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Polo de Rio Grande começa retomada dos empregos

A placa de licença ambiental do Estaleiro de Rio Grande foi adaptada para dar conta da nova realidade da cidade: "currículos para o Polo Naval"; o informe da agência do FGTAS/Sine do município alerta sobre a retomada de contratos na indústria naval; uma das principais empresas de construção oceânica instaladas na cidade, a Ecovix, está com mil vagas abertas, demanda que pode aumentar; com as denúncias de corrupção na Petrobras, quatro empresas que gerenciam os estaleiros do Porto de Rio Grande são investigadas na Operação Lava-Jato; número de trabalhadores já caiu de 24 mil, em 2013, para 6,5 mil

25/03/2015 - Rio Grande, RS, Brasil - Reportagens na cidade de Rio Grande. Foto: Guilherme Santos/Sul21 (Foto: Leonardo Lucena)
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Sul 21 - A placa de licença ambiental do Estaleiro de Rio Grande foi adaptada para dar conta da nova realidade da cidade: "currículos para o Polo Naval". O informe da agência do FGTAS/Sine do município alerta sobre a retomada de contratos na indústria naval. Uma das principais empresas de construção oceânica instaladas na cidade, a Ecovix, está com mil vagas abertas. A expectativa é de que nos próximos meses a demanda aumente.

A projeção foi anunciada nesta semana pelo prefeito municipal de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, e deve-se aos esforços coletivos de políticos, trabalhadores, empresários e comerciantes da região sul do estado. "Todos nós sabemos o quanto esta política tem gerado empregos no nosso município. Tivemos uma diminuição no número de empregos, em especial no último ano, mas podemos afirmar que existem novos postos sendo gerados", falou esta semana em evento na Câmara da Indústria, Comércio e Serviço de Rio Grande.

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O evento reuniu representantes dos trabalhadores, empresários que compõem os arranjos produtivos locais e investidores nacionais e internacionais, entre eles, indústrias chinesas, japonesas e italianas.

"Estamos plenamente confiantes. Não há crise neste setor, ainda mais com o crescimento do Brasil previsto para o segundo semestre deste ano e nos próximos anos. Já adquirimos uma área de 9 hectares na cidade e estamos em fase final de preparação do terreno. Quando estiver regular, vamos iniciar imediatamente o projeto da fábrica. Começaremos com mil metros e deve atingir 10 mil metros quadrados. Produziremos 360 megawatss no auge da fábrica", projeta o representante do Grupo Ital Puff and Power no Brasil, Fabio Vicenzi.

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O representante da fábrica italiana de painéis solares vê o potencial de Rio Grande para além da indústria naval. "Rio Grande tem se desmontado um cluster de energias renováveis. A energia eólica precisa de energia fotovoltaica para medição e mensuração dos ventos. As questões logísticas, portuárias para escoar a produção para outros estados ou países, os incentivos municipais e do governo do estado, e ainda, o Parque Tecnológico Oceantec com duas universidades federais aqui foram fundamentais para nossa decisão", explica Vicenzi.

O Polo Naval de Rio Grande é responsável por 30% das encomendas da Petrobras, tendo entregue em 2013 as plataformas P-55, P-58 e P-63. Até o segundo semestre do ano passado a carteira de encomendas somava US$ 7 bilhões, incluindo as plataformas P-74 – primeiro projeto do EBR em São José do Norte –, e as P-75 e P-77 – a serem construídas pela empresa QGI.

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Denúncias ameaçaram empresas e cortaram empregos

Com as denúncias de corrupção na Petrobras, as empresas começaram a recuar e algumas a suspender contratos. Quatro empresas que gerenciam os estaleiros do Porto de Rio Grande são investigadas na Operação Lava-Jato. O número de trabalhadores já caiu de 24 mil, em 2013, para 6,5 mil.

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“A crise econômica não é só do Pólo Naval por conta do que alguns fizeram na Petrobras. Há uma série de demissões no comércio e em outros setores. Atrás de cada empresa temos 10 mil empregos. Isso não pode acabar do dia pra noite. Por isso, pressionamos os governos para garantias quanto aos investimentos aqui. Que punam os corruptos e toquem a empresa pra frente”, fala o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Benito Oliveira.

O prefeito municipal de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, buscou o governo federal ainda em fevereiro e obteve garantias da presidenta Dilma Rousseff de que ‘os investimentos na indústria naval não são passageiros’. “A administração municipal tem o dever defender o que este investimento significa não só para Rio Grande, mas para São José do Norte e todos os municípios da região sul do estado. Fizemos manifesto com todos os prefeitos da região e levamos ao governo federal para reafirmar a importância estratégica da indústria naval gaúcha para o RS e o Brasil”, conta o prefeito.

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No dia 12 de fevereiro, trabalhadores e empresários se uniram em defesa dos empregos e negócios em andamento na região. “Pela primeira vez os comerciantes abaixaram as cortinas se unindo ao protesto. A classe trabalhadora se juntou com a classe patronal para defender os empregos. Todos foram mostrar o que aconteceria se a cidade de Rio Grande parasse. Sabemos que em meio a crise tivemos empresários que ameaçavam demissões para poder colocar o sindicato na rua, mas aceitamos a proposta para defender os trabalhadores”, conta o presidente do Sindicato, Benito Oliveira.

Acordos e garantias garantiram retomada

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Com os acordos de leniência previstos no pacote contra corrupção lançado pelo governo federal em 18 de março, as empresas envolvidas na operação Lava Jato puderam voltar a contratar.  A QGI, que havia ameaçado parar, já está negociando os contratos para começar as duas plataformas da Petrobras na cidade e gerar 2,5 mil novos trabalhadores.

“A indústria naval tem muitas características, como a sobrevivência por contratos, o que gera demanda de mão de obra sazonal. Tivemos um intervalo de um ano sem obras quando foi feita a P-55. O que temos que fazer é ampliar o número de contratos e licitações para não ter esta descontinuidade. E ainda adensar a cadeia produtiva naval atraindo outras indústrias, como jateamento industrial, ar-condicionado, e outras, que possam oferecer para o pólo naval e outros locais do mundo todo”, analisa o prefeito Lindemeyer.

Em audiência com o secretário-geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, o prefeito pediu apoio do governo federal na autorização de linhas de financiamento pelos bancos públicos federais para preservar os investimentos da Ecovix, que já executou 70% das obras previstas, e do Estaleiro Brasil (EBR), que já investiu R$ 400 milhões na cidade.

“Não temos crise de fechamento de indústria no nosso município. O pólo energético, com dois parques eólicos que temos na cidade e outro em construção, mais o pólo químico, logístico com o nosso porto, e outros como o pesqueiro, alimentício e turístico, demonstram o potencial que temos para agregar novos investimentos e diversificar o desenvolvimento na região. Eu estou muito otimista”, avalia o prefeito.

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