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Otto: 'A Lava Jato precisa ter prazo para terminar'

Senador baiano Otto Alencar (PSD) diz que o Senado entrou na rota de crise por conta da prisão do colega de parlamento Delcídio Amaral (PT-MS), e sua relação próxima com o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; embora esteja na base do governo, Otto votou a favor da manutenção da prisão de Delcídio e defendeu que as investigações da Operação Lava Jato atinjam os responsáveis pelos esquemas na estatal petrolífera brasileira; apesar de apoiar as investigações, o senador afirma que a "Lava Jato parou o País", e que "a presidente Dilma precisa voltar a ter governabilidade para tirar o Brasil da crise"

Senador baiano Otto Alencar (PSD) diz que o Senado entrou na rota de crise por conta da prisão do colega de parlamento Delcídio Amaral (PT-MS), e sua relação próxima com o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; embora esteja na base do governo, Otto votou a favor da manutenção da prisão de Delcídio e defendeu que as investigações da Operação Lava Jato atinjam os responsáveis pelos esquemas na estatal petrolífera brasileira; apesar de apoiar as investigações, o senador afirma que a "Lava Jato parou o País", e que "a presidente Dilma precisa voltar a ter governabilidade para tirar o Brasil da crise" (Foto: Romulo Faro)
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Bahia 247 - O senador baiano Otto Alencar (PSD) diz que o Senado entrou na rota de crise por conta da prisão do colega de parlamento Delcídio Amaral (PT-MS), e sua relação próxima com o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Embora esteja na base do governo, Otto votou a favor da manutenção da prisão de Delcídio e defendeu que as investigações da Operação Lava Jato atinjam os responsáveis pelos esquemas na estatal petrolífera brasileira.

Apesar de apoiar as investigações, o senador afirma que a "Lava Jato parou o País", e que "a presidente Dilma precisa voltar a ter governabilidade para tirar o Brasil da crise".

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Em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, Otto Alencar ainda afastou a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, opinou sobre a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Abaixo os principais trechos e aqui a entrevista completa do senador à Tribuna da Bahia.

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Como viu a votação no Senado, que manteve a prisão do senador Delcídio Amaral?

Nós todos ficamos perplexos com a situação, com a surpresa. Na véspera ele estava no Senado conosco, inclusive debatendo assuntos de interesses da Bahia. E aí na quarta de manhã nós fomos surpreendidos.Tivemos uma reunião na presidência do Senado, com o presidente Renan Calheiros e todos os líderes, para decidir como seria a votação, se seria aberta ou secreta. Levamos ao plenário, que é soberano ao regimento, e ele decidiu pela votação aberta. E como as provas eram muito contundentes, eram provas muito reais, o Supremo [Tribunal Federal – STF] determinou a prisão alegando obstrução da Justiça, que permite a prisão. A maioria dos senadores, inclusive eu, o Pinheiro (PT) e a Lídice (PSB) votamos pela manutenção da decisão. Ficaria muito ruim se o STF mandasse prender pela manhã e o Senado soltasse o Delcídio à tarde.

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Como avalia as investigações da Lava Jato?

Tanto o Ministério Público quanto a Polícia Federal têm procurado fazer um trabalho que tenta, de alguma forma, mostrar que não dá para quem está na vida pública, por mandato ou por indicação política, caminhar pela trilha da improbidade administrativa. O que tem acontecido é essa assepsia geral daqueles que participaram desse escândalo, mas eu espero que haja uma conclusão, para o país retomar o crescimento econômico, conter o desemprego e conter a inflação, que é fundamental. A Lava Jato desencadeou uma crise muito grande, que envolve o poder Executivo, de todos aqueles da Petrobras, e o poder Legislativo, de vários deputados e senadores. Eu acho que toda a investigação deve ser concluída sem interferência, para que os culpados sejam punidos de acordo com a lei. Mas é preciso que a Lava Jato tenha prazo para terminar. Se o Brasil continuar com a presidente Dilma na situação em que se encontra, de fragilidade, e a Câmara Federal, com a fragilidade de seu presidente, Eduardo Cunha, nós vamos passar esses quatro anos de governo sangrando? O país não aguenta mais passar quatro anos sangrando. Se continuar, o desemprego vai chegar aos dois dígitos, a inflação da mesma forma, o desaquecimento da economia, vamos ter, talvez, uma convulsão ou uma grande marcha ré social.

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Há algum tipo de excesso nas investigações? Muito se diz que o país precisa ser passado a limpo. De que forma isso aconteceria?

Não vejo excessos. O país já vem sendo passado a limpo desde a época do mensalão, que deveria ter servido de exemplo, mas parece que não serviu, tanto é que houve a repetição dos fatos. É preciso investigar, de acordo com a lei e com todo o direito de defesa, mas, de alguma forma, punindo aqueles que são culpados. Mas uma coisa eu posso dizer que mudou. Há quinze, vinte anos atrás, se dizia no Brasil que "cadeia ficou só pra pobre", e agora não, a elite tá presa, políticos, deputados, senadores, elite empresarial, isso pelo menos mudou, não está se jogando mais embaixo do tapete como aconteceu no governo de Fernando Henrique Cardoso, que nós tivemos o famoso 'engavetador-geral da República', que era aquele procurador que não mandava apurar absolutamente nada, o Geraldo Brindeiro, que era parente do vice-presidente Marco Maciel. Foram oito anos onde não se apurou nada. Pelo menos está se apurando agora.

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Até quando Cunha consegue forças para se manter no poder e o que o sustenta?

O que sustenta ele na Câmara Federal é a indecisão dos seus pares. Há muito tempo ele vem sendo denunciado com provas contundentes e acho que a Câmara teve no Senado um bom exemplo a seguir, em analisar e decidir rapidamente o caminho que deveria ter tomado, mas eu não sou deputado federal, não voto por lá, acho que eles devem tomar o caminho da consciência política de cada um deles.

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O movimento de Impeachment de Dilma perdeu força ou a presidente se fortaleceu?

Com a presença do ministro Jaques Wagner a presidente Dilma ficou numa posição muito mais segura, muito mais firme a nível de impeachment. Eu não vejo clima para impeachment da presidente Dilma no Senado, sobretudo, nem na Câmara também, mais no Senado que é o colegiado que participo e que eu conheço. A Constituição é muito clara, quem vai julgar é o Congresso Nacional, não é só a Câmara dos Deputados. É uma reunião do Congresso onde votam senadores e deputados. Se o colegiado dos deputados optar pelo impeachment e o do Senado não caminhar por esse caminho, o impeachment não acontecerá. Então depende das duas Casas e no Senado eu não vejo clima para isso. Mas com esse fato novo do Delcídio com o Cerveró nós vamos ter novos desdobramentos que podem atingir outras figuras da República, não sei quem eu posso pontuar, mas pelo menos é o que se fala à boca pequena, que essa crise do Delcídio com o Cerveró pode envolver outras figuras.

Acha que a presidente Dilma conseguirá sair da crise? Como?

Eu apoiei a eleição da presidente Dilma duas vezes, em 2010 e em 2014, e eu tenho procurado ajudar para que ela saia da crise. Minha expectativa é de que ela consiga encontrar um caminho. Ela tem uma história de vida honrada, digna. Aconteceram esses fatos todos de improbidade administrativa que atrapalharam setores do governo, mas eu tenho absoluta certeza que ela não teve nenhum ganho pessoal ou material com isso. Da minha parte, eu tenho procurado ajudar e não vejo motivos para impeachment. No Senado, se por acaso for levada à decisão com os fatos que foram até agora narrados, eu não votaria pelo impeachment da presidente Dilma.

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