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'Se eu tiver um só minuto, darei para o povo reconquistar a democracia', diz Lula

Ex-presidente afirma em ato em São Paulo que condenação na Lava Jato é infundada e sustenta outros interesses: "como não podem me derrotar na política, querem me derrotar com o processo"; reportagem de Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual

Ex-presidente afirma em ato em São Paulo que condenação na Lava Jato é infundada e sustenta outros interesses: "como não podem me derrotar na política, querem me derrotar com o processo"; reportagem de Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual (Foto: Leonardo Attuch)
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Por Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual Milhares de pessoas reuniram-se na Avenida Paulista na noite desta quinta-feira (20) para prestar solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado sem provas pelo juiz Sergio Moro, na Operação Lava Jato. A eles, Lula garantiu que vai dedicar cada minuto da sua vida à luta contra o golpe e pelo restabelecimento da democracia. "Não sei quanto tempo ainda tenho. A 'Catarina' anda rondando por aí. Mas quem não morreu de fome até os 5 anos em Garanhuns, não vai morrer aos 71. E se eu tiver um só minuto, vou dar esse minuto para que o povo brasileiro reconquiste a democracia e os direitos retirados", afirmou o ex-presidente.

Lula voltou a dizer que a condenação é infundada e apontou para outros interesses que levaram a essa decisão. "Como não podem me derrotar na política, querem me derrotar com o processo. Todo dia é processo. Todo dia é inquérito. Todo dia é delação. Eu gostaria que o Ministério Público, a Lava Jato, a Polícia Federal, o Moro, se tiver uma prova que o Lula recebeu cinco centavos na Lava Jato, me prendam. O que não pode é, para me prejudicar, acabar com a Petrobras, com o BNDES, o Banco do Brasil, milhões de empregos", afirmou.

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Ironizando a devassa que sua vida sofreu, o ex-presidente disse que, ao procurar suas supostas contas fora do país, acabaram encontrando as do senador Aécio Neves (PSDB) e do ex-presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Agora querem implicar com as poupanças que fiz para os meus netos", disse. "O problema do país não é o Lula, é o golpe. É o presidente que puseram no lugar da presidenta Dilma (Rousseff)", completou.

Ele criticou as reformas da Previdência e trabalhista. Destacou que, no início de seu governo formou um fórum entre trabalhadores, empresários e governo para discutir melhorias à legislação trabalhista de 1943. "Os trabalhadores sempre se dispuseram a negociar. Quem não quis foram os empresários, liderados pela Fiesp, porque o que eles só queriam rasgar a CLT e acabar com a lei trabalhista. Não aceitam que o trabalhador tenha férias, se aposente. O povo não nasceu só pra trabalhar. Agora querem que não possa se aposentar, e muitos que conseguem não dá nem pra comprar um remédio. Precisamos de um governo que não pense o país só para os ricos", criticou.

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Para o ex-presidente, a única saída para o país são eleições diretas. "O único jeito é o povo eleger um presidente que não tenha vergonha de olhar na cara do povo. Que não seja preconceituoso contra negros, mulheres, indígenas, pessoas com deficiência, LGBT. Alguém que defenda a soberania nacional e não fique só dizendo sim para os Estados Unidos e a Europa", disse Lula, várias vezes interrompido pelos presentes com coros de "olê, olá, Lula, Lula" e aplausos.

"A elite deste país nunca gostou que pobre tivesse oportunidade de estudar", disse Lula, destacando em seguida que a maior motivação para o golpe é o ódio dos mais ricos contra a mínima ascensão do povo pobre. "O que incomoda é pobre comprar uma casinha pagando prestação baixa. Até hoje não consigo compreender porque tanta raiva de que uma menina negra de periferia possa disputar uma vaga na universidade com o filho do rico", completou.

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A fala de Lula foi antecedida por uma interpretação da cantora Ana Cañas, à capela, de O Bêbado e o Equilibrista, canção de João Bosco e Aldir Blanc imortalizada por Elis Regina em 1979. "O Lula me disse que é a mais importante da vida dele", contou Ana. O público foi ao delírio e ovacionou quando a cantora chegou aos versos finais: "(...) Mas sei que uma dor assim pungente / Não há de ser inutilmente / A esperança / Azar! / A esperança equilibrista / Sabe que o show de todo artista / Tem que continuar"

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