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Pimentel sofre primeiro revés em relação a Dilma

Ministro do Desenvolvimento não informou ao Planalto que iria a encontro do Lide, em Roma, quando deixou a comitiva presidencial na Bulgária; a presidente não simpatiza com o empresário João Doria, que já arrecadou recursos para o PSDB e vende caro a proximidade com o poder petista

Pimentel sofre primeiro revés em relação a Dilma (Foto: Montagem/247)

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247 – De todos os ministros da Esplanada, nenhum mantém uma relação tão próxima com a presidente Dilma Rousseff quanto Fernando Pimentel, do Desenvolvimento. Os dois se conheceram na juventude, em Belo Horizonte, participaram da luta armada e preservaram uma boa relação depois que ambos construíram carreiras de sucesso na vida política.

Por isso mesmo, Pimentel é sempre lembrado como um curinga de Dilma para qualquer eventualidade. Recentemente, quando Guido Mantega cogitou deixar a Fazenda para se dedicar ao tratamento de saúde da esposa, que se cura de um câncer, Pimentel era uma alternativa concreta.

Nesta semana, no entanto, ele sofreu seu primeiro revés na relação com a presidente Dilma. Nem tanto pelo fato de ter aceito uma carona num jatinho providenciado pelo empresário João Doria, dono do Lide, grupo de líderes empresariais. O que incomodou Dilma foi o fato de Pimentel ter ido ao encontro sem avisar a presidente Dilma. O motivo? Dilma não tem a menor simpatia por Doria, o que foi captado na nota “Ministro em fuga”, publicada neste sábado pelo Painel da Folha. Segundo a nota, Pimentel abandonou a comitiva na Bulgária dizendo que teria outro compromisso na Europa, mas não informou qual era.

Relacionamento caro

João Doria é o mais bem-sucedido profissional brasileiro na arte de relacionamento. O Lide cobra mensalidades caríssimas de seus associados e entrega duas mercadorias: encontros entre executivos de grandes empresas e encontros desses mesmos executivos com autoridades governamentais. Nos seus almoços e jantares, tudo tem seu preço: inclusive a maior ou menor proximidade com determinado ministro. Sentar à mesa de um deles é privilégio raro – e também muito caro.

A antipatia de Dilma em relação a Doria, no entanto, vem de longe. Em 2006, quando a então ministra da Casa Civil fazia campanha pela reeleição de Lula, o empresário promoveu almoços e jantares de arrecadação para Geraldo Alckmin. Depois disso, quando houve o acidente com um avião da Gol, Doria liderou o movimento “Cansei”, de empresários indignados com a corrupção e o caos aéreo no Brasil. Com a vitória de Dilma, ele se aproximou do poder petista e seus dois maiores aliados no governo Dilma são os ministros Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardozo. Dilma, no entanto, torce o nariz, pois sabe que a participação de seus ministros em eventos do Lide gera mais valor para Doria do que, propriamente, para o seu governo.

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