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Vladimir Safatle: com Bolsonaro, ignorância é força e liberdade é genocídio

Filósofo Vladimir Safatle critica a postura de Jair Bolsonaro, que sinaliza violação da liberdade ao se posicionar contra o isolamento. "O corpo que chamo de meu não é simplesmente meu corpo. Ele também é, entre outras coisas, um veículo de contágio", diz. "Um afeto dessa natureza é tudo os que sustentam esse Governo e sua indiferença genocida querem que não emerja"

(Foto: Agência Pública/Caio Castor | Reuters | ABr)
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247 - Em análise publicada no jornal El País, o filósofo Vladimir Safatle critica a postura de Jair Bolsonaro, ao afirmar que ele "ecoa o discurso oficial de que as políticas de restrição a circulação e atividades desenvolvidas para o combate contra a pandemia seriam um 'atentado a liberdade'". De acordo com o estudioso, as Forças Armadas também "são exímias em fazer ouvir a voz de uma minoria aguerrida e fascista, enquanto procuram de todas as formas calar a verdadeira maioria. Essa maioria agora quer voz".

"Sendo 'liberdade' algo que alguns compreendem como a propriedade que tenho sobre mim mesmo, ninguém poderia me obrigar a portar uma máscara médica, a ficar em casa, a cuidar de meu corpo, a não ser que ele tenha meu consentimento para isto. Afinal, como disse o sr. Bolsonaro em outra de suas ocasiões de reflexão filosófica: 'Se eu me contaminei, é responsabilidade minha, ninguém tem nada a ver com isso'", continua o filósofo.

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Segundo ele, o pensamento de Bolsonaro "serve para mostrar o tipo de monstruosidade social legitimada pelo discurso que reduz a liberdade à propriedade de si". "Liberdade não é ser proprietário de mim mesmo, mas compreender que estou em um sistema de mútua dependência que exige o reconhecimento da racionalidade de afetos de solidariedade genérica", diz.

"O corpo que chamo de meu não é simplesmente meu corpo. Ele também é, entre outras coisas, um veículo de contágio, ou seja, ele é a sua maneira uma parte do corpo social e deve também ser tratado como tal. Um afeto dessa natureza é tudo os que sustentam esse Governo e sua indiferença genocida querem que não emerja". 

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O filósofo diz que "não podemos mais aceitar as chantagens que nos foram impostas".

"Nossas ações devem ser mais efetivas a partir de agora. Redes de boicotes a empresas que sustentam essa política da morte, manifestações de rua pelo impeachment do Governo que respeitem exigências de segurança sanitária (como vimos em Israel). Pois a queda desse Governo não será apenas a queda desse governo. Será dar a maioria sua verdadeira força de recusa e abrir o caminho para que ela possa começar a criar".

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