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Sem argumentos, políticos sergipanos agridem jornalistas; até quando?

Não é ato isolado e se repetiu num período de dez dias: políticos, como Edivan Amorim e Manoel Messias Sukita, atacam imprensa sergipana, de maneira estúpida e leviana; nesta segunda, o ex-prefeito de Capela, insatisfeito com denúncia feita pelo Cinform contra ele, acusou o jornalista Jozailto Lima de ser "vendido" e "marginal"; há dez dias foi a vez do presidente do PTB afirmar que "metade da imprensa de Sergipe é vendida"; o Sindijor-SE se pronunciou: "vários exemplos têm demonstrado que, apesar de estarmos vivendo em um Estado Democrático de Direito, algumas personalidades da política e do empresariado sergipano ainda pensam que estão na época da Ditadura Militar, onde os profissionais de comunicação não tinham o direito de apresentar denúncias ou se expressar livremente"

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Valter Lima, do Sergipe 247 – Virou mania entre os políticos sergipanos. Na falta de um bom argumento ou resposta, a crítica aos jornalistas é o melhor caminho. Foi assim na entrevista que o ex-prefeito de Capela, Manoel Messias Sukita (PSB), concedeu na manhã desta segunda-feira (22) ao radialista Gilmar Carvalho, no Jornal da Ilha, na Ilha FM. Foi igualmente desta forma que o presidente do PTB, na mesma emissora de rádio, em entrevista ao mesmo radialista, atacou à imprensa sergipana, há dez dias.

No quadro mais recente, o alvo foi o jornalista Jozailto Lima, diretor de Jornalismo do jornal Cinform, que em manchete desta semana denuncia: “Prefeito bota mão em R$ 6 milhões irregularmente”. No caso, o personagem é o ex-prefeito Sukita, que, ao invés de esclarecer a denúncia, optou pelo ataque verborrágico ao jornalista do Cinform. “Marginal” e “vendido” foram algumas das palavras usadas contra Jozailto, que, segundo o ex-prefeito “é um jornalista que não vale nada”, “não tem moral nenhuma” e “recebeu dinheiro do atual prefeito de Capela, Ezequiel Leite, para escrever a matéria contra o antecessor”.

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Na acusação anterior, feita pelo presidente do PTB, “metade da imprensa sergipana é vendida” e “dos jornais de Sergipe, dois são vendidos ao Governo”. Segundo Edivan Amorim, sua função é “impedir a tentativa de fazer ditadura em Sergipe, nos jornais, nos rádios e nos blogs”. Até contra o Sergipe 247, o político se inflamou, insatisfeito com uma análise feita por este site. Para ele, o 247 é um “site petista, pois somados os números que lhe dão nome, o total é 13”, número do partido. Um devaneio.

Se na primeira ocasião, não houve manifestação da parte da entidade que representa os jornalistas sergipanos, desta vez foi diferente. O Sindicato dos Jornalistas do Estado de Sergipe (Sindijor-SE) emitiu nota em solidariedade a Jozailto Lima. “A conduta do político Manoel Messias causa preocupação, pois a matéria não partiu de ilações do jornalista, mas sim de provas documentais. A matéria também mostra a posição de Manoel Messias sobre as acusações feitas, comprovando a prática do que prega o bom jornalismo”, diz o sindicato.

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Prossegue: “É grave constatar que políticos e empresários, de uma forma geral, se acham no direito de agredir os profissionais da comunicação, no exercício legítimo da sua atividade profissional, se algum texto informativo ou opinativo os desagrada. Vários exemplos têm demonstrado que, apesar de estarmos vivendo em um Estado Democrático de Direito, algumas personalidades da política e do empresariado sergipano ainda pensam que estão na época da Ditadura Militar, onde os profissionais de comunicação não tinham o direito de apresentar denúncias ou se expressar livremente”.

 Por fim, diz o documento: “Os tempos são outros, e este Sindicato, tampouco a sociedade, podem aceitar tal conduta antidemocrática contra a categoria dos jornalistas. É preciso defender, veementemente, a imprensa livre e soberana, em prol da Democracia, mas isto só é possível com os profissionais exercendo, em sua plenitude, o sagrado exercício de bem informar a sociedade, em especial, denunciando as práticas nocivas ao erário público e à população”.

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A nota do Sindijor-SE serve não só para Sukita, mas também a Edivan, pois o repreende de maneira exata. Ambos se excederam e caíram na vala comum da acusação para disfarçar o que sobre eles é dito (no caso do presidente do PTB) ou denunciado (na situação do ex-prefeito do PSB). À imprensa cabe o direito de denunciar malfeitos, após rigoroso processo de apuração e levantamento de dados. Aos jornalistas também é dado o direito de opinar, resguardando o princípio da coerência e da análise amparada em fatos ou informações precisas. É destas duas ações que nasce a credibilidade. E são estas atitudes que incomodam certos políticos, empresários e autoridades. O bom jornalismo é aquele que provoca reações.

Mas não como foram as de Amorim e Sukita, mas as reações da medida que resolve os problemas e que investiga os malfeitos. Não é função do jornalista ser justiceiro. E não cabe a este profissional qualquer sentimento intenso– seja ele a paixão ou o ódio – no momento em que produz uma crítica ou reportagem. É preciso sempre a sobriedade.

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E, novamente, esta deve ser a base para guiar a reação de políticos, que tão dependentes são da imprensa. E que dela precisam para dar voz a seus atos. No momento em que esteve no ar, nesta manhã, Jozailto Lima disse que irá processar Sukita pelas acusações feitas. E faz bem. Da mesma forma, devem agir todos os jornalistas quando se sentirem agredidos.

E mais do que isso: a categoria precisa, unida, mostrar aos que contra ela depõem uma atitude superior: os jornalistas devem aprofundar suas apurações e, com rigor, produzir material jornalístico, que não aceite indagações, pois assim calará as acusações levianas e os políticos, igualmente, levianos. 

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