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Minas é líder em mortes por uso de drogas

Levantamento feito entre 2006 e 2010 mostra mdia de 2,9 bitos por dia devido ao consumo de lcool no estado. Mortes por cocana cresceram 325% no perodo

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Um ranking liderado por Minas Gerais sem qualquer vestígio de orgulho: o estado é o campeão em número de mortes devido ao uso de drogas legais e ilegais, como a cocaína e o álcool. O levantamento foi feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) entre 2006 e 2010, com base no registro de mortes do Ministério da Saúde.

O álcool vitimou fatalmente 5.379 pessoas em Minas, 1.061 delas apenas em 2010 - média de 2,9 mortes por dia. No caso da cocaína, foram 134 óbitos, mas o que mais preocupa é o crescimento - eles pularam de 12, em 2006, para 51 em 2010, expansão de 325%.

As mortes por conta do fumo também são ruins: o estado aparece em terceiro lugar.

 

Leia abaixo o texto do jornalista Rafael Rocha publicado no portal do jornal O Tempo (ou clique aqui para lê-lo no site do próprio jornal) 

 

Minas é campeã no ranking de mortes por cocaína e álcool

 

Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou uma triste realidade para os mineiros. Eles figuram como os que mais morrem por causa do uso de drogas legais e ilegais, como a cocaína e o álcool, em todo o país. As mortes por causa do fumo também acendem um alerta, já que o Estado aparece em terceiro lugar. O estudo levou em conta o período entre os anos de 2006 e 2010 e se baseou no registro de mortes do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Segundo a CNM, Minas registrou 5.379 óbitos ligados ao abuso do álcool nos quatro anos avaliados. Só em 2010, foram 1.061 vítimas - uma média de 2,9 mortes por dia. O Estado tem 23 entre os 50 municípios brasileiros com as maiores taxas de mortalidade por abuso de álcool.
Assim como no resto do país, a maioria das vítimas do álcool é homem, com idade entre 40 e

49 anos. No Brasil, foram 34.573 mortes - dessas, 31.118 eram homens. De acordo com o psiquiatra Valdir Ribeiro, membro da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da Associação Médica de Minas, é a partir dos 40 anos que começam a aparecer as complicações de saúde causadas pelo abuso do álcool.
"Muitas pessoas beberam por mais de 30 anos. E, geralmente, vimos casos gravíssimos de gente que começa a frequentar a urgência médica em torno dos 40 anos de idade", explica o especialista. E o problema está em todo Estado: dos 853 municípios mineiros, 718 tiveram mortes causadas pelo consumo da bebida.
No caso da cocaína, foram 134 óbitos. E o relatório da CNM aponta que as estatísticas crescem a cada ano. Em 2006, foram 12, passando para 51 em 2010 - a elevação foi de 325%.

O estado tem três entre os cinco municípios com mais mortes por causa da droga.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, afirma que os números apontam uma falta de capacitação técnica para combater o problema. "Em Minas, (o problema das drogas) parece ser mais grave", afirma. Para ele, faltam políticas nacionais e estaduais para o enfrentamento e o combate às drogas. "É uma guerra terrível e sem fim. E isso nos preocupa", completa.

O tabaco também é uma causa de morte que preocupa. De 2006 a 2010, 459 mineiros morreram por doenças relacionadas ao cigarro. E, assim como no caso da cocaína, o número de vítimas cresce com o passar do tempo. No primeiro ano avaliado, foram 70 mortes. Em 2010, 117 mineiros perderam a vida.

O subsecretário de Políticas sobre Drogas, Cloves Benevides, credita o grande número de mortes por cocaína em Minas à extensa malha rodoviária do Estado. A presença da droga é facilitada pelas rotas do tráfico que cruzam as terras mineiras.Ele foi a Brasília na última sexta para tentar mais recursos para o combate às drogas.
No caso do álcool, Benevides coloca os acidentes de trânsito como vilões. "Os jovens têm bebido cada vez mais cedo, e bebidas cada vez mais potentes. É uma questão cultural".

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