, sobre a política e sobre o tráfico de drogas local; nenhuma linha de investigação sobre o crime está sendo descartada, entre elas a de que ele tenha sido morto devido a seu trabalho como jornalista, diz delegado; Miranda já vinha recebendo ameaças e teve seu carro incendiado em janeiro; Brasil ficou em quinto lugar como o país mais perigoso para o exercício da atividade jornalística, com oito assassinatos, segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas
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Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil
O jornalista João Miranda do Carmo foi morto a tiros em frente a sua casa, em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, na noite de domingo (24), informou a polícia civil. Ele era dono do site de notícias SAD Sem Censura, que publicava notícias policiais, sobre a política e sobre o tráfico de drogas local.
Nenhuma linha de investigação sobre o crime está sendo descartada, entre elas a de que ele tenha sido morto devido a seu trabalho como jornalista, disse o delegado responsável pelo caso, Pablo Santos Batista, à Agência Brasil. Testemunhas estão sendo ouvidas na manhã desta terça-feira (26).
João Miranda já vinha recebendo ameaças e teve seu carro incendiado em janeiro, de acordo com informações do jornal O Popular, de Goiás. Amigos e familiares prestarem homenagens ao jornalista ao longo do dia de ontem (26) nas redes sociais. Ele pretendia se candidatar a vereador nas próximas eleições.
Profissão de risco
Esse foi o terceiro assassinato de jornalistas este ano no Brasil. Em março, o radialista João Valdecir Barbosa foi morto a tiros enquanto trabalhava nos estúdios da Rádio Difusora AM, em São Jorge do Oeste, sudoeste do Paraná. Em abril, o blogueiro Manoel Messias Pereira, foi morto também a tiros em Grajaú, no Maranhão.
Em 2015, o Brasil ficou em quinto lugar como o país mais perigoso para o exercício da atividade jornalística, com oito assassinatos, de acordo com a organização internacional Comitê para a Proteção dos Jornalistas, (CJP, na sigla em inglês). O país ficou à frente de países em guerra como Iraque e Sudão do Sul. A maior parte das pessoas assassinadas apurava casos de corrupção envolvendo políticos.
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