Professores da PUC-MG se únem contra o golpe
Um grupo de professores da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) começou a recolher assinaturas contra o impeachment da presidente Dilma; "Nossa preocupação com o aprofundamento da desestabilização das instituições, que pode colocar em risco o efetivo Estado Democrático de Direito e o respeito aos Poderes constituídos", diz o trecho do documento
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Minas 247 - Um grupo de professores da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) começou a recolher, na noite dessa quinta-feira (14), assinaturas contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
"Nossa preocupação com o aprofundamento da desestabilização das instituições, que pode colocar em risco o efetivo Estado Democrático de Direito e o respeito aos Poderes constituídos", diz o trecho do documento, que conta com mais de 200 assinaturas.
De acordo com o texto, defensores do impeachment apresentam "propostas simplistas e autoritárias para a superação da crise política e institucional, que atendem não ao interesse público, mas a interesses escusos de grupos políticos, econômicos e de camadas sociais".
Leia a carta na íntegra:
EM DEFESA DA DEMOCRACIA, DA LEGALIDADE E DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Comprometidos com a democracia e suas instituições, nós, professores da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, considerando:
a) nossa preocupação com o aprofundamento da desestabilização das instituições, que pode colocar em risco o efetivo Estado Democrático de Direito e o respeito aos Poderes constituídos;
b) a necessidade da defesa do pleno exercício das instituições responsáveis pelo cumprimento das leis, garantindo o amplo direito de defesa e o direito ao contraditório;
c) a necessidade da ação isonômica do Poder Judiciário para a prevalência da justiça e da correção pública;
d) os perigos da espetacularização e midiatização de processos judiciais, das ações do Ministério Público e da Polícia Federal, marcados pela superficialidade e parcialidade que insuflam as polarizações no plano político-partidário e o recrudescimento de conflitos;
e) a arriscada disseminação de discursos de intolerância, no âmbito da mídia comercial e de redes sociais, que compromete a convivência democrática entre cidadãos brasileiros, participantes de uma sociedade plural;
f) as propostas simplistas e autoritárias para a superação da crise política e institucional, que atendem não ao interesse público, mas a interesses escusos de grupos políticos, econômicos e de camadas sociais;
g) a implementação de um infindável e perigoso jogo político, que leva à soma zero, no qual governo, oposições, instituições e outros organismos sociais, todos, só perdem;
juntamo-nos a milhões de brasileiros e brasileiras que exigem o respeito à Constituição bem como às regras do jogo democrático e conclamamos as lideranças do mundo político, das instituições e entidades sociais para assumirem o compromisso de uma concertação que possibilite a superação da crise político-institucional, sem a quebra da ordem democrática, criando condições objetivas para a superação dos atuais impasses.
Certos de que a saída deve se realizar por meio do debate político e não de estratégias e expedientes de natureza judicial ou policial, apelamos às lideranças responsáveis pelas instituições da República que chamem para si a responsabilidade de construir essa conciliação nacional, fazendo com que prevaleça, nessa construção coletiva, o compromisso com os princípios democráticos e republicanos, historicamente conquistados, que devem nortear, de modo efetivo, os rumos da Nação e o respeito ao povo brasileiro.
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