Lacerda contrata 300 por critérios políticos
Ao contrário do que prometeu há quatro anos, na campanha eleitoral, prefeito de Belo Horizonte mantém a estrutura de contratação por critérios políticos, e não técnicos. Há apadrinhados de vereadores a senadores e ministros, como Aécio Neves e Fernando Pimentel
Minas 247 - O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), parece ter sucumbido à prática de lotear o serviço público entre apadrinhados de políticos que o apoiam. Reportagem do jornal Hoje em Dia, feita pelo repórter Ezequiel Fagundes, revela que há pelo menos 300 cargos comissionados de segundo e terceiro escalões cujo principal critério de seleção foi partidário.
A situação contrasta com as promessas feitas por Lacerda há quatro anos, quando era candidato à Prefeitura de BH. No início de seu mandato, ele chegou a exigir de aliados currículos com perfil técnico e até prova escrita dos interessados nas vagas.
Segundo o Hoje em Dia, os postos mais cobiçados nas indicações são os de secretário, secretário-adjunto e gerentes, com salários, respectivamente, de R$ 15 mil, R$ 11,4 mil, para os dois primeiros casos; e de R$ 1,9 mil e R$ 7,2 mil para os gerentes.
Os líderes entre os políticos que mais indicaram cargos na PBH são o vereador Silvinho Rezende, do PT, e a deputada estadual Luzia Ferreira, do PPS. Os dois fizeram sete indicações cada um, segundo a lista feita pelo jornal mineiro, com base em conversas com parlamentares de todos os partidos.
Há vários casos de indicações que obedecem a critérios familiares. O ex-vereador e hoje empresário Valdivino Pereira de Aquino (PSC), por exemplo, mantém a irmã Neli Pereira na gerência de promoção de eventos da regional Venda Nova.
A lista também mostra políticos importantes, como o ministro Fernando Pimentel (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB). O primeiro indicou Rita Margarete de Cássia Freitas Rabelo no posto de secretária da regional Leste da PBH; já Aécio banca a indicação do secretário da regional Pampulha, Osmando Pereira da Silva.
Outro dos “campeões” em indicações atendidas é o deputado federal Miguel Corrêa Júnior, um dos nomes do PT para a candidatura a vice-prefeito na chapa de Marcio Lacerda nas eleições deste outubro. Ele tem cinco apadrinhados na PBH, mesmo número do vereador João da Locadora, também petista.
Em janeiro deste ano, o jornal Estado de Minas revelou que a prefeitura negociava com a Câmara Municipal a aprovação de um projeto de lei que prevê a criação de 52 cargos para preenchimento sem concurso público. Um dia depois de publicada a denúncia pelo jornal, porém, o prefeito Marcio Lacerda determinou a retirada de tramitação da matéria. O cabidão custaria R$ 3,16 milhões por ano aos cofres públicos. Enquanto isso, há mais de 3,5 mil aprovados em concurso da PBH apenas aguardando o chamado para ingressar na administração municipal.
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