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Para Folha, Eunício não tem condições de presidir o Senado

Ainda que Eunício negue participação nos fatos relatados pelo delator e mesmo que por ora não seja alvo de investigação formal conhecida no âmbito da Lava Jato, a simples menção a seu nome em episódio desabonador deveria bastar para criar dissenso na eleição, diz editorial da Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira

Senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) defende seu relatório favorável ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 3/2014, que cria 708 cargos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) (Foto: Leonardo Attuch)
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Ceará 247 – Em editorial publicado nesta segunda-feira, a Folha de S. Paulo critica a provável vitória do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) para a presidência do Senado. Confira:

Desconexão senatorial 

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No PMDB do Senado, lideram a lista de políticos mais influentes o presidente da Casa, Renan Calheiros (AL), e o líder do governo, Romero Jucá (RR). Como a Constituição veda a reeleição do primeiro, e como ao nome do segundo se associam vários escândalos, Eunício Oliveira (CE) consolidou-se na disputa pelo comando da Mesa Diretora, que ocorrerá na quarta (1º).

Mesmo que espécie de terceira opção em sua legenda, Eunício obteve consenso suprapartidário. Da esquerda à direita, congressistas justificam o apoio com base no princípio da proporcionalidade. Com 19 senadores, o PMDB ostenta a maior bancada.

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Alguns até externam desconforto com a possibilidade de o peemedebista ser abatido pela Operação Lava Jato, mas logo cedem aos apelos do pragmatismo. É que os aliados do vencedor garantem acesso privilegiado a postos de destaque no plenário e nas comissões.

De resto, a situação do senador cearense não é das piores. Por enquanto, Eunício foi apenas citado na delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht. De acordo com o executivo, o peemedebista —codinome "Índio"— recebeu R$ 2,1 milhões para endossar medida provisória que beneficiava a empreiteira.

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Os que advogam em seu favor destacam o perfil conciliador de um dos primeiros peemedebistas a aderir ao lulismo (foi ministro das Comunicações de 2004 a 2005). Eunício, além disso, manteve discrição durante o impeachment.

Em primeiro mandato no Senado, é considerado mais moderno que os dois últimos presidentes da Casa, Renan Calheiros e José Sarney -o que não chega a ser muito.

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Suas características decerto o habilitam a conduzir votações de interesse do governo, mas há muito os parlamentares deveriam ter percebido que a sociedade cobra outros fatores nessa equação.

Ainda que Eunício negue participação nos fatos relatados pelo delator e mesmo que por ora não seja alvo de investigação formal conhecida no âmbito da Lava Jato, a simples menção a seu nome em episódio desabonador deveria bastar para criar dissenso na eleição.

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Não custa lembrar que o Congresso registra sua pior avaliação na série histórica do instituto Datafolha (58% dos entrevistados o consideram ruim ou péssimo) e que, em dezembro, dezenas de milhares de pessoas engrossaram protesto que tinha o Legislativo como alvo.

O fato de não haver nenhum parlamentar capaz de rivalizar com Eunício Oliveira na disputa apenas demonstra quanto o Senado se mantém distante das ruas.

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