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Quem vai parar a Gaviões?

Gaviões da Fiel, a maior, mais antiga e mais conhecida torcida organizada do país, transformou o Vale do Anhangabaú em sua arena; com cerca de dois mil manifestantes, eles protestaram ao longo do dia contra os ataques do governo de Geraldo Aclkmin (PSDB); cântico criado nas arquibancadas ecoou pelo vale do Anhangabaú durante toda a concentração; "Eu não roubo merenda, eu não sou deputado, trabalho todo dia, não roubo meu estado"; reportagem do Mídia Ninja

Gaviões da Fiel, a maior, mais antiga e mais conhecida torcida organizada do país, transformou o Vale do Anhangabaú em sua arena; com cerca de dois mil manifestantes, eles protestaram ao longo do dia contra os ataques do governo de Geraldo Aclkmin (PSDB); cântico criado nas arquibancadas ecoou pelo vale do Anhangabaú durante toda a concentração; "Eu não roubo merenda, eu não sou deputado, trabalho todo dia, não roubo meu estado"; reportagem do Mídia Ninja (Foto: Aquiles Lins)
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Por Guilherme Mendes, para a Mídia NINJA - A defesa era pela democracia. O ataque, feito por quase dois mil manifestantes, era contra os desmandos de diversos setores do governo. A Gaviões da Fiel concentrou-se no centro de São Paulo no fim da tarde de um longo dia, que começou com o secretário de segurança pública do estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, invadindo a sede da entidade, no Bom Retiro, zona norte da capital.

Em uma ação espetacular e cinematográfica, acompanhada da grande imprensa, Moraes apontou facas de cozinha, anunciou a apreensão de dinheiro (segundo os advogados, usado para compra de ingressos) e manteve um pesado discurso contra a organização - a única a abertamente defender a democracia e posicionar-se contra o pedido de impeachment de Dilma Rousseff.

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As ações da Gaviões começou a chamar a atenção no início do ano, quando seus membros começaram a usar as arquibancadas como um novo palco para discussão política. As placas erguidas pela Fiel a cada jogo do Corinthians cobram investigação sobre o escândalo da merenda escolar em São Paulo, além de mudanças no sistema de transmissão dos jogos pela TV.

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A primeira pergunta "quem vai punir o ladrão de merenda?" lembra do esquema de corrupção que envolve diretamente o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez, homem forte do governo Geraldo Alckmin e que há mais de 20 anos pressiona pelo fim de torcidas como a Gaviões.

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O segundo questionamento "Futebol refém da Rede Globo" coloca em xeque as políticas monopolistas do canal, que transformou a religião de muito deles em um produto encaixado entre novelas, um conluio com a CBF, entidade máxima do futebol brasileiro. "O trabalhador tem o direito de ir e vir do jogo em horário decente", afirmou Chico Malfitani, fundador e um dos membros da velha guarda da Gaviões: "A Globo não é dona do futebol".

Sobre o posicionamento que o futebol deve ter nesse momento do país, Chico ressalta: "A gente acha em primeiro lugar que as torcidas organizadas e que as não organizadas do país tem que se unir primeiro para devolver a alegria do futebol brasileiro, a festa nas arquibancadas, a qualidade do jogo e afastar os dirigentes corruptos que são os verdadeiros ladrões do futebol."

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A Polícia Militar desde então promove forte repressão nas arquibancadas da Arena Corinthians, sob a desculpa de que tais manifestações são "ofensivas". Após o jogo contra o Linense, em 19 de março, a PM usou da Cavalaria e de bombas para tentar intimidar os torcedores. Na manhã dessa sexta, a Polícia Civil acompanhou o secretário no barracão da organizada.

Mas a perseguição da PM não surtiu o efeito desejado. O cântico criado nas arquibancadas ecoou pelo vale do Anhangabaú durante toda a concentração: "Eu não roubo merenda, eu não sou deputado, trabalho todo dia, não roubo meu estado".

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Para o Frei Agostino, 42, que acompanhava a manifestação, é extremamente importante que toda a sociedade debata o atual momento. O religioso, corintiano convicto, defendeu a união das torcidas de diferentes times contra os crimes cometidos pelo governo estadual. "Não é só o filho do corintiano, é o filho do palmeirense, é o filho do santista que está sofrendo com a falta de merenda", afirma.

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Nas palavras de um veterano da diretoria da organizada, que subiu aos microfones, "estes engravatados não entendem que eles podem tirar nossa camisa, nosso boné, nosso chinelo, mas nunca vai tirar nosso sentimento". Para muitos deles, que cruzaram o mundo em 2012 - quando o Corinthians conquistou o mundial de clubes - o centro de São Paulo é apenas mais um estádio pequeno, onde a Gaviões vai fazer pressão como sempre fez, graças a milhares de homens e mulheres comuns.

 

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