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Sob governos do PSDB, USP continua excludente

Na USP, mais importante instituição de ensino superior do estado de São Paulo, mais de 80% dos calouros são brancos e amarelos, o que caracteriza um quadro de exclusão das camadas mais pobres da população; em 2017, a universidade vai oferecer apenas 5,3% do total das vagas para cotas raciais e só 10,4% das vagas estão destinadas para egressos de escola pública, percentual bem abaixo das universidades federais, que destinam pelo menos 50% das vagas para esse fim

usp (Foto: Gisele Federicce)
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SP 247 - Após 22 anos de governo do PSDB, a Universidade de São Paulo (USP), mais importante instituição de ensino superior do estado, continua elitista e excludente.

Além de não aderir completamente ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma do Ministério da Educação que utiliza a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério de acesso ao ensino superior, a USP não seguiu o ritmo das universidades federais na oferta de vagas para cotistas.

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Manchete do G1, principal portal de notícias da Globo, no último final de semana, destacou o aumento de 376% na oferta de vagas para cotas raciais na USP nos últimos dois anos. Entretanto, levantamento realizado pelo 247 revela que ainda persiste um grande gargalo para ingresso de negros, pardos e indígenas na universidade.

Em 2017, a USP vai oferecer apenas 5,3% do total das vagas para cotas raciais. Percentual bem inferior ao total de negros, pardos e indígenas do estado de São Paulo que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representam quase 35% da população do estado. Da mesma forma, só 10,4% das vagas estão destinadas para egressos de escola pública, que representam 86% do total de estudantes do ensino médio.

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Os resultados e inclusão da USP estão bastante baixos quando comparados com os das universidades federais. Desde o ano passado, a universidades federais destinam pelo menos 50% das vagas em todos os cursos de graduação para egressos de escolas públicas, respeitando critérios sócio econômicos e a proporcionalidade de pretos pardos e indígenas em cada região.

Na USP, mais de 80% dos calouros são brancos e amarelos, o que caracteriza um quadro de exclusão das camadas mais pobres da população. Este cenário de exclusão se mantém na universidade paulista mesmo quando todos os estudos publicados até agora demonstram que o desempenho dos cotistas é muito semelhante ao dos não cotistas. Além disso, na nota de corte para ingresso do Sisu a diferença entre cotistas e não cotistas também tem sido muito pequena.

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Inclusão nas federais - Em 2014, o IBGE apontou que 8,5% da população brasileira era de negros. No mesmo ano, nas universidades federais os negros representavam 9,8% do total de matrículas.

Na questão da renda, em 2014, os estudantes pertencentes a famílias de até um salário mínimo representavam 13, 2 % do total de graduandos das universidades federais. Os estudantes de famílias com renda de até três salários mínimos representavam 51,4% do total de matrículas nas universidades federais no mesmo ano.

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"O aumento na quantidade de estudantes pretos e de estudantes pobres nas universidades federais resulta de um conjunto de políticas públicas de democratização do acesso, de inclusão e de permanência, como por exemplo a lei das cotas, aprovada na gestão do então ministro Aloizo Mercadante, e representa um avanço expressivo na redução das desigualdades sociais em todas as regiões do país", explica Jesualdo Farias, ex-secretário de Educação Superior do Ministério da Educação.

Sisu - Apesar de o Sisu existir desde 2010, a USP só aderiu no ano passado, e ainda assim de forma parcial, pois 22 cursos, incluindo o de medicina da USP, estão fora do processo.

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Para 2017, a USP vai ofertar 2.338 vagas pelo Sisu, número que representam um aumento de 57 % em relação à 2016. No entanto, estas vagas representam apenas 26,8% das 11.072 vagas ofertadas pela instituição.

Expansão - Nos governos Lula e Dilma, a expansão universitária teve um salto significativo, passando de um total de 3 milhões de matrícula em 2002 para mais de 8 milhões de matrículas em 2016. De acordo com dados de 2015 do Enade, exame para avaliação da qualidade dos cursos e instituições de ensino superior no Brasil, 35% dos concluintes daquele ano eram de pessoas que teriam o primeiro diploma da família.

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Essa forte expansão da educação superior é resultado de políticas estruturantes como o Reuni, o Sisu, o Enem, o ProUni, o Fies e as cotas. Essas políticas vêm sendo ameaçadas pela atual gestão do Ministério da Educação, que já vem esvaziando esses programas e demonstraram disposição de alterar o Enem, que sempre foram contra.

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