Professores estaduais deflagram greve até sexta
Após o depósito de uma parcela de apenas R$ 650 do salário dos servidores estaduais, referente à remuneração de julho, professores se reuniram em uma assembleia sindical que decidiu de maneira unânime pelo início de uma greve que ocorrerá pelo menos até sexta-feira (4), quando uma nova convenção da categoria avaliará sua continuidade
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Gregório Mascarenhas, Sul 21 - Após o depósito de uma parcela de apenas R$ 650 do salário dos servidores estaduais, referente à remuneração de julho, professores se reuniram na manhã desta terça-feira (1º) em uma assembleia sindical que decidiu de maneira unânime pelo início de uma greve que ocorrerá pelo menos até sexta-feira, quando uma nova convenção da categoria avaliará sua continuidade. Isso porque o evento de hoje – nas terças-feiras normalmente o Cpers se reúne em vigília na Matriz, por conta das votações na Assembleia Legislativa – foi chamado às pressas no final de semana, quando foi anunciada a parcela a ser recebida neste mês. A assembleia do sindicato, então, se transformou em um ato político que lotou a esquina do Piratini com a entrada do parlamento estadual.
Em um ato com relativa unidade discursiva, sem pontos polêmicos entre as correntes que compunham a assembleia, não chegaram a ser apresentadas outras propostas além da que foi lançada pela coordenação, de greve até sexta, quando então se decidirá por uma paralisação de caráter permanente ou temporário. A convenção de docentes terminou com comemoração pelo anúncio, ainda durante a manhã, de que a Assembleia Legislativa não terá votações nesta semana – já que muitos dos projetos considerados prejudiciais por servidores estão em constante negociação entre as forças políticas para que entrem na pauta de votações do Legislativo. Para a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, tratou-se já de uma “vitória” da mobilização. É o primeiro grande ato desde que Helenir foi reeleita presidente da entidade de classe no final de junho.
Para ela, Sartori “tem cara de pau de dizer que quer se reeleger”, já que a crise, de acordo com a sindicalista, é culpa fundamentalmente pelo próprio governador. “Ele fez isso com Britto em 1996 e agora está fazendo de novo”, disse, referindo-se à renegociação da dívida estadual do final dos anos 1990, quando Sartori era líder do PMDB na Assembleia. Professores estão, hoje, “com cartões bloqueados, sem condições de ir à escola, com dificuldades para pagar seus remédios”, relatou, argumentando que o governo estadual faz com que “nossas famílias vivam em estado de tortura”.
Além do relato da penúria vivida por educadores, ponto em comum entre as falas de avaliação durante a assembleia, a crise política e econômica vivida pelo Brasil foi bastante mencionada. Quase todas as avaliações citaram a consigna “Fora, Temer” em algum momento, e a necessidade de uma nova greve geral – desta vez de 48 horas, na avaliação de alguns grupos – foi também constantemente referida. A respeito das contas públicas do Rio Grande do Sul, temas como a sonegação de impostos, as renúncias fiscais e a Lei Kandir.
Para Noé Oliveira, do Movimento de Luta Socialista (MLS) – principal grupo opositor da corrente de Helenir, que ficou em segundo lugar nas eleições do sindicato –, trabalhadores estão vivendo u “massacre” desde que salários são parcelados. Ele afirmou, em sua avaliação, que a “categoria empurrou as direções de núcleo e a coordenação sindical para que a assembleia se tornasse também um protesto” em frente ao Piratini.
Os professores decidiram também por participar de um ato de servidores municipais que ocorre na tarde desta terça, em frente à Prefeitura, a partir das 16h30. O grupo também protesta contra o parcelamento de salários por parte do prefeito Nelson Marchezan Júnior.
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