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PE: Espaço aberto para combate entre PT e PSB

Briga entre PT e PSB em Pernambuco promete ser uma das mais acirradas desta campanha eleitoral; mudança da data do dia 3 para o dia 8 de junho, pela Prefeitura do Recife, da inauguração da Via Mangue, principal obra viária em execução na capital, foi o estopim para incendiar de vez a relação entre as legendas; às turras com o PSB, o PT promete dar o troco e fazer “de um tudo” para derrotar presidenciável Eduardo Campos (PSB) em seu próprio território; a estratégia de reposicionamento vai cobrar o DNA federal nas obras em execução e que alavancaram a economia estadual, além de forçar o ex-presidente Lula a marcar posição contra o ex-aliado; guerra entre as legendas deu espaço ao combate aberto

Briga entre PT e PSB em Pernambuco promete ser uma das mais acirradas desta campanha eleitoral; mudança da data do dia 3 para o dia 8 de junho, pela Prefeitura do Recife, da inauguração da Via Mangue, principal obra viária em execução na capital, foi o estopim para incendiar de vez a relação entre as legendas; às turras com o PSB, o PT promete dar o troco e fazer “de um tudo” para derrotar presidenciável Eduardo Campos (PSB) em seu próprio território; a estratégia de reposicionamento vai cobrar o DNA federal nas obras em execução e que alavancaram a economia estadual, além de forçar o ex-presidente Lula a marcar posição contra o ex-aliado; guerra entre as legendas deu espaço ao combate aberto (Foto: Paulo Emílio)
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Paulo Emílio, Pernambuco 247 - A briga entre PT e PSB em Pernambuco promete ser uma das mais acirradas da campanha eleitoral de 2014. A mudança da data, do dia 3 para o dia 8 de junho, da inauguração da Via Mangue, principal obra viária em execução no Recife, foi a fagulha que faltava para incendiar de vez a relação entre as legendas. Enquanto a Prefeitura do Recife, administrada pelo socialista Geraldo Julio, alega que razões técnicas resultaram na alteração da data original, o PT avalia que a mudança teve como pano de fundo esvaziar e constranger a presidente Dilma Rousseff (PT), que havia anunciado que estaria presente ao evento. Às turras com o PSB, o PT promete dar o troco e fazer "de um tudo" para derrotar o ex-governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) em seu próprio território.

A estratégia de "reposicionamento" do PT em Pernambuco está baseada em um ponto básico que é o crescimento econômico do Estado, que nos últimos anos tem ficado sempre acima da média nacional. "Enquanto era aliado do Governo Federal, O PSB era todo elogios à gestão da presidente Dilma. Quando Eduardo Campos (ex-governador e presidenciável pelo PSB) rompeu com o PT começaram os ataques e também a negar ou esconder a participação do Governo Dilma no desenvolvimento do Estado. A Via Mangue foi só o que faltava para deixar isso muito claro. Agora vamos reivindicar a nossa participação em tudo que aí está", disse um interlocutor do PT.

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Nesta linha, o PT já partiu para o ataque ao afirmar que dos R$ 433,2 milhões gastos na construção da Via Mangue, R$ 331 milhões foram originários de recursos da Caixa Econômica Federal. Outros R$ 19 milhões foram repassados diretamente pela União e o restante foi feito mediante a contrapartida municipal. Outros recursos federais também foram empregados no entorno do projeto. Dos R$ 246,1 milhões necessários às obras de urbanização, o município teria entrado com uma contrapartida de apenas R$ 23,4 milhões.

A celeuma em torno do assunto bem como declarações ácidas de ambos os lados, aumentaram a temperatura ainda mais. Embora Campos não tenha se pronunciado sobre o assunto, o pré-candidato do PSB ao Governo de Pernambuco, Paulo Câmara, ironizou o assunto ao dizer que "Ela [Dilma] deveria vir no dia 3 e no dia 8. É sempre bom ter um presidente aqui. Por sua vez, o secretário de Mobilidade Urbana, João Braga, ressaltou o fato de a União só ter investido 4,4% do valor total da obra, cuja primeira etapa será entregue no próximo dia 8. Segundo ele, a maior parte dos recursos vieram de um empréstimo contraído junto à Caixa Econômica Federal. O empréstimo de R$ 331 milhões representa 76,8% do custo total da obra. Os outros 18,8% foram bancados pela PCR na forma de contrapartida.

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Pelo sim, pelo não, o prefeito Geraldo Julio disse em entrevista à Rádio Jornal, nesta sexta-feira (30), que compete à presidente Dilma "organizar a visita para que ela possa realizar, em minha companhia, o evento que ela quiser", disse em uma tentativa de colocar panos quentes sobre o assunto. "Que havia uma animosidade por parte do PSB era evidente, só que antes isso era mais enrustido. Agora ficou escancarado. O recado da parte deles já foi dado", disse o deputado federal e pré-candidato ao Senado, João Paulo (PT).

Sobre o que o PT pretende fazer daqui por diante, o parlamentar disse que a situação não deverá sofrer grandes alterações. "Dilma virá a Pernambuco no dia 13 e fará um grande ato, junto com Lula. Provavelmente em Petrolina [Sertão do Estado]. A maior mudança é que onde tiver obras com recursos federais, iremos cobrar o nosso DNA nesta participação", disse João Paulo.

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Em Brasília, porém, a tese mais defendida é que o PT não deve aceitar passivamente o ocorrido em Recife. Nesta linha, duas armas devem ser empregadas e prol da campanha da presidente Dilma Rousseff. A primeira delas tem como base uma pesquisa interna, realizada em abril, ainda antes de Campos se desincompatibilizar do Governo de Pernambuco para concorrer à Presidência da República, que aponta que a avaliação dos governos Dilma e Campos aparecem tecnicamente empatados. "A Dilma aparece com 75% de avaliação positiva em Pernambuco e Campos tem 77%. O detalhe é que nesta época o índice da presidente estava em queda, ainda como rescaldo das manifestações e protestos em todo o País. Pernambuco era onde ela tinha um dos melhores indicadores de avaliação positiva do seu governo. E se o povo gosta tanto dela assim, imagine quando o Lula entrar na campanha", disse uma fonte em reserva ao Pernambuco 247.

A entrada de Lula na campanha é considerada a segunda grande arma do PT para complicar a vida Campos em seu próprio território. O ingresso de Lula na campanha pernambucana deverá acontecer no próximo dia 13, quando ele e a presidente estarão junto em um ato programado pela legenda. Na ocasião, Dilma também deverá participar de um evento ligado ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), um dos carros-chefes de sua campanha pela reeleição.

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Embora oficialmente o PT não queira admitir que entrou em rota direta de colisão com o PSB, a temperatura entre as legendas já vem esquentando a algum tempo. Enquanto Campos amplia o tom das críticas à gestão da presidente – a quem classificou de mãe do PAC e madrinha da inflação -, Dilma vem intensificando suas visitas ao Nordeste, em especial a Pernambuco. Vale ressaltar que foi no Nordeste que Dilma obteve o seu melhor desempenho nas urnas. Assim como nas eleições de 2010, a participação de Lula nos eventos da Região é considerada fundamental para repetir o resultado e assegurar a reeleição da petista. E em Pernambuco, a situação ganha novos contornos.

Além de ser a terra natal do ex-presidente Lula, o PT firmou uma aliança com o PTB na disputa pernambucana. O senador Armando Monteiro Neto (PTB), cabeça de chapa da aliança que tem o deputado petista João Paulo como postulante ao Senado, tem defendido a presidente dos ataques desferidos pelo PSB e criticado publicamente a posição adotada por Campos e pela legenda socialista. Até o início do ano, porém Armando, integrava a Frente Popular, conjunto de partidos que garantem a sustentação do governo do PSB no estado.

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A visita de Dilma no próximo dia 13 será a terceira vez em apenas dois meses. Em todas as ocasiões anteriores, foi ressaltada a participação do Governo Federal nas obras que alavancaram a economia estadual nos últimos anos, situação que deve ser reforçada a partir de agora. As viagens dos ministros também foram intensificadas neste período visando reforçar a participação do Governo Federal nas obras e projetos em execução por todas as regiões do Estado.

Até então este posicionamento só tinha sido adotado em Minas Gerais, por conta da candidatura do senador Aécio Neves (PSDB), considerado até o momento o maior rival da petista na corrida pelo Planalto. Com a nova situação que agora se desenha, Pernambuco foi colocado neste mesmo patamar de prioridade. Agora, pelo visto, a guerra de guerrilhas deu espaço ao combate aberto entre as legendas.

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