Opinião: Zuckerberg penaliza notícias e deixa futuro do Facebook sem rumo
Considerações sobre as mudanças na timeline do Facebook.
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Por Pedro Zambarda, editor do DigiClub.
A eleição de Donald Trump foi um golpe duro no Facebook e em seu fundador, Mark Zuckerberg. Cercado de falta de credibilidade, sua plataforma social, que hoje reúne dois bilhões de usuários ativos, tornou-se no espaço de proliferação de fake news e de guerras culturais que facilitaram a diminuição da influência de Hillary Clinton e do Partido Democrata com denúncias de corrupção.
No dia 5 de janeiro de 2018, Zuckerberg publicou suas resoluções de ano novo. Ele diz que quer combater o discurso de ódio na rede social e criticou as intervenções da Rússia no cenário eleitoral norte-americano. Hackers russos teriam ajudado o WikiLeaks e Trump com denúncias de Hillary, afirmou o BuzzFeed em 2017. O executivo de Palo Alto, na Califórnia, também estaria estudando criptomoedas para criar, talvez, uma "Facecoin" - assim como o Bitcoin.
Os planos de Mark Zuckerberg ganharam contornos reais neste dia 10. O Facebook anunciou oficialmente que vai rebaixar notícias no Newsfeed, página principal da rede, e vai valorizar posts de amigos dos usuários. O Bom Dia da sua mãe vai entrar num destaque maior do que um furo de reportagem sobre a Operação Lava Jato.
O objetivo da mudança é matar dois coelhos em uma só: isentar o Facebook de qualquer acusação de notícias falsas e exigir dos produtores de conteúdo que paguem para a divulgação em sua plataforma. O pagamento será a única forma de expandir seu serviço, enquanto o algoritmo da rede vai captar mais dados privados para vender publicidade.
Hoje o Facebook é o terceiro site mais visitado no mundo segundo o ranking Alexa. Perde por pouco do buscador do Google. Recentemente, a FCC derrubou a Neutralidade da Rede, o que permite que operadoras cobrem mais caro por vídeos no YouTube e ofereçam internet mais barata dentro do Facebook. As duas medidas, do Facebook e da Neutralidade, não tem relação? Óbvio que tem.
No entanto, efeito não surtiu uma recepção boa. As ações da empresa no mercado financeiro caíram 4%, segundo publicamos aqui no DigiClub.
Criado em 2004, o Facebook era uma rede social universitária que se tornou global e suprimiu o Orkut. De 2014 para hoje, a rede se tornou um sucesso bilionário e constitui um monopólio de publicidade ao lado do Google na maioria dos países do mundo, enfrentando resistências apenas na China e outro mais fechados.
Mas a fórmula do sucesso do Face apresenta sinais de esgotamento. Pagar é a única forma de financiamento e expressão na rede? Explorar dados privados dos usuários não vai estourar um escândalo como foi visto na denúncia de Edward Snowden envolvendo a NSA?
Onde está a comunicação orgânica.
Não podemos esquecer que o Facebook tem backdoors, vazamentos de dados privados, que favoreceram a inteligência governamental NSA. O Estado norte-americano é vigilante através da rede de Mark Zuckerberg.
Tudo isso foi organizado na era Barack Obama, e permanece na presidência Trump.
Face é poderoso, mas parece sem rumo e desagrada seus clientes.
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