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Os números de Dilma: “É a economia, estúpido”

Resultado do PIB no primeiro trimestre por um lado decepcionou. Mas, por outro, já revela sinais de recuperação, também mostrada por três índices recordes: a queda da dívida pública, do desemprego e da taxa de juros. Em meio a crises políticas, Dilma faz a mesma aposta que deu a eleição a Bill Clinton em 1992, resumida pela famosa frase do seu marqueteiro James Carville

Os números de Dilma: “É a economia, estúpido” (Foto: Edição/247)
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Minas 247 - “É a economia, estúpido!”, escreveu James Carville, o estrategista eleitoral do então candidato dos democratas à presidência dos Estados Unidos, Bill Clinton. A frase, estampada num cartaz pendurado na sede da campanha, explicava as razões da vitória de Clinton sobre George Bush, o pai, que tentava a reeleição inspirado no boom patriótico trazido pela vitória na Guerra do Golfo, um ano antes.

Dilma Rousseff já tem sua aposta para ser reeleita daqui a dois anos e, adivinhe, o ponto central será a economia. Os resultados até aqui ainda são tímidos. Os especialistas não se cansam de lembrar que parte relevante da alta popularidade da presidenta brasileira se deve ao seu comportamento em relação às denúncias de corrupção. Mas será que isso é suficiente? No Palácio do Planalto, todos sabem que não. O que garantirá a Dilma um novo mandato? “É a economia, estúpido”, poderia ser o cartaz colado sob a mesa de Dilma.

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O resultado do PIB no primeiro trimestre não é animador, com crescimento de 0,2%, o pior entre as chamadas economias emergentes. Mas esse é o lado mais visível. Há números menos destacados que animam o staff econômico do governo federal.

O desemprego, por exemplo, ficou em 6% em abril, a menor taxa para o mês na história - pelo menos desde 2002, quando a série histórica do IBGE começou. Ela mostra que a recessão prenunciada por alguns economistas sofre resistência no país. A mesma pesquisa mostrou que a renda média do trabalhador brasileiro aumentou 6,2% em relação a 2011.

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O PIB maior em apenas 0,2% mostra que, embora tímido, ainda há crescimento. Ele não é suficiente para trazer de volta o otimismo do segundo mandato do governo Lula (2007-2010), mas tende a crescer. No ano passado, o aumento dos juros para combater a inflação gerou o esfriamento da atividade. A expectativa agora é que a queda dos últimos meses tende ao efeito contrário.

Os juros, por sinal, são o grande trunfo plantado por Dilma, que espera colher os resultados a partir do próximo ano. Na semana passada, o Banco Central cortou a taxa básica (Selic) pela sétima vez consecutiva, levando-a para 8,5% ao ano. A menor da história, mas ainda muito inferior à taxa real cobrada pelos bancos no financiamento a empresas e consumidor. Ou seja, o juro caiu na base, mas continua muito alto na ponta, que é o que interessa mais à economia real. Mas a recente investida do governo sobre o spread bancário, com uso dos bancos públicos (Caixa e Banco do Brasil) para forçar a concorrência, já começa a trazer resultados nessa área. Difícil duvidar que isso terá reflexo sobre a atividade econômica nos próximos meses.

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O juro menor, para desespero dos economistas ligados ao sistema financeiro, também começa a refletir-se favoravelmente sobre as contas públicas - ou seja, já gera efeito sobre o item econômico mais caro a esse grupo de economistas. No fim da semana passada, o Banco Central divulgou que a dívida líquida do setor público encerrou abril em 35,7% do PIB. É o menor nível da série histórica iniciada em 2001. Mais: apenas em quatro meses, o setor público já acumulou quase a metade (43%) da meta de superávit primário para todo este ano. Significa que, muito provavelmente, haverá mais folga para aumentar investimentos públicos no segundo semestre.

Depois dos juros, Dilma agora elege dois novos alvos de seu governo, não coincidentemente também na economia: as tarifas de telefonia e de energia elétrica. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, já foi determinado a fazer estudos para reduzir os impostos sobre o setor, assim como o de Minas e Energia, Édison Lobão.

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Vai dar certo? O tempo dirá, mas Dilma já colocou suas fichas no jogo. Se Carville novamente estiver certo, a recuperação econômica garantirá mais quatro anos para a presidenta brasileira.

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