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'Precisava derrotar o PT, senão minha gestão seria terrível', diz Lacerda

Prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB) afirmou, na entrelinha do seu discurso, que a eleição do vereador Wellington Magalhães (PTN) para a presidência da Câmara Municipal representou a continuidade da sua gestão sem tentativas de sabotagem por parte de parlamentares adversários do seu palanque; segundo o gestor, se o PT ganhasse a eleição iria prejudicar a sua administração visando o pleito municipal de 2016; ao comentar sobre 2018, Lacerda não descartou a possibilidade de ser candidato a governador

Prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB) afirmou, na entrelinha do seu discurso, que a eleição do vereador Wellington Magalhães (PTN) para a presidência da Câmara Municipal representou a continuidade da sua gestão sem tentativas de sabotagem por parte de parlamentares adversários do seu palanque; segundo o gestor, se o PT ganhasse a eleição iria prejudicar a sua administração visando o pleito municipal de 2016; ao comentar sobre 2018, Lacerda não descartou a possibilidade de ser candidato a governador (Foto: Leonardo Lucena)
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Minas 247 – O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), afirmou, na entrelinha do seu discurso, que a eleição do vereador Wellington Magalhães (PTN) para a presidência da Câmara Municipal representou a continuidade da sua gestão sem tentativas de sabotagem por parte de parlamentares adversários do seu palanque.

Segundo o gestor, se o PT ganhasse a eleição iria prejudicar a sua administração visando o pleito municipal de 2016. "Essa é a verdade, precisava derrotar o PT, precisava porque, senão, minha gestão seria terrível", afirmou.

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Durante entrevista ao jornal O Tempo, Lacerda disse que não está previsto, até o momento, ampliar a aliança com o PSDB, que apoio a sua eleição em 2012. Lacerda também não descartou a possibilidade de ser candidato a governador.

Veja os principais trechos da entrevista em que Lacerda fala sobre a queda do Viaduto dos Guararapes, em julho, e acerca de projetos como Anel Rodoviário e o metrô:

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O senhor pretende ampliar os cargos do PSDB na prefeitura?

Ampliar a presença do PSDB não está previsto, mas pode ocorrer alguma substituição. Pelo menos é o que eu penso neste momento. Você pode não acreditar, mas não tive nenhuma demanda até agora. Zero demanda.

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Mas em relação à demanda dos vereadores?

Eu parei e pensei: gente, se o PT ganhar essa Mesa, meus dois últimos anos de mandato vão ser um inferno. Eles vão tentar prejudicar a gente visando 2016. Então, começou essa coisa lá em outubro. Em um determinado momento, fizemos um balanço e chegou-se a quatro grupos: o do PT, o do Wellington, o do Tibé e um independente. Olhamos e dissemos: espera aí, se o Wellington se juntar ao PT, ganhou a eleição, né? Os defeitos e as qualidades de Wellington, eu já conheço muito bem. E ele tem uma qualidade que é ser um cara transparente, leal. Ele nos ajudou porque o Léo sumia da Câmara, viajava – como agora, que foi jogar em um cassino em Punta del Este. Então vamos apoiar o Wellington. Foi daí que marcamos a reunião no hotel. Foi quem quis, saiu a hora que queria, só dormiu lá quem quis, vários vereadores levaram as mulheres, o jantar foi normal. E aí, quando chegou quase todo mundo, descemos para o salão e fizemos uma discussão. Fizemos porque eu acompanhei e ajudei a negociar na Mesa. Eu participei, tinha três querendo a presidência, e eu disse: cara, abre mão. Aí o pessoal fala em cargos, a prefeitura não tem cargos na prateleira nem podemos criar cargos, quem tem cargo para dar é o governo do Estado, que vai demitir mil, 2.000, não sei o que eles vão fazer. Vamos fazer ajuste na administração? Vamos! Alguns não vão continuar porque não são aliados, não vão estar trabalhando no nosso projeto. Essa é a verdade, precisava derrotar o PT, precisava porque, senão, minha gestão seria terrível.

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Não causa um certo constrangimento ter o Magalhães nessa presidência? Ele tem processo até de cassação...

Na cassação distribuiu sopa lá, não sei o quê. Ele tem uma base social inegável. Ele nunca pediu dinheiro pra gente. Ele tem aquele jeitão dele, mas sempre com uma relação de nível. Ele é um cara que não tem duas caras. Eu confio nele.

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O senhor vai ser candidato a governador?

Veja bem, eu tenho que ficar aqui dois anos, terminar bem o meu mandato, com o menor desgaste possível, inclusive político. Eu tenho que dar uma parada, quem sabe ir para o exterior, ir estudar. Em 2018, posso ser candidato a deputado, senador ou, como você está dizendo, governador. Tudo depende do momento, isso não é prioridade hoje. Ser senador não é uma... (neste momento, o prefeito foi interrompido pelo assessor). Se pudesse ter reeleição mais uma vez... eu gostei do emprego.

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E a sucessão?

Não é conduzir, o prefeito não conduz. Os partidos conduzem, cada um com sua visão e com sua prioridade. Eu defendo que os partidos aliados tenham uma visão comum da cidade e se reúnam e tragam o perfil do candidato ideal. Mas eu confesso para você, de todo coração, não tenho nenhum nome na minha cabeça pra responder.

Como o senhor se sentiu com a queda do viaduto?

Fora a minha experiência de prisão – que, naturalmente, foi um período muito duro –, eu diria que esse episódio foi um dos piores momentos da minha vida. Não só, mas principalmente com a perda de vida. Isso é o mais trágico. O sentimento de derrota. Porque a administração permitiu que isso acontecesse. Sentimento de irresponsabilidade, de tristeza. Eu te confesso que eu passei seis meses sem ir a lugar nenhum. Não estou falando de aparição pública não, mesmo momentos privados.

Como avalia o resultado das eleições para Belo Horizonte?

O fator mais importante com relação às possíveis parcerias entre a prefeitura, o governo do Estado e o governo federal – e que vai definir o que vai ser possível fazer – é a situação da economia. Parece que, pelo menos pelos próximos dois anos, nem o governo do Estado nem o governo federal terá recursos disponíveis de caixa até pra cumprir compromissos já assumidos publicamente, inclusive através do PAC. Então, dada a situação de caixa do governo federal, a projeção, digamos, neste momento, não é muito otimista.

As obras e parcerias vão parar?

No que se refere a obras, há uma série de parcerias institucionais – de políticas públicas na educação e na saúde – que hoje estão com os repasses atrasados. Na realidade, os pequenos atrasos começaram no primeiro semestre deste ano. O diálogo em relação às obras em andamento continua. Agora, depois das eleições, continuamos falando com os ministérios. Na administração Dilma, eu não vi discriminação de adversários. A gente espera que isso não aconteça aqui em Belo Horizonte. E eu tenho certeza que não vai acontecer. Em relação ao governo de Minas, dada a sua situação financeira, a não ser que surjam novos financiamentos nacionais e internacionais, o Estado não vai ter condições de bancar novas parcerias; nós esperamos concluir as que estão em andamento.

Mas e as situações da saúde e da educação?

A grande preocupação que nós temos é em relação à saúde. O Hospital do Barreiro, por exemplo, que é um grande hospital – a operação dele vai custar R$ 850 milhões por ano e é 100% SUS –, precisa de repasses estaduais e federais. Temos até o dia 21 de janeiro para informar ao consórcio que está construindo se ele (o hospital) entra em operação em abril ou não, é um prazo contratual. Caso contrário, vamos ter um custo em função disso. Então, temos o mês de janeiro para ver se esse compromisso de aportes, que vem já há dois anos do Estado e do governo federal, será mantido. E é algo difícil, dada a situação dos dois. E a prefeitura, sozinha, não consegue bancar.

Essas dificuldades do governo federal e do estadual podem colocar em risco alguns dos projetos de Belo Horizonte?

Do que está em andamento, já com os convênios, com os compromissos de contratos de financiamento aprovados, eu não acredito que vai ter grandes problemas. Exceto naqueles que dependem de repasses do Tesouro, que não são de financiamento. Eu cito aqui as bacias do Calafate e a do Bairro das Indústrias, da qual o projeto está quase pronto para licitação. Eu estou citando exemplos de algo grande. Mas para as Umeis, que custam R$ 3,6 milhões – fora o terreno, quando a gente tem que desapropriar –, tem um compromisso do governo federal de repassar R$ 1,3 milhão para cada uma delas. E isso já está atrasado, mesmo para aquelas escolas que ficaram prontas. Então, precisamos ver como o ano de 2015 vai se acomodar em termo dos orçamentos. E a perspectiva não é muito otimista. E ainda tem a questão do metrô, do Anel Rodoviário etc.

O senhor está desistindo deles?

Desistindo não. Não desisto nunca. Sou muito persistente nos projetos. O metrô, por exemplo, agora tem efetivamente acerto do contrato de financiamento, o acordo final sobre as condições de preços etc.

Na campanha, o governo federal falava que não tinha projeto, o governo do Estadual falava que tinha mandado o projeto, mas que a União não tinha liberado os recursos...

A história real é a seguinte: a presidente Dilma veio aqui na prefeitura, em 2011, e anunciou que o PAC iria entrar no projeto do metrô de Belo Horizonte. Anunciou inclusive os valores, que eram R$ 1 bilhão do Tesouro e R$ 1,75 bilhão de financiamento. O primeiro repasse de recursos para pagar o projeto veio em dezembro de 2013, ou seja, mais de dois anos depois. Foram R$ 20 milhões, se não me falha a memória. O governo do Estado insistia que a gente só podia contratar projetos com aporte federal. Nós insistimos muito, e acabamos contratando a sondagem e os projetos mesmo sem ter o recurso federal. Aí vem o negócio do “buraquinho” da praça Sete, que era a sondagem, na época da eleição. Em 2012, já estava se fazendo a sondagem, mas a primeira parte do pagamento do projeto só veio no final de 2013. Então misturou um pouco de política nisso, tá certo? Uma má vontade eventualmente de um lado ou de outro. Isso acabou se transformando num fato político eleitoral.

Mas, hoje, como estão os projetos?

Não diria que os projetos estão 100% “ok” porque a Caixa pode pedir mais informação. O que tem ainda pra resolver? Tem que assinar um termo de compromisso entre as partes, que não está assinado até hoje. Como o acervo da CBTU vai passar para a Metrominas? Sempre houve o entendimento de que o acervo viria, mas não haveria obrigação de manter pessoal... É lógico que é uma situação complexa, porque entra Planejamento, Cidades, CBTU, Advocacia Geral da União. O governo federal está nessa multiplicidade de órgãos que precisam opinar. Cada decisão, por ser muito complexa, demora.

Até o final do governo, como o senhor vai deixar o metrô?

Se houver boa-vontade – eu acho que a questão política vai estar resolvida em função da melhor relação entre governo estadual e federal –, anda mais depressa. Lógico que a prefeitura não pode ficar de fora disso. Tem a Prefeitura de Contagem também. E a questão final vai ser financeira. Então é possível que eu deixe o governo daqui a dois anos com obras em andamento. Ah, sim, inclusive foram aprovados novos trechos. Esses ainda estão na fase da Metrominas, preparando o edital de licitação de projeto.

E o Anel Rodoviário ?

O projeto está muito adiantado, eu diria pronto: o do alargamento das três intercessões na avenida Amazonas, praça São Vicente e avenida Pedro II. A gente conhece bem os projetos. A prefeitura discutiu aqui que poderia ser licitado no próximo semestre, mas a questão são os recursos. Na verdade, o Dnit tem mais demanda e plano do que disponibilidade financeira do Tesouro para realizar. Dado o ajuste fiscal para o próximo ano...



 

 

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