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Reservatório de Sobradinho está à beira do colapso

Agência Nacional de Águas (ANA) deve anunciar uma nova redução da vazão de Sobradinho, um dos maiores lagos artificiais do mundo com 320 quilômetros de extensão, dos atuais 900 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 800m³; nível do reservatório – que responde por cerca de 58% da água utilizada para geração de energia na Região – está em apenas 5,14% da capacidade; expectativa é que Sobradinho alcance o volume morto em meados de dezembro

Agência Nacional de Águas (ANA) deve anunciar uma nova redução da vazão de Sobradinho, um dos maiores lagos artificiais do mundo com 320 quilômetros de extensão, dos atuais 900 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 800m³; nível do reservatório – que responde por cerca de 58% da água utilizada para geração de energia na Região – está em apenas 5,14% da capacidade; expectativa é que Sobradinho alcance o volume morto em meados de dezembro (Foto: Paulo Emílio)
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Pernambuco 247 - A pior seca a assolar a Região Nordeste nos últimos 50 anos continua fazendo estragos. Nesta terça-feira (27) a Agência Nacional de Águas (ANA) deve anunciar a redução da vazão do lago de Sobradinho, um dos maiores lagos artificiais do mundo com 320 quilômetros de extensão, dos atuais 900 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 800m³/s. Neste final de semana, nível o reservatório – que responde por cerca de 58% da água utilizada para geração de energia na Região – estava em apenas 5,14% da capacidade total de armazenamento de 34,1 bilhão de metros cúbicos. Expectativa é que Sobradinho alcance o volume morto em meados de dezembro.

Com a queda no volume acumulado em Sobradinho, responsável por controlar a vazão da água para as regiões do médio e do baixo São Francisco, especialistas avaliam que o impacto na geração de energia já chegue a 30%. O fornecimento, porém, está sendo garantido por transferências de energia de outras regiões graças à interligação do sistema nacional de transmissão e o uso de usinas termelétricas.

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Parte do problema, porém, também está ligado ao gerenciamento hídrico do Rio São Francisco. A usina de três Marias, localizada em Minas Gerais, onde ficam as nascentes do rio, possui capacidade para acumular 21 bilhões de m³ e acumula atualmente 18,8% deste total. A liberação de água, entretanto é de apenas 500 m³/s. Como Sobradinho, que fica bem abaixo libera uma vazão muito maior para atender as regiões do médio e do baixo São Francisco, além de gerar energia, a queda é muito mais significativa.

Existe o temor de que a Cemig, controladora da usina em Minas Gerais, resista e segure a água no reservatório mineiro, apesar de todos os órgãos ligados à questão hídrica já avaliarem que Três Marias deve liberar 100m³a mais que o volume atual,

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Com o reservatório de Sobradinho registrando o seu nível mais baixo em 14 anos e uma disputa regional em curso, caberá à Ana decidir se a água liberada deverá priorizar o abastecimento humano e animal, a geração de energia ou a maior fonte econômica das regiões do médio e do baixo São Francisco: a fruticultura irrigada.  

É nesta área do país onde são produzidas 68% das mangas e 90% das uvas de mesa irrigadas produzidas no Brasil. Em termos de exportação, a região do Vale do São Francisco responde por 90% de toda a uva e manga comercializada no mercado internacional pelo Brasil.

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Diante da estiagem contínua e que não dá mostras de arrefecer, a Chesf já adiantou que caso Marias não libere os 100m³esperados, será incapaz de atender às necessidades dos projetos agrícolas, o que deverá resultar não apenas em prejuízos financeiros, mas políticos também; Caso os projetos de agricultura e fruticultura irrigada sejam prejudicados, o desemprego na Região Nordeste deverá subir vertiginosamente, um ônus político que o governo federal não deseja em um momento de crise econômica e politica como o atual.

Somente um dos projetos, o Senador Nilo Coelho, possui 12,5 mil hectares plantados por pequenos agricultores e outros 6 mil ocupados por empresas. Ali são gerados 18,1 mil empregos diretos e cerca de 100 mil indiretos. Caso a situação hídrica não melhore, o Nilo Coelho corre o risco de parar suas atividades por falta de água no início de dezembro, quando o reservatório de Sobradinho também deverá chegar ao seu volume morto.

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Para tentar evitar o colapso, a ministra Kátia Abreu liberou, no início do mês de outubro, R$ 35 milhões para a implantação de um sistema de captação de água por meio de bombas flutuantes instaladas diretamente no leito do rio. O sistema, com capacidade para captar até 14 m³/s, porém, só deverá entrar em operação em janeiro de 2016 e as bombas devem permanecer em atividade até abril, quando as primeiras chuvas devem começar a cair nas cabeceiras do rio, em Minas Gerais.

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