MST ocupa vínicolas do Vale do São Francisco
A Vinícola Bianchetti, localizada na cidade de Lagoa Grande, no Sertão do São Francisco, foi ocupada por cerca de 140 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); a fazenda foi invadida por cerca de 140 famílias durante a madrugada desta segunda-feira (11), esta é a segunda invasão de vinícolas da região do Vale do São Francisco em menos de 30 dias; a região é responsável por cerca de 90% das exportações brasileiras de uvas de mesas e mangas, além da produção anual de 5 milhões de litros de vinhos finos
Mariana Almeida / Pernambuco247 - A Vinícola Bianchetti, localizada na cidade de Lagoa Grande, no Sertão do São Francisco, foi ocupada por cerca de 140 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A fazenda foi invadida por cerca de 140 famílias durante a madrugada desta segunda-feira (11), sendo acompanhada pela Polícia Militar. Esta é a segunda invasão de vinícolas da região do Vale do São Francisco em menos de 30 dias. A região é responsável por cerca de 90% da exportação brasileira de uvas de mesas e mangas, além da produção anual de 5 milhões de litros de vinhos finos.
Em outubro, a Vinícola Milano, com mais de 2,2 mil hectares, também foi invadida por cerca de 1,5 mil famílias, segundo o próprio MST.. Devido à invasão, a 8ª edição da Feira de Uva e Vinho do Nordeste (Vinhuva Fest), marcada para os dias 14, 15 e 16 de novembro foi suspensa. A mudança no calendário prejudica técnica e financeiramente a organização do evento, que atrai todos os anos cerca de 100 mil pessoas para a cidade de Lagoa Grande, no Vale do Rio São Francisco. Apesar da ordem judicial para que a fazenda Milano fosse desocupada, os agricultores sem-terra permanecem acampados no local. Procurados pela reportagem, representantes do MST não foram localizados.
Em nota, o presidente da Associação dos Produtores e Exportadores Hortifrutigranjeiros do Vale do São Francisco (Valexport), José Gualberto, manifestou indignação com as invasões, destacando que a situação é fruto da “omissão e/ou lentidão das autoridades”, além de “cobrar soluções imediatas, com vistas à estabilização da agricultura irrigada, antes mesmo que as invasões estejam abertas a novas áreas, o que já têm acontecido”, disse no texto.
Também em nota, o MST observa que a Fazenda Milano pertence ao diretor da Valexport, José Gualberto, e que ele estaria tentando politizar a questão. Além disso, os agricultores ressaltam que várias fazendas na região foram alvo de desapropriações para fins de reforma agrária e que “a fazenda Milano, localizada no centro da estrada da reforma agrária, sempre serviu como base de apoio da reação conservadora contrária à Reforma Agrária”.
Além disso, o MST aponta que a Milano possui “dívidas com bancos públicos, INSS e Ministério do Trabalho que ultrapassam os R$ 75 milhões. Portanto, sem contar as dívidas com o governo estadual e municipal, representa aproximadamente 6 vezes maior que seu capital”, ressalta a nota. Ainda segundo o MST, peritos da Justiça Federal teriam avaliado a Fazenda Milano em R$ 12 milhões. José Gualberto foi procurado para comentar as denúncias feitas pelo MST mas não foi localizado pela reportagem.
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