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Vai empreender? Então aprenda que o que você quer não importa

"A única coisa que importa de verdade é a sua capacidade de resolver um problema com o qual as pessoas se importam. Mais ainda, você precisa encontrar um equilíbrio entre o tamanho do problema, e a qualidade da sua solução de uma forma que as pessoas paguem uma quantia alta o bastante pela solução que o seu negócio está provendo para que ele possa crescer", explica o professor de empreendedorismo pelo MIT João Vitor Chaves Silva.

"A única coisa que importa de verdade é a sua capacidade de resolver um problema com o qual as pessoas se importam. Mais ainda, você precisa encontrar um equilíbrio entre o tamanho do problema, e a qualidade da sua solução de uma forma que as pessoas paguem uma quantia alta o bastante pela solução que o seu negócio está provendo para que ele possa crescer", explica o professor de empreendedorismo pelo MIT João Vitor Chaves Silva. (Foto: Charles Nisz)
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João Vitor Chaves Silva, no StartSe

Uma das lições mais valiosas que aprendi enquanto empreendedor é que o que eu quero fazer tem pouca ou nenhuma importância para o meu negócio. Querer mudar o mundo, ajudar as pessoas, fazer do planeta um lugar melhor, ou se tornar rico e famoso, não vai fazer com que o seu negócio tenha mais ou menos chances de sucesso.

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A única coisa que importa de verdade é a sua capacidade de resolver um problema com o qual as pessoas se importam. Mais ainda, você precisa encontrar um equilíbrio entre o tamanho do problema, e a qualidade da sua solução de uma forma que as pessoas paguem uma quantia alta o bastante pela solução que o seu negócio está provendo para que ele possa crescer.

Ou seja, não importa se você quer tornar a educação melhor, caso as pessoas (ou seu público, para ser mais especifico), não considerem que isso seja um problema grande o bastante, ou que a sua solução é boa o bastante para ele. Corre o risco de seus ideais serem esmagados pela realidade.

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E esse é um ponto onde grande parte dos empreendedores falham quase que miseravelmente: não entender a realidade. Ninguém gosta de ouvir que a sua ideia é uma porcaria, ou que seus sonhos não vão se realizar, a necessidade de aprovação é muitas vezes grande demais para que as pessoas levem a realidade em consideração.

Mas isso não é algo impossível de ser superado, na verdade, é muito simples até, ou pelo menos, é simples quando analisamos o que precisa ser feito.

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Criando algo que importa
Um dos primeiros passos para que qualquer pessoa consiga criar algo que realmente importa é simples: começar com um problema. Esse também é o primeiro erro que a maioria das pessoas cometem ao empreender, elas começam pelo lado oposto, pela solução.

Quando você começa pela solução, você precisa adaptar o problema, ou seja, mudar a realidade para que a sua solução faça sentido, e a menos que você seja um físico ou matemático criando um campo para modelagem de dados, forçar que a realidade se altere para atender as suas necessidades, não costuma ser algo simples.

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Por outro lado, se você começa com um problema, vamos dizer: a dificuldade das pessoas em concluírem cursos online, você tem uma liberdade muito maior, para encontrar a melhor solução. Na verdade, essa mudança de abordagem, funciona não só para empreendedores, mas para diversas áreas da vida, como, por exemplo, guardar dinheiro.

Uma mudança simples de mentalidade, onde você para de guardar o que sobra no final do mês, e passa a guardar uma porcentagem do que ganha imediatamente após receber. Algo simples e trivial, mas que altera profundamente a forma como você encara as coisas e aumenta de maneira quase explosiva, suas chances de sucesso.

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Mantenha simples
E é em minha visão, o segundo ponto que é muitas vezes ignorado pelos empreendedores, que é a necessidade da simplicidade. Você não é o Google ou a Amazon para poder se dar ao luxo de criar soluções complexas, e mesmo eles, só fazem isso quando realmente necessário.

Como diria Leonardo Da Vinci “a simplicidade é o último grau da sofisticação”. Certa vez um amigo me contou uma piada, onde no final a pessoa dizia “como não consegui escrever o relatório de 2 páginas, estou te entregando esse de 15.”. Manter as coisas simples e enxutas é uma missão bastante complexa, mesmo esse texto provavelmente poderia ter sido resumido, mas aqui fica a lição: sempre busque manter as coisas o mais simples possível.

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Coisas simples são mais baratas de serem construídas, mais fáceis de serem trabalhadas ou explicadas, e por consequência, mais fáceis de serem vendidas, e bem, se você quer construir um negócio de verdade, a última coisa que você quer é dificultar suas vendas.

Pense nas pessoas
E por falar em vendas, uma questão muito importante é o fato de que você sempre vende para outras pessoas. Isso significa que o seu negócio possui uma coisinha chamada “público alvo”, que é o conjunto de pessoas para quem você está desenvolvendo uma solução.

E isso é muito importante, afinal, o mesmo problema, pode ter soluções diferentes para pessoas diferentes. Imagine por exemplo que você seja um vendedor em uma loja de carros, então, entram dois clientes, ambos dizem que precisam de um carro para ir de casa para o trabalho.

Porém, um desses clientes trabalha em um a fazenda, com estrada de terra, cheia de buracos e que costuma atolar quando chove, e o outro, trabalha no centro enquanto mora em um bairro de classe média na mesma cidade.

Em ambos os casos, a solução que você pode oferecer para os clientes, é um carro, mas para cada um deles você precisa refinar sua solução. Daí a importância de uma das coisas que eu aprendi durante meu tempo no MIT, vá para a rua e converse.

Converse com seus potenciais clientes, converse com as pessoas que sofrem o problema que você quer resolver, entenda suas necessidades, niche seu público em grupos menores e que tenham necessidades e vontades mais similares.

É melhor e mais fácil começar criando algo que um pequeno grupo de pessoas ama, do que uma solução massificada que um grande número de pessoas acha “ok”.

Nesse aspecto, um livro que eu sempre recomendo é o “Talking To Humans”, do Giff Constable. Ele foi um dos livros textos que usamos na turma de empreendedorismo do MIT em 2015, e acredito que ainda é leitura obrigatória para todos os estudantes.

No livro, você vai ver exemplos reais e guias detalhados sobre como conduzir experimentos e pesquisas de campo, conversando com seus potenciais clientes, entendendo as chamadas dores, suas necessidades, como eles lidam com o problema atualmente e as soluções que já usam, e o que você pode fazer para efetivamente, criar algo com o qual eles se importem.

Cuide da execução
“Uma boa execução é 10 vezes mais importante e 100 vezes mais difícil do que uma boa ideia”.

A frase acima, dita por Sam Altman, presidente da YCombinator, uma das incubadoras de startups mais famosas e de maior sucesso do planeta, ilustra um outro ponto onde muitas pessoas se perdem.

Tendo fundado o Empreenda Junto, eu vi centenas de boas ideias surgirem, enquanto que apenas uma pequena fração delas, efetivamente era levada adiante. Eu vi um número muito maior de pessoas com boas ideias, do que ideias bem executadas, e honestamente, eu mesmo sou muito melhor em ter boas ideias do que em executa-las.

A execução de uma ideia acontece no mundo real, um lugar escuro e sombrio onde seus planos valem tanto quanto uma moeda de 1 centavo furada. Transformar uma ideia em algo real e concreto requer dedicação e força de vontade, requer cometimento com aquilo que você quer construir.

Talvez nos primeiros dias ou semanas você até tenha o que é preciso, mas após os primeiros erros e fracassos, sua vontade de continuar tende a cair, o apoio das pessoas ao seu redor será baixo, logo em um dos momentos onde você mais precisa de apoio e é por isso que eu sugiro fortemente que você escreva a frase abaixo em algum lugar bem visível onde você trabalha:

Ter um objetivo bem definido, e disciplina para trabalhar em prol de atingir esse objetivo todos os dias, mesmo que somente um pouco, é mais importante do que estar inspirado.

Afinal, você não consegue controlar sua inspiração, ela pode surgir ou ir embora a qualquer momento e acredite quando eu digo que você não quer ser refém de algo tão instável quanto estar inspirado.

Coloque em prática
Por fim, a última dica que eu gostaria de deixar para você que realmente leu até o final, e tem o interesse em criar algo que importa é: coloque em prática. Como eu disse alguns parágrafos acima, a execução é o que realmente importa, e ela é a parte mais difícil de todas.

Não adianta nada ler os livros recomendados, fazer os cursos, ver os filmes e séries sobre o tema, participar dos grupos do Facebook e Whatsapp, ou mesmo do Empreenda Junto e não executar o conhecimento que adquiriu.

*João Vitor Chaves Silva é professor de empreendedorismo pelo MIT e fundador do Empreenda Junto

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