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PSB não vai começar 2014 na base do governo Dilma

Saída do partido deverá acontecer logo após o término do prazo das filiações partidárias, em outubro; “O PSB não fica na base. Vamos trabalhar para ter um candidato à presidente (o governador de Pernambuco, Eduardo Campos). Uma coisa é certa, vamos chegar ao final do ano fora do governo”, diz o líder do PSB na Câmara, deputado federal Beto Albuquerque (RS); a declaração coloca na parede integrantes da legenda contrários à candidatura própria e deverá tensionar ainda mais a relação com o PT

Saída do partido deverá acontecer logo após o término do prazo das filiações partidárias, em outubro; “O PSB não fica na base. Vamos trabalhar para ter um candidato à presidente (o governador de Pernambuco, Eduardo Campos). Uma coisa é certa, vamos chegar ao final do ano fora do governo”, diz o líder do PSB na Câmara, deputado federal Beto Albuquerque (RS); a declaração coloca na parede integrantes da legenda contrários à candidatura própria e deverá tensionar ainda mais a relação com o PT (Foto: Paulo Emílio)
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Paulo Emílio _PE247 - Com lenha para queimar e disposto a lançar a candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a todo custo, o PSB deverá desembarcar da base de apoio do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) logo após o término do prazo das filiações partidárias, em outubro. “O PSB não fica na base. Vamos trabalhar para ter um candidato à presidente. Tão logo acabe o prazo das filiações partidárias, vamos avaliar o número de candidatos. Uma coisa é certa, vamos chegar ao final do ano fora do governo”, afirma o líder do PSB na Câmara, deputado federal Beto Albuquerque (RS). A afirmativa coloca pressão em cima de integrantes do PSB, como o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e do governador do Ceará, Cid Gomes, que defendem a permanência da legenda na base governista e o apoio à reeleição da presidente Dilma.

De acordo com Beto Albuquerque, a maioria dos diretórios do partido socialista apoia a candidatura de Eduardo ao Planalto e já deram início às mobilizações para fortalecer os palanques estaduais nesta direção. O parlamentar diz, ainda, que como a decisão da posição do partido será tomada com base na maioria, durante a convenção da legenda, “não existe risco algum” para um possível recuo do PSB.

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“A maioria do partido quer o Eduardo como candidato. Com vozes discordantes ou não, temos votos (na convenção) para ter candidatura própria. Não há voz capaz de tirar a maioria sólida da candidatura presidencial. Não há problema nas pessoas discordarem, mas o partido decidirá no momento certo. E aí, quem quiser permanecer na legenda terá que acompanhar a decisão majoritária”, afirma Albuquerque em um recado claro para os que defendem que o partido permaneça na base de apoio do governo da presidente Dilma.

Um dos defensores da permanência da permanência do PSB na base governista e da manutenção da aliança com o PT, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, observa que o momento exige cautela. “O partido ainda não se decidiu. Então, todos podem falar, expor suas opiniões, até o partido se definir. Tem que haver pluralidade de ideias, de respeito a s posições divergentes”, avalia FBC. O ministro é um dos que defendem a permanência do PSB na base de apoio do governo da presidente Dilma, assim como o governador do Ceará, Cid Gomes, e mais recentemente o prefeito de Duque de Caxias e presidente do PSB no Rio de Janeiro, Alexandre Cardoso. “Não acho que deva ter penalização de quem pensa diferente. Se for assim o que dizer de São Paulo? Devemos condenar quem apoia o governador Geraldo Alckmin (PSDB)?”, questiona. FBC nega que pense em deixar o PSB por outra legenda e afirma “que não existe um clima de diáspora dentro da sigla pessebista.

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De acordo com interlocutores do PSB, a entrada de Eduardo Campos na corrida presidencial depende mais de externos do que da vontade própria do PSB em disputar o Planalto em 2014. “O rompimento do PSB com o PT depende menos de política e mais da economia. O Eduardo está neste jogo. Ele se mantém como aliado na espera de uma definição sobre isto. O projeto dele é de continuidade com melhorias. A retomada do diálogo com o ex-presidente Lula deixa isso em aberto. Ele defenderá Dilma caso a economia vá bem”, disse uma fonte do PSB em reserva ao PE247.

A mesma fonte revelou que, além do fator econômico, outros pontos estão sendo levados em conta pelo PSB e pelo próprio Eduardo Campos. “Eduardo está amando a ideia de disputar a Presidência. Mas ele também sabe que não pode ficar a reboque da pressão de parte do partido e que não deve se pronunciar até ter uma avaliação melhor de toda a situação. Dilma vem recuperando sua popularidade, a economia está estável e caminhamos para gerar 1 milhão de empregos neste ano. O país deve crescer 2,3% neste ano, é pouco mas bem acima do que crescemos no ano passado, e em 2014 devemos chegar a 3,5%. Sem contra que também existe uma pressão forte vinda das ruas, com as manifestações populares. Por isso Eduardo tem afirmado que só vai discutir 2014 em 2014”, afirma a fonte.

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Para Beto Albuquerque, porém, a situação atual demonstra que está cada vez mais próximo o momento do PSB anunciar a sua saída da base governista. “Estamos às vésperas de uma crise, basta ver os dados sobre geração de emprego em julho. O Caged que o diga.  Isso é reflexo de medidas tomadas lá atrás, há um ou dois anos. Não será uma medida emergencial que vai resolver isso. Desempenho Economia não é reflexo de decisão tomada ontem. Leva tempo. Além disso, Dilma deve chegar em 2014 com 35% de popularidade. Tudo isso nos leva a defender a candidatura própria do PSB”, garante o parlamentar.

A posição do PSB, caso rompa de vez com o governo Dilma, deverá azedar ainda mais a relação entre a legenda socialista e o PT. "O PT e o PSB vivem uma relação de análise mútua, mas com uma certa tensão. As vitórias que o PSB teve em 2010 e mais recentemente em 2012 deram esta vantagem ao partido. Hoje o PT analisa qual o real tamanho da musculatura do PSB. O PT quer dar mais longevidade aos 12 anos de poder que exerce. Mas para isso tem que injetar um elemento novo e este elemento é Eduardo. Daí o Lula ter defendido que Dilma se aproxime mais do PSB. Mas o PSB não quer e não deve antecipar este debate eleitoral antes de 2014. Neste ponto Eduardo está certo", diz um integrante da cúpula socialista.

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Agora, resta saber se Eduardo irá resistir às pressões internas de seu próprio partido e evitar antecipar uma briga direta com o PT ainda neste exercício ou se irá preferir ganhar mais tempo e deixar o confronto para o primeiro trimestre de 2014.

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