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São Paulo sofre, mas avança

Além do caos urbano, cidade começa a ser reconhecida no mundo por soluções recentes que ainda podem dar mais resultados

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São Paulo é a divagação poética de uma aldeia que se industrializou e cresceu. A definição é do cineasta Hector Babenco, algo como um brasileiro que nasceu na Argentina, como ele mesmo gosta de se definir. Entretanto, nos últimos 15 meses, pode-se dizer que a vetusta e mal humorada capital paulista tem experimentado uma relevância internacional relacionada, sobretudo, a inovação na gestão e na implementação de políticas públicas. Uma experiência que a cidade nunca viveu, nem mesmo quando a antiga Light fez circular uns coletivos elétricos sobre trilhos, no limiar do século XX.

O prefeito Fernando Haddad, por menos que aqui já se reconheça, começa a fazer reconhecer nos círculos internacionais a ousadia e o sucesso de suas iniciativas.

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Foi assim, recentemente, em Medellin, na Colômbia, onde a Organização das Nações Unidas discutia em seu sétimo fórum mundial sobre urbanismo questões relativas a mobilidade. Haddad foi de longe o prefeito mais requisitado, não só pela imprensa internacional como por gestores urbanos de todo o mundo. A razão¿ Certamente não foram as madeixas de seus cabelos. Mas um plano consistente de recuperação do espaço público da maior metrópole sulamericana: a implantação de mais de 300 quilômetros de faixas exclusivas para a circulação de ônibus e a construção de mais de 150 quilômetros de corredores exclusivos para o transporte coletivo.

Para um público ávido por soluções inovadoras, a conquista do espaço antes consagrado ao transporte individual por carros, transformado em tempo – em média quatro horas semanais – na vida dos trabalhadores paulistanos foi entendida como uma medida de coragem e ousadia.

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Semanas depois, na velha Buenos Aires de guerra, a cidade de São Paulo foi homenageada na 30ª. Edição da Feira Internacional do Livro. E, mais uma vez a marca da ousadia foi sentida nos amplos salões da Rural, no Parque Palermo, quando o prefeito levou embaixo do braço a consolidação da cultura habitualmente excluída da periferia urbana.

Gianluca Floris, um dos mais importantes formadores de opinião da música lírica italiana, ao comentar em seu blog que os maiores artistas de fama mundial não tem mais como referência os teatros da Itália, cita teatros de outras nações e de outras cidades. E, atenção, ao lado de Berlim, Paris, Bruxelas, Londres, Munique, Lion, Nova York, Seattle, Oslo, Copenhagen, Buenos Aires, Pequim, Shangai, Cantão, Tóquio, Osaka e Seul, citou São Paulo.

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Floris pontifica: "Os teatros de Ópera são um dos indicadores do nível de importância de uma cidade ou de um dado território. A existência de um importante Teatro de Ópera é sinal de que a cidade é uma referência cultural. Se o Teatro de uma cidade é uma referência cultural mundial é porque a cidade deve ser uma referência cultural no mundo".

Ele exemplifica: "Nas novas cidades chinesas são construídos teatros de Ópera e, por seu turno, há sempre uma companhia italiana em temporada na área do Oceano Pacífico asiático em vários períodos do ano. A decadência da Argentina correspondeu ao período de maior penumbra do seu Teatro Colon, que, ao ressurgir, voltou a ser uma instituição de maior relevo internacional. Para não falar do Teatro Municipal de São Paulo, do Brasil, que recentemente tornou-se um dos mais brilhantes palcos do mundo, atraindo artistas entre os mais aclamados da cena internacional".

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Diante do flagelo do consumo cada vez mais crescente de crack e da subtração de parcela expressiva da cidade, onde até uma favela relâmpago insistia em demarcar o território livre da droga, Haddad preferiu ousar. Com o fracasso de políticas que insistiam em soluções manicomiais, algumas defendiam até a internação compulsória, outras que defendiam a terapia ocupacional em clínicas segregadas, a Prefeitura de São Paulo optou pelo resgate da dignidade dos viciados.

Sem se importar com o consumo da droga, mas com um duro combate ao tráfico, preferiu retirar os viciados das ruas, ofereceu moradia em hotéis da região, tratamento médico, trabalho remunerado e cursos de formação profissional.

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Os resultados são de tal forma alvissareiros, que chamaram a atenção da comunidade internacional. Dos 429 integrantes do programa, apenas 31, menos de 10% desistiram. A região, umas das mais antigas e tradicionais da cidade, foi reintegrada ao uso público. Publicações insuspeitas como o Globo.and Mail, de Toronto, e Insite Crime enviaram observadores e repórteres para documentar a ação da Prefeitura.

O morador de São Paulo certamente está mais atento a célebre abertura da Copa do Mundo de Futebol, que se realizará no próximo dia 12, no novo estádio de Itaquera. Está inconformado com o volume de protestos que tomam conta da cidade todos os dias: professores, defensores do passe livre nos coletivos, anarquistas, ativistas do movimento dos sem-teto, motoristas e cobradores de ônibus inconformados com sua representação sindical. Há protestos justos e outros nem tanto. Mas, todos em comum tem como objetivo tornar cada dia mais difícil a vida dos paulistanos.

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A cidade se submete ainda a um jogo político provinciano, imediatista e clientelista. Independente da filiação partidária, de situação ou oposição, seus representantes parecem preferir olhar para o passado insignificante ou para o futuro utópico. Haddad resiste bravamente aos rompantes fisiológicos: defende ardorosamente sua comunicação social republicana e outra de suas inovações, a Controladoria Geral do Município, um órgão independente criado com o objetivo de purificar a administração pública municipal.

Para o mundo político que o cerca, Haddad é um teimoso. Visto de perto, um prefeito convicto. Sério, isso existe!

 

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