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Novas gerações se preparam para "decolar" no mercado

Simuladores online chegam às redes sociais e incentivam desempenho do investidor com viagens e prêmios em dinheiro

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Luciane Macedo _247 - Os simuladores de investimento na internet, que surgiram como parte de uma estratégia da BM&FBovespa para popularizar a Bolsa de Valores e os Mercados Futuros, continuam sendo uma das ferramentas preferidas dos potenciais investidores para conhecer os mecanismos de funcionamento desses mercados antes de efetivamente ingressar neles. Quase uma década depois, essas ferramentas online ganharam as redes sociais e estão cada vez mais parecidas com o mundo real dos investimentos.

Seja através de simuladores da própria BM&FBovespa, daqueles desenvolvidos por corretoras, para se parecer mais com o homebroker, ou de ambientes de investimento inseridos dentro de jogos no Facebook, as oportunidades de aprender sem sair de casa nunca foram tão variadas e direcionadas a tanta gente, de diferentes faixas etárias e com perfis tão variados. Até o Tesouro Direto, popular investimento de renda fixa que ganha cada vez mais adeptos pela segurança e rentabilidade, tem seu próprio simulador.

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A estratégia educacional parece ter dado certo: em 2002, o número de investidores no mercado acionário girava em torno de 85 mil. Atualmente, são 595 mil. Os usuários cadastrados nos simuladores da BM&FBovespa -- seis, no total (veja gráfico) --, já somam 1 milhão e 242 mil. No Facebook, o jogo Dosh conta com quase 50 mil usuários ativos, que podem "investir" não só no mercado acionário brasileiro, mas também no americano, para avançar no jogo.

As possibilidades de aprendizado em ambientes simulados não devem ser confundidas com a experiência real nos mercados que tentam imitar. Mas a grande vantagem dos simuladores é justamente não perder dinheiro. E, enquanto aprendem, os potenciais investidores do futuro ainda podem ganhar prêmios, que variam de viagens a cursos. No Dosh, gíria britânica para dinheiro, os melhores investidores também podem ser recompensados trocando a sua taxa de performance no jogo por dinheiro de verdade.

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"Os simuladores têm uma razão didática de existir, as pessoas podem se ambientar com a realidade das operações e do jargão", avalia Conrado Navarro, investidor e criador do blog de educação financeira Dinheirama. "Vale usar um simulador para aprender sobre os preços, as ordens de compra e venda das ações, e também para tirar dúvidas básicas que devem ser sanadas antes de ingressar no mercado".

Segundo Navarro, também é importante que o potencial investidor se sinta confortável com a interface do simulador para ele não estranhar muito quando estiver operando no mercado acionário de verdade, com o homebroker das corretoras. Neste aspecto, porém, os simuladores variam do mais simples ao que mais se assemelha a um homebroker. "O homebroker parece mais complicado, tem uma interface mais complexa, mas quem já experimentou os simuladores vai se familiarizar mais rápido", diz Navarro.

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O SimulaTrader, da Renascença, foi desenvolvido para ser bem parecido com seu próprio homebroker, atendendo a pedidos dos frequentadores dos cursos e palestras da própria corretora. "Os alunos queriam praticar o que aprendiam nos cursos, queriam um test-drive do mercado", diz Eric Cardoso, gestor do portal RenaTrader, onde os investidores encontram tanto o homebroker, quanto o simulador da Renascença. "Nosso grande diferencial é que temos uma equipe de suporte para ajudar quem usa o simulador", comenta Cardoso. "É uma semente que estamos plantando com o futuro investidor". Segundo o gestor da Renascença, desde o lançamento do SimulaTrader, em agosto deste ano, 600 usuários se cadastraram no simulador e 540 já realizaram operações.

Mas quem espera reproduzir no mercado operações que foram bem sucedidas em qualquer simulador corre o risco de perder dinheiro. "É preciso tomar cuidado com esse pensamento de que um portfolio de sucesso no simulador vai funcionar no mercado", adverte Navarro. "O simulador vai mostrar que é preciso muito mais do que simplesmente comprar e vender para começar a ter algum retorno na carteira de investimentos". Para Navarro, o simulador pode ser um grande aliado para despertar, ou não, um potencial investidor. "Ele ajuda muito para avaliar o perfil e para que o usuário decida se aquele tipo de investimento é para ele ou não".

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Para José Alberto Netto Filho, professor de Educação Financeira da BM&FBovespa, é importante que o simulador seja usado com compromisso e com o objetivo de ter êxito com a carteira de investimentos. "Usar o simulador só para comprar e vender ações prejudica o propósito educacional, porque o usuário não vai perceber os fatores que afetam a rentabilidade da ação e do próprio mercado", diz o professor. "Ninguém deve esperar que vai sair um investidor pronto do simulador", adverte. Além da experiência simulada, é necessário ter conhecimento e conviver com a rotina do mercado, o que pode ser feito através de outros canais, como cursos e palestras da BM&FBovespa, das corretoras, de consultorias e portais de investimento. "Só ganha o campeonato quem treina bem", comenta o professor.

André Fonseca, sócio da ZukFab, empresa brasileira que desenvolveu o Dosh, é um apaixonado pelo mercado de ações e também aposta no fator educacional do ambiente simulado para despertar futuros investidores, mas vai além. Quando criou o jogo, que tem o patrocínio de duas grandes corretoras, a Ativa e a Icap, decidiu usar o ambiente das redes sociais para potencializar os ganhos do investidor. Com a popularidade do Facebook, Fonseca investiu em atrativos que funcionam especialmente com o público mais jovem das redes sociais, como marcas conhecidas -- cujas ações são negociadas na Nasdaq e na NYSE, a bolsa nova-iorquina.

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"Não dá para comparar o número de pessoas que conhecem o Google com as que conhecem a CSN, só para mencionar uma blue bhip brasileira", diz Fonseca, referindo-se à Companhia Siderúrgica Nacional. "A proposta do Dosh é estimular as novas gerações a brincar com marcas famosas para aprender como funciona o mercado de ações", assinala o criador do jogo, apostando na migração dos entusiastas para o ambiente real de mercado da Bolsa de Valores brasileira. "Queremos instruir os futuros investidores, que, na sua maioria, estão no Facebook", complementa Álvaro Bandeira, diretor da Ativa. "Eles estão numa faixa etária com potencial para trazer investidores mais arrojados ao mercado".

Além do ambiente multibolsas, que em breve deve incluir também os mercados asiáticos, outra inovação do Dosh é permitir que os jogadores invistam uns nos outros, alocando capital nos mais bem sucedidos, o que também estimula os players a fazer as jogadas certas para o sucesso do portfolio. Os rendimentos, medidos pela taxa de performance do Dosh, também podem ser trocados por dinheiro real. "Acima de R$ 400, já é possível fazer a troca", diz Fonseca. A conversão do dinheiro virtual para o real obedece a uma taxa do próprio jogo, que varia diariamente, e os jogadores podem receber sua recompensa pelos bons investimentos através do PayPal. "Quem tem muitos seguidores e está mandando bem no jogo pode ganhar um dinheirinho", comenta o criador do Dosh. "A recompensa é resultado da capacidade do jogador de gerar rentabilidade acima do Ibovespa".

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Seja no Dosh ou nos simuladores que mais se assemelham ao mundo real, a melhor aposta ainda é investir no conhecimento antes de ingressar no mercado, seja ele de renda variável ou renda fixa. E nada substitui a experiência real adquirida com o tempo. Nesse sentido, simuladores e mercado podem ser aliados complementares do investidor, assim como o simulador de vôo e a experiência real são do piloto. Se, por um lado, o futuro piloto pode derrubar o avião quando está no simulador, o futuro investidor também pode perder dinheiro no ambiente simulado e aprender com os erros. Mas, para ser um bom piloto, ainda são necessárias muitas horas de vôo. Da mesma forma, para começar a ganhar dinheiro no mercado, é preciso adquirir, também, experiência.

LINKS

Dosh (só no Facebook)
SimulAção (também no Facebook e no Orkut)
UOL Invest, FolhaInvest e Simulador Exame
Mercados Futuros
Tesouro Direto
SimulaTrader

(Publicada em 3 de Outubro de 2011 às 12:57)

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