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ABMD repudia lawfare da Conib contra Breno Altman e aponta risco ao jornalismo

Segundo a ABMD, a ação do grupo sionista reflete um claro desejo de impedir o debate sobre a violência colonial do Estado de Israel contra os palestinos

Breno Altman e logotipo da Confederação Israelita do Brasil (Foto: Opera Mundi | Reprodução)

247 - A Associação Brasileira de Mídia Digital (ABMD) manifestou seu repúdio diante de mais uma tentativa da Confederação Israelita do Brasil (Conib) de censurar o jornalista Breno Altman, fundador do site Opera Mundi. A Conib, em uma nova ação judicial, busca a suspensão de todas as redes sociais de Altman, intensificando as preocupações em torno da liberdade de expressão e do jornalismo independente no Brasil.

Na nota emitida pela ABMD, a associação destaca a tentativa persistente da Conib de criminalizar as críticas de Altman ao sionismo. Essa ação, segundo a ABMD, reflete um claro desejo de impedir o debate sobre a violência colonial do Estado de Israel contra os palestinos, em franca contradição com os princípios democráticos consagrados na Constituição de 1988.

Ao classificar essa investida como "lawfare" — o uso do sistema judicial como instrumento de guerra política — a ABMD ressalta que a Conib busca silenciar vozes divergentes, colocando em xeque não apenas o direito de expressão de Altman, mas também o jornalismo como um todo. Esse ataque representa um risco significativo, especialmente para o jornalismo independente praticado por veículos associados à ABMD.

A Confederação Israelita do Brasil protocolou uma ação inédita no último dia 15 de janeiro, visando censurar Altman, que denuncia o genocídio perpetrado por Israel contra o povo palestino. A Conib, além de solicitar censura prévia a posts de Altman, agora busca proibi-lo de realizar transmissões ao vivo e conceder entrevistas, alegando temer as afirmações do jornalista.

O livro de Altman, intitulado "Contra o Sionismo", qualifica essa ideologia como racista, colonial e supremacista, apontando para um caminho inevitável de apartheid para o povo palestino. O renomado advogado Pedro Serrano classificou a ação da Conib como "um ataque sem precedentes ao jornalismo brasileiro".

A perseguição da Conib contra Altman já resultou em solidariedade por parte das principais entidades que defendem as prerrogativas dos jornalistas no Brasil: a Associação Brasileira de Imprensa e a Federação Nacional de Jornalistas. Além disso, o genocídio promovido por Israel tem reverberado internacionalmente, com a África do Sul denunciando o país na Corte Internacional de Justiça e provocando constrangimentos até mesmo nos Estados Unidos, principal aliado de Israel, onde o presidente Joe Biden enfrenta crescentes protestos devido à sua cumplicidade com Benjamin Netanyahu. CONFIRA A NOTA DA ABMD NA ÍNTEGRA:

"A CONIB NÃO PODE CENSURAR BRENO ALTMAN: A Associação Brasileira de Mídia Digital vem, por meio meio desta, repudiar mais uma tentativa da Confederação Israelita do Brasil (Conib) de censurar o jornalista Breno Altman, fundador do site Opera Mundi. Em mais uma ação na Justiça, a Conib pede suspensão de todas as redes sociais do jornalista.

A tentativa insistente de criminalizar as críticas de Breno Altman ao sionismo revela um desejo de impedir o debate sobre a violência colonial do Estado de Israel contra os palestinos, em flagrante desrespeito à lógica democrática da Constituição de 1988.

Ao praticar lawfare contra o jornalista, a Conib demonstra querer silenciar aqueles que não comungam de suas ideias. Essa prática põe em risco não apenas o direito de expressão de Altman, mas de todo o jornalismo, sobretudo o independente, praticado pelos veículos que participam desta entidade.

Desta forma, a ABMD espera que o sistema judiciário brasileiro de pronto recuse mais essa investida contra o jornalismo e a democracia no Brasil."