Pacto de silêncio empaca CPMI e relator fala grosso
Odair Cunha (esq.)acusa que, ao ficar calado, ex-corregedor Aredes Correia (dir.) “reafirma vínculo com a organização criminosa”; sobre Jayme Rincón, afirmou que Delta foi beneficiada em licitações: "Ele deveria explicar como se dá o processo de desclassificação em licitações da Agetop”
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Goiás247_ O relator CPMI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), criticou o "pacto de silêncio" dos acusados de envolvimento com a organização criminosa investigada pela comissão. Os dois depoentes de hoje, o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas de Goiás (Agetop), Jayme Eduardo Rincón, e o ex-corregedor da Polícia Civil goiana, Aredes Correia Pires, evocaram o direito constitucional de permanecer em silêncio e foram liberados pelo presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
Cunha não gostou da posturas dos depoentes. Sobre Aredes, o relator afirmou que a "quebra do sigilo funcional dele é evidente". O relator lembrou que "ele tinha um aparelho Nextel [fornecido por Cachoeira] e colaborou vazando informações da Polícia Civil. Agora, reafirma com seu silêncio o seu vínculo com a organização criminosa".
Em relação ao presidente da Agetop, o relator disse que a Delta foi beneficiada com a desclassificação de outra empreiteira em duas licitações da Agetop. Segundo ele, essa é uma prova de que organização criminosa foi configurado e atendido é evidente.
Além disso, num dos computadores de Wladimir Garcez (ex-vereador pelo PSDB e ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia) apreendidos pela polícia havia duas minutas de edital de licitação da Agetop. "Prova que ele buscava influenciar, escrevendo editais da Agetop", segundo Cunha.
O relator chamou a atenção dos integrantes da comissão para uma interceptação de 12 de agosto do ano passado entre Cláudio Abreu e Cachoeira em que discutem a manipulação do resultado de uma licitação na qual a construtora Delta tinha interesse. Cláudio Abreu era o representante da Delta no Centro-Oeste.
"Rincón poderia explicar como se dá o processo de desclassificação em licitações da Agetop, pois houve um pedido expresso de desclassificação da construtora Caiapó, o que realmente ocorreu", disse. Na mesma interceptação, lida pelo relator, há diversas menções a propinas, dependendo do que a Delta conseguisse na licitação.
(Com informações da Agência Câmara)
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