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“O etarismo é a generalização da velhice”, concordam especialistas

O preconceito contra idosos foi o tema do programa “Um Tom de resistência” desta semana na TV 247. “Há uma uniformização da velhice, que generaliza os idosos como sendo incapazes”, disse a jornalista Beltrina Corte em debate com a empreendedora Leila Gravano e o apresentador Ricardo Nêggo Tom. Assista

(Foto: Agência Brasil)
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247 - A jornalista e professora Beltrina Corte e a professora e empreendedora Leila Gravano foram as convidadas de Ricardo Nêggo Tom no programa “Um Tom de resistência”, exibido na TV 247. 

Embora o termo “etarismo” e as abordagens a respeito do tema sejam recentes, o preconceito contra pessoas de mais idade é histórico. “Existem várias terminologias para se nomear o preconceito contra idosos. Tem ageismo, idadismo, idosismo e etarismo. Todas elas vão falar sobre a discriminação baseada na idade ou sobre aquilo que é considerado demasiado velho. Desde os anos 1960, já temos movimentos alertando com relação às consequências desse tipo de preconceito, que vai deixando à margem as pessoas à medida que elas vão envelhecendo. Seja no mercado de trabalho, seja no círculo de amizades, seja na mídia que glamouriza a juventude como valor, em contraponto aos mais velhos. Há uma uniformização da velhice, que generaliza os idosos como sendo incapazes”, explicou Beltrina Corte.

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Na mesma linha, Leila Gravano concorda que a velhice costuma ser generalizada e chama a atenção para ressignificação do termo “etarismo” para os idosos. Na sua opinião, “o etarismo também conversa com os mais jovens. Ele fala de uma faixa etária, onde você é jovem ou velho demais para ocupar um determinado cargo, por exemplo. Inclusive está surgindo um outro termo que é a ‘velhofobia’, que é bem mais direto no que diz respeito ao preconceito, o horror à velhice e a tudo que isso representa. Na minha área de pesquisa com relação ao empreendedorismo, o meu lema é longevidade com qualidade. Não adianta a expectativa de vida aumentar, se, em contrapartida, a gente não tem uma qualidade de vida pra usufruir dessa velhice com segurança”, disse.

O sexismo foi apontado como mais um componente do preconceito etário, onde as mulheres acabam sendo as mais prejudicadas. Para Beltrina, “essa é uma questão de longa data. Somos uma sociedade machista, onde a mulher sempre foi tida como objeto. As novas gerações estão tendo mais orgulho de ser mulher, o que não acontecia com as gerações passadas. Estamos num processo de construção de uma mudança de cultura, mas tudo ainda é muito lento”, disse. Leila segue o mesmo raciocínio, e cita o patriarcado como o responsável por essa visão. “Vivemos numa sociedade patriarcal, onde nós mulheres, principalmente, as negras, estamos na base da pirâmide social. É preciso muito diálogo e muito tempo para mudarmos isso. Os homens, inclusive, deveriam se engajar mais nessa questão do diálogo sobre a masculinidade e sobre o etarismo.”

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Um episódio do canal de humor “Porta dos Fundos”, que foi acusado de etarismo por ter infantilizado uma pessoa de 57 anos, a comparando com alguém que precisa ser tutelada por não estar mais em condições de distinguir o que é certo ou errado, também esteve em discussão durante o debate. “O Porchat foi muito infeliz e muito mal assessorado nessa esquete. A equipe de produção dele está muito desatualizada. Chamar alguém de 57 anos de ‘velho’, e se dirigir a essa pessoa como se ela fosse um objeto, foi um grande equívoco”, opinou Beltrina. Para Leila, “se alguém com 57 anos já está sendo visto como tão velho assim, com que idade vamos definir quem é idoso a partir de agora? Retratar uma pessoa de 57 anos com tanta incapacidade, a ponto de ser tratada como uma criança, foi ridículo”, comentou.

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