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Novo ministro quer usar polêmico mosquito transgênico contra a dengue

Ricardo Barros, defendeu nesta sexta (13), em sua primeira entrevista coletiva como ministro da Saúde, o uso de mosquitos transgênicos como medida de combate ao Aedes aegypti; “Vamos em busca dessa tecnologia de esterilização do mosquito e de outras. O negócio é matar o mosquito, atacar o vetor”, disse; a estratégia é considerada temerária pelo professor do programa de pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural da UFSCar, José Maria Gusman Ferraz; “Enquanto outros países ainda estudam os riscos da soltura desses organismos geneticamente modificados aos ecossistemas e consequentes danos à saúde, o Brasil já liberou sem uma avaliação séria.Loucura total, mas era esperado de um governo desses", afirmou

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RBA - O ministro da Saúde, Ricardo Barros, defendeu hoje (13), em sua primeira entrevista coletiva como integrante do primeiro escalão do governo interino de Michel Temer (PMDB), o uso de mosquitos transgênicos como medida de combate ao Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya. De acordo com ele, combater o vetor será prioridade em sua gestão quanto a essas doenças.

“Vamos em busca dessa tecnologia de esterilização do mosquito e de outras. O negócio é matar o mosquito, atacar o vetor”, disse, destacando ainda intensão de implementar medidas como multa para quem dificultar o acesso de agentes de saúde em imóveis para verificar focos de proliferação do Aedes.

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A estratégia é considerada temerária pelo professor do programa de pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), José Maria Gusman Ferraz.

“Enquanto outros países ainda estudam os riscos da soltura desses organismos geneticamente modificados aos ecossistemas e consequentes danos à saúde, o Brasil já liberou sem uma avaliação séria, pulando etapas estabelecidas por protocolos de pesquisa. Fazemos nossa população de cobaia”, afirma Ferraz, autor de parecer contrário à aprovação em 2013, quando integrava a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). “Loucura total, mas era esperado de um governo desses.”

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A ideia de Barros é ampliar em escala nacional o que já se fez em Piracicaba (SP), mesmo sem autorização da Anvisa. No começo de 2015, o prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) comprou da Oxitec do Brasil um lote de OX513 – como são chamados esses mosquitos transgênicos – pelo valor considerado “simbólico” de R$ 150 mil.

A empresa, de capital britânico com sócios brasileiros, alguns ligados aos tucanos, promete “reduzir significativamente” a população do Aedes pela obtenção de mosquitos estéreis a partir do cruzamento entre machos transgênicos com as fêmeas silvestres, que muito provavelmente vão morrer antes de chegar à fase adulta.

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Multas
Barros destacou ainda a necessidade de maior adesão da população ao combate ao mosquito. E que nessa força-tarefa, que deve ser compartilhada com prefeitos, não devem ser descartadas penalidades a quem impedir a entrada de agentes sanitários em busca de criadouros. “Há uma cultura na população de só fazer o que tem de ser feito para não ser multado”, destacou, lembrando campanhas bem-sucedidas, como do uso de cinto de segurança nos veículos.

A flexibilização de regras para facilitar o registro de medicamentos pela Anvisa – outro ponto polêmico – foi defendida pelo novo ministro. “Pesquisas clínicas que já foram feitas lá fora tem de ser utilizadas aqui porque custam milhões para os laboratórios esses testes, e isso encarece o custo e atrasa o registro de novos medicamentos. É preciso agilizar os processos, claro que prejuízo à segurança da população”.

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Conforme já vinha sendo anunciado, o maior controle sobre os recursos da pasta deverá pautar suas políticas. No entanto, o novo ministro negou cortes. “Não vamos ter dinheiro para tudo, não teremos ampliação de recursos. Mas vamos melhorar o gasto dos recursos, nos adequar à crise e otimizar o gasto do que se tem, sem penalizar os prestadores de serviço”.

Uma medida nesse sentido, será investir no aperfeiçoamento de um sistema de informações que identifique os gastos dos recursos do SUS nos estados e municípios.

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O ministro disse ainda que o programa Mais Médicos deverá incentivar maior participação dos médicos brasileiros formados no país ou no exterior, apesar de serem os que mais desistem ao longo de seus contratos.

Biografia
Deputado federal pelo PP do Paraná, Ricardo José Magalhães Barros é engenheiro civil e empresário. Foi Deputado Federal e prefeito de Maringá. É filho do ex-prefeito de Maringá Silvio Magalhães Barros e irmão do também ex-prefeito Silvio Barros. Foi secretário de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Paraná de 2011 a 2014 (gestão do tucano Beto Richa).

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Teve seu nome ligado ao uso irregular de recursos federais na empresa Magalhães Barros Radiodifusão Ltda. e o processo ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). E foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Paraná por ofensa ao princípio da moralidade por dispensa de licitação e simulação na venda de maquinários públicos (coletores de lixo) em 1991, quando prefeito de Maringá.

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