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Wagner aconselha Eduardo a apoiar Dilma em 2014

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT),  reforçou a sua posição sobre a eventual candidatura do chefe do Executivo pernambucano, Eduardo Campos (PSB), à Presidência em 2014, ao se mostrar contrário à possível postulação do socialista no próximo ano; em entrevista ao jornal Valor Econômico, ele sugeriu que Campos apoie um segundo mandado da presidente Dilma Rousseff (PT), de maneira a visar o pleito de 2018; ele também diz não acreditar na volta de Lula ao poder em 2018, pois“a democracia não pode ser dependente de um ou dois nomes”.

Wagner aconselha Eduardo a apoiar Dilma em 2014 (Foto: Divulgação)
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Bahia 247 - O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT) reforçou a sua posição sobre a eventual candidatura do chefe do Executivo pernambucano, Eduardo Campos (PSB), à Presidência em 2014, ao se mostrar contrário à possível postulação do socialista no próximo ano. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, ele sugeriu que Campos apoie um segundo mandado da presidente Dilma Rousseff (PT), de maneira a visar o pleito de 2018.

Para o petista, que confirmou a possibilidade de vir a ser candidato a presidente em 2018 pelo Partido dos Trabalhadores, o gestor pernambucano deveria fazer esta costura “por dentro”, em consonância com o PT, porque, segundo o petista, o Governo Federal não é um só partido. Wagner também diz não acreditar em uma possível volta do ex-presidente Lula ao poder em 2018, pois “a democracia não pode ser dependente de um ou dois nomes”.

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Veja os principais trechos da entrevista concedida ao Valor Econômico:

Valor: Por que o senhor acha que há um encantamento dos empresários por estas candidaturas de oposição ou nem tanto assim, como a de Eduardo Campos?

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Wagner: Nenhum empresário, em qualquer lugar do mundo, gosta de um poder muito forte. Porque pode oprimir, e o Estado mandar na sociedade. Fazer o jogo do contraponto é um jogo super-sadio da democracia. Eduardo Campos é meu amigo, tive uma longa conversa com ele e não vejo nenhum problema na pretensão dele, porque o político que diz que não tem pretensão já morreu ontem. Ele não pode fazer outra coisa se não dizer que quer. O vento está batendo. Ele vai recolher a vela?

 Valor: Não é arriscado?

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 Wagner: Se o cara tomar gosto e tiver a decisão, não tem quem segure. A mesma coisa é o empresário. Na hora em que resolve fazer um investimento, mil pessoas dizem assim: "Você está maluco, vai dar errado". O risco é próprio da atividade política e empresarial. É um cara que tem potencial, mas prefiro que ele desenvolva o potencial dentro do grupo. Muita gente tem se encantado com essa novidade porque como o candidato de oposição [o senador mineiro Aécio Neves, do PSDB] não encanta até agora, não agrega, não mostra substância, fica sem graça se não tiver contraponto.

 Valor: Os empresários estão nesta corte ao Eduardo Campos para pressionar a presidente?

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 Wagner: Não para pressionar, mas para dizer que tem uma taxa de correção de caminho que eles gostariam. É óbvio que entre isso e concretizar uma candidatura é um longo caminho. Fui lá conversar com ele e dizer: "Você deveria tentar fazer isso por dentro". É óbvio que alguém pode dizer: "Mas o PT nunca vai abrir a possibilidade para alguém de outro partido". Não acho. Sou defensor de que o PT pense também nesta hipótese. Porque nós não podemos ser um grupo político de um partido só. Tem que admitir a prosperidade de outros parceiros. Não é agora porque ela [Dilma] carrega a legitimidade da reeleição. O tempo certo da discussão é 2018. O PT vai estar completando 16 anos no poder e 16 anos em política é um número mágico, até porque eu ganhei do grupo do PFL quando eles completaram 16 anos. O PT quando completou 16 anos perdeu a Prefeitura de Porto Alegre. Então, acho que tem a chamada fadiga de material.

 Valor: Mas o PT cederia para o Campos em 2018?

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 Wagner: Ninguém cede o poder graciosamente. O PSDB desde que FH foi candidato em 1994 nunca cedeu lugar para o DEM para puxar a fila. Agora estão discutindo o Serra, o Alckmin, e não o Agripino [Maia, senador do DEM] ou qualquer outro nome. Ninguém oferece. Mas todos os meus aliados cresceram muito nos seis anos de governo, o PDT, o PSB, o PSD que não existia lá. Eu gosto de ter aliado forte. Aí depende da sua competência de fazer a gestão da aliança.

 Valor: É possível o Eduardo Campos montar palanques com dissidentes do PSDB, a exemplo da aproximação dele com o prefeito de Manaus Arthur Virgílio?

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 Wagner: Na racionalidade - e a política não é só racionalidade - o grande caminho é se ele se transformar num candidato de oposição. É o jogo pra ser jogado. Óbvio que ele poder ir como terceira ou quarta via. Acho que vai ter o PT, o PSDB e a Marina [Silva], que tem um espaço próprio, numa espécie de negação da política, aliada a uma bandeira ambiental e evangélica, e teve resultado espetacular [votação de quase 20% em 2010].

 Valor: Num eventual segundo governo Dilma, como ministro, o senhor se torna, de imediato, o candidato número 1 na sucessão dela.

 Wagner: Repare: hoje, dentro do PT, se fizer uma lista de três, quatro nomes para 2018 o meu nome está no meio. Mas eu acho que o caminho é pegar a segunda geração do PT e botar para começar a ocupar.

 Valor: Quem é a nova geração?

 Wagner: Eu falo que tem que começar a ocupar, tem o Haddad [prefeito de São Paulo], por exemplo. O meu nome está, não estou tirando da lista. Essa não é uma obsessão minha. Eu brinco: desejo alimenta a alma, obsessão cega. Quando vira obsessão começa a fazer bobagem para caramba.

 Valor: Lula não poderia voltar?

 Wagner: Não vejo o Lula voltando em 2018. Não tem cabimento, porque a gente tem um compromisso que a democracia brasileira não pode ser dependente de um ou de dois nomes, tem que ser cada vez mais madura. Eu acredito muito em partido político, acho que um dos problemas que a gente tem é que a gente tem poucos partidos políticos. Os dois grandes que surgiram depois da ditadura foram o PT e o PSDB.

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