Salvador: 60% aprovam julgamento da AP 470
A maioria dos soteropolitanos também acredita que o ex-presidente Lula tinha conhecimento do esquema de compra de votos de parlamentares no Congresso; contudo, apenas 26,7% dos entrevistados têm esperança de ver os condenados pagarem pelos seus erros; 55,7% apoiam o julgamento do chamado 'mensalão mineiro', protagonizado pelo PSDB
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Instituto Planter
O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da Ação Penal 470, o chamado mensalão (esquema de compra de votos de parlamentares), que ficou considerado como a maior crise política sofrida pelo governo do ex- presidente Lula em 2012 repercute também na capital baiana.
De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Planter - Observatório do comportamento & tendências, realizada entre os dias 17 e 19 de dezembro, para 60,7% da população de Salvador a apreciação da matéria pela corte maior do país foi positiva, enquanto apenas 11% têm dúvida, 4% não opinaram, 1% não tem opinião formada sobre o assunto e 1% avaliou como negativo. Desse universo, 22,3% se mostrou indiferente.
E, para surpresa de alguns, 57,7% dos entrevistados disseram acreditar que o ex-presidente Luiz tinha conhecimento do esquema de compra de votos. Para 49% do público consultado a imagem do PT ficou manchada após o escândalo.
Para a socióloga e coordenadora da pesquisa, Maria Helena Rocha, o resultado é de grandeza relevante, considerando a percepção, expectativas e sentimento da população eleitoreira de Salvador.
"Afinal, trata-se de um acontecimento que toma espaço nos noticiários, nas conversas em praticamente todos os locais do país", avaliou, complementando que a análise demonstrou que a imagem que a população tem do STF é de confiança.
Sobre a indiferença da população, conforme Maria Helena Rocha, trata-se de um indicativo do descrédito e da desconfiança de que haja punição dos corruptos. Números do levantamento, inclusive, atestam a colocação da socióloga.
Questionados se os acusados do mensalão irão pagar pelos seus erros, somente 29,7% das pessoas consultadas. 26,7% acha que não, 23% disse que depende e que no Brasil tudo pode acontecer, 11,3% tem dúvidas, 8% não tem opinião formada e 1,3% não opinou.
Quando a pergunta foi se acreditam que o julgamento vai acabar com a corrupção no país o resultado foi mais equilibrado. 28% acredita que acabará um pouco, enquanto 27,7% não acreditam, 25% acha que sim, 10,7% tem dúvidas, 4,3% não tem opinião formada, 4% pensa que não toda, mas boa parte e 3% não opinou.
No que diz respeito às penas aplicadas pelo Supremo, 41,7 avaliam como adequadas, enquanto 27,3% não sabem, 12,3% acham inadequadas, 11,3% tem dúvidas, 4% não opinaram, 3% acham muito adequadas e 3% muito adequadas.
Para Maria Helena Rocha, os resultados mostram que entre avaliar o julgamento do mensalão pelo STF e acreditar que este julgamento vai acabar com a corrupção há uma distância grande.
"A corrupção está entranhada em todas as gerações dos brasileiros, sendo necessário transformações radicais de ordem estruturais, funcionais, legais e morais".
Numa leitura superficial, segundo a socióloga, pode-se dizer que 25% da População Eleitoral de Salvador é crédula no fim da corrupção, porque não é atingida pela corrupção, porque acreditam que os julgados e condenados não serão reincidentes, porque acreditam que vai inibir a prática da corrupção. Os outros 75% da população eleitoral, numa certeza clara, acreditam que a corrupção no Brasíl irá continuar.
Ainda assim, 55,7% consideram que o julgamento do STF deve se estender ao mensalão de Minas Gerais, que também repercute por todo país, enquanto apenas 1,7% disseram que não. Um total de 20,3% não tem opinião formada, 11% têm dúvidas, 6% disseram depender e 5,3% não opinou.
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