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Por que o dólar ficou tão caro?

Os fatores que explicam a alta da moeda americana

Os fatores que explicam a alta da moeda americana (Foto: Gisele Federicce)
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Do Infomoney - Não bastasse todas as dúvidas que os investidores estão tendo em relação à nova equipe econômica de Dilma Rousseff (PT) e o programa de swaps do Banco Central, diversos outros fatores estão começando a afetar a cotação do dólar comercial, levando a divisa a atingir seu maior nível em quase 10 anos após se aproximar dos R$ 2,65 nesta quinta-feira (11). Em uma sessão que iniciou de forma estável, a moeda ganhou forças no início da tarde, após dados nos EUA.

O dólar comercial fechou com ganhos de 1,34%, para R$ 2,6459 na compra e R$ 2,6476 na venda. Entre os fatores que levaram a arrancada da divisa estão os dados apresentados nos EUA, que corroboram a visão de que a economia norte-americana segue em recuperação, levando analistas a apostarem em uma alta dos juros por lá mais cedo que o esperado.

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O destaque por lá ficou com os pedidos de auxílio-desemprego, que caíram em 3 mil na última semana, atingindo os 294 mil, contra uma expectativa dos analistas de 300 mil. Outro dado apresentado por lá foi o de vendas no varejo, que subiu 0,7% em novembro, também superando as expectativas dos analistas. Segundo o economista Ignácio Crespo, da Guide Investimentos, esses dados tendem a reforçar a alta do dólar, que deve seguir avançando nos próximos dias.

Fator 2: Preço do petróleo e Petrobras
A relação pode não ser imediata, mas diante do cenário de recuperação nos EUA, não só o dólar se fortalece diante de outras moedas, como as commodities também tendem a cair mais. Em destaque fica o petróleo, que ontem perdeu os US$ 65 pela primeira vez desde 2005, o que está aumentando a aversão ao risco nos principais mercados internacionais, prejudicando assim as moedas mais fracas diante do dólar.

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Crespo lembra que não só o real tem dia negativo ante o dólar, como também outras moedas emergentes, como o rand da África do Sul e a rupia da Índia. Especialistas destacam que investidores estão assustados com a queda do petróleo, o que está levando a uma grande aversão ao risco.

Em combinação a isso, até o pessimismo generalizado do mercado com a Petrobras (PETR3; PETR4) e os processos que estão surgindo contra a estatal estão pesando, principalmente no investidor estrangeiro, que mais uma vez reduz sua exposição, favorecendo a disparada da moeda norte-americana.

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Fator 3: Dúvidas com o BC
Além dos fatores externos, pesa também nos negócios as dúvidas que o governo cria em relação ao futuro da economia nacional. Enquanto investidores aguardam os primeiros passos da nova equipe econômica - o que só deve ocorrer ano que vem - e qual será a real autonomia de Joaquim Levy na Fazenda, as falas de Alexandre Tombini, presidente do BC, são analisadas atentamente afim de tentar encontrar novidades sobre o programa de swaps.

A ata do Copom, divulgada nesta manhã, reforçou a ideia de que na primeira reunião de 2015, em janeiro, deve mostrar mais uma alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros. Enquanto isso, Tombini, que participou de evento em São Paulo, não trouxe nenhuma novidade sobre o programa de leilões, o que pode ter piorado o sentimento do investidor.

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Desde que falou ao lado dos novos ministros no mês passado, o mercado entende que o Banco Central está preparando o fim de seu programa de leilões diários de dólar, o que até o momento vinha ajudando a segurar a moeda. Crespo acha que é complicado justificar a alta da moeda com a falta de sinalizações de Tombini, mas acredita que é possível que isso possa ser mais um fator na alta do dólar.

A ideia geral do mercado é que a decisão sobre o programa só ocorra após o dia 17 de dezembro, quando termina a última reunião do ano do Federal Reserve, onde novidades sobre a alta de juros podem ser apresentadas. O mercado começa a entender que a primeira elevação dos juros nos EUA deve ocorrer já no próximo ano, o que daria força para o dólar avançar ainda mais.

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Neste cenário de aumento da Selic e fortalecimento do dólar, é importante destacar também o desempenho dos juros futuros, que nesta sessão tiveram forte alta, principalmente nos contratos mais longos. Hoje o contrato de DI para janeiro de 2017 teve alta de 12 pontos-base, atingindo os 12,52%, enquanto o contrato de janeiro de 2021 subiu 18 pontos, para 12,35%.

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