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Juízes alagoanos engordam salários com ‘penduricalhos’

Com base nos dados publicados no Portal da Transparência, no mês de dezembro de 2017, quando normalmente o trabalhador recebe algumas gratificações e a parcela do 13º salário, vários magistrados alagoanos receberam salário líquido de mais de R$ 150 mil; levantamento feito com dados disponibilizados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que 55% dos juízes alagoanos ficaram acima do teto constitucional

Com base nos dados publicados no Portal da Transparência, no mês de dezembro de 2017, quando normalmente o trabalhador recebe algumas gratificações e a parcela do 13º salário, vários magistrados alagoanos receberam salário líquido de mais de R$ 150 mil; levantamento feito com dados disponibilizados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que 55% dos juízes alagoanos ficaram acima do teto constitucional (Foto: Voney Malta)
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Por Cada Minuto - As gratificações para os membros do judiciário nasceram na forma de reivindicar equiparação salarial, fato comum a qualquer cidadão que exerça uma profissão e busque melhorias na remuneração da sua mão de obra laboral. No entanto, com os passar dos anos, o que vem se constatando é um exagero e descontrole na destinação das boas e gordas gratificações para os magistrados.

A transparência sobre o recebimento de cada juiz em todo país, está deixando de ser um tabu e tornou-se uma regra aplicada pelo órgão fiscalizador e responsável por regulamentar o recebimento, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Foi através de cobranças e determinações estabelecida aos tribunais estaduais que a sociedade passou ter acesso com maior facilidade aos salários do Poder Judiciário.

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Embora o salário base de cada magistrado esteja dentro do que determina a Lei sobre o teto máximo, no valor de R$ 33.763,00, é com somatória das gratificações - auxílio moradia, auxílio transporte, auxílio natalidade, ajuda de custo, auxílio saúde, pagamentos de retroativos e gratificações de qualquer natureza, que o valor líquido do subsídio ultrapassa o limite constitucional.

Com base nos dados publicados no Portal da Transparência, no mês de dezembro de 2017, quando normalmente o trabalhador receber algumas gratificações e a parcela do 13º salário, alguns magistrados alagoanos receberam um salário líquido de mais de R$ 150 mil, como é o caso o juiz lotado na comarca de Penedo, Claudemiro Avelino de Souza, que somou com todas as indenizações, vantagens eventuais e total de rendimentos um salário de R$ 218.014,06. 

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Outros seguem quase esse mesmo patamar: Maria Valéria Lins Calheiros recebeu R$ 196.259,41. Ela já foi investigada pelo CNJ, que determinou no ano passado que o Tribunal de Justiça de Alagoas apure se houve má-fé por parte de magistrados que receberam indevidamente valores pagos pela corte alagoana. O processo teve origem em 2009, quando inspeção do CNJ descobriu que alguns magistrados do estado receberam para ocupar o mesmo cargo, na mesma época.

De acordo com o TJ/AL, "os juízes Claudemiro Avelino de Souza e Maria Valéria Lins Calheiros, o valor por eles recebidos foi elevado em razão do pagamento parcial, no mês de dezembro/2017, da Parcela Autônoma de Equivalência (PAE), reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo próprio Corregedor Nacional de Justiça, que, em decisão do dia 13/12/2017, prolatada nos autos do Pedido de providências nº 0009585-13.2017.2.00.0000, afirmou que a PAE não estava sujeita ao Provimento n. 64/2017 da Corregedoria Nacional de Justiça".

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Além da PAE, os referidos magistrados obtiveram o direito a outras verbas. O juiz Claudemiro Avelino de Souza recebeu o valor do abono de permanência que o Tribunal o devia desde o ano de 2014, mas só veio a implantar e apagar tal abono em 2017, portanto, mais de 40 meses depois, tendo sido autorizada a quitação da dívida em dezembro do ano passado (Processo Administrativo nº 2016/9235).

Por outro lado, a juíza Maria Valéria Lins Calheiros recebeu indenização de dois períodos de férias não gozadas (Processo nº 00438.9.2016.001) e o valor retroativo de uma gratificação por acumulação de função temporária (art. 185, III, da Lei Estadual nº 6.564/2005) que o Tribunal a devia de janeiro/2015 a junho/2016, só a tendo pago em dezembro/2017 (Processo nº 01080.8.2016.001).

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Ao determinar a publicação dos salários e seu detalhamento, um levantamento feito com dados disponibilizados pelo próprio CNJ, mostrou que 55% dos juízes alagoanos recebiam acima do teto nacional. O valor de R$ 33.763 é pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e, na época, o Tribunal de Justiça Alagoas informou que respeita o limite do teto. Apesar desse recebimento acima do teto constitucional, não é possível afirmar que os pagamentos são irregulares e ferem a lei.

A Constituição define como teto os salários dos ministros do STF, mas abre margem para exceções ao retirar “parcelas de caráter indenizatório previstas em lei” do cálculo.

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 Em respostas enviadas ao CadaMinuto, a presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas esclareceu que todos os dados referentes ao pagamento de pessoal do Poder Judiciário alagoano estão disponíveis no Portal da Transparência do CNJ. Segundo o relatório “Justiça em Números” 2017 do CNJ (ano-base 2016), o TJ/AL tem, dentre os Tribunais do Brasil, a segunda menor despesa média com magistrados.

"Todos os magistrados alagoanos que receberam acima do teto constitucional no mês de dezembro, fizeram-no de forma legítima, em virtude da percepção do 13º salário, pagamento retroativo da PAE e de abono de permanência, cujos processos administrativos estavam sobrestados aguardando disponibilidade orçamentária/financeira, só alcançada no final do ano passado. Destaque-se, por fim, que 35% dos magistrados de Alagoas não receberam essas verbas indenizatórias", reforçou a corte.

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