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Boulos: PSDB está com a popularidade na lama

O candidato à presidência pelo PSOL Guilherme Boulos provoca o mercado: "se o mercado quer definir quem vai ser o presidente do Brasil, que o eleja no pregão da Bolsa de Valores e cancele a eleição"; Boulos afirma que a polarização política no Brasil não é novidade - "existe, pelo menos, há 500 anos" - e que o debate público está em um nível muito baixo; sobre o PSDB, que não decola nas pesquisas e tem alto índice de rejeição, Boulos afirma: "é um partido que está com uma popularidade na lama, que teve o Aécio como candidato —basta dizer isso"

Boulos: PSDB está com a popularidade na lama (Foto: Mídia NINJA)
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247 - O candidato à presidência pelo PSOL Guilherme Boulos provoca o mercado: "se o mercado quer definir quem vai ser o presidente do Brasil, que o eleja no pregão da Bolsa de Valores e cancele a eleição". Boulos afirma que a polarização política no Brasil não é novidade - "existe, pelo menos, há 500 anos" - e que o debate público está em um nível muito baixo. Sobre o PSDB, que não decola nas pesquisas e tem alto índice de rejeição, Boulos afirma: "É um partido que está com uma popularidade na lama, que teve o Aécio como candidato —basta dizer isso". 

Guilherme Boulos deu uma entrevista à jornalista da Folha de S. Paulo Anna Virginia Balloussier e falou sobre cenários eleitorais, conjuntura política, esquerdas, projetos e, sobretudo sobre o esgotamento do sistema político que tomou conta do país desde a redemocratização. 

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A polarização no Brasil, diz, infla a partir de um povo que teme: a violência, o desemprego, o futuro. Daí despontam “vigaristas que exploram o medo das pessoas”, agora um recado para Jair Bolsonaro (PSL). “O Brasil precisa não só de lideranças políticas para mudar, precisa de um psicanalista.”

Sobre banqueiros e mercado financeiro, o candidato do PSOL afirma que "se o mercado quer definir quem vai ser o presidente do Brasil, que o eleja no pregão da Bolsa de Valores e cancele a eleição. Enquanto houver um pingo de democracia aqui, é importante respeitar a vontade do povo. O sistema político brasileiro faliu. Esse modo de governar, de troca de votos no Congresso por ministérios, foi o que gerou a maior crise de representação da nossa história recente. Vamos governar com a maioria do povo, com plebiscitos, referendos, respeitando as instituições, dialogando com Congresso, buscando já nesta eleição algum grau de renovação no Congresso. Democracia não pode ser só apertar um botão a cada quatro anos. Não pode ser como o Big Brother, em que as pessoas decidem quem  vai e quem fica, mas não decidem o que acontece dentro da casa."

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Boulos também fala sobre como se dará o dialogo com o Congresso em um virtual governo seu: "ninguém na história abriu mão voluntariamente dos seus privilégios. Não acredito que o Congresso, ao menos com a composição atual, aprove pautas populares se não for pressionado pela sociedade. A ditadura militar no Brasil não acabou porque generais se reuniram numa sala e acharam que era hora de dar fim, mas porque milhões foram às ruas. Veja bem, a reforma trabalhista foi aprovada por um Congresso com grande influência de empresários e por um monte de deputado e senador que tem campanha eleitoral financiada por eles. Num referendo, acha que seria aprovada? Claro que não. Ouvimos num debate o Bolsonaro dizer o absurdo de que trabalhador tem que escolher entre direitos e emprego. Como é isso? Emprego sem 13º? Sem férias?" 

  
A polarização política também é um assunto sobre o qual Boulos se debruça. Ele diz: "se você falar, ‘há uma grande polarização política no Brasil’... Verdade. Agora, qual a novidade nisso? Ela existe há 500 anos. O Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão, tem uma elite econômica que pensa com a cabeça da Casa Grande, que acha que o Bolsa Família é coisa de comunista. Num país onde o professor ganha R$ 2.000 e o Judiciário aprova para si um aumento pra R$ 40 mil, ora, não dá para não falar em polarização. Não é uma criação artificial da direita ou da esquerda. A forma de resolver a polarização não é jogando as diferenças para baixo do tapete, é enfrentando a brutal desigualdade que existe no país. 

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Sobre Bolsonaro, o também líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) destaca: "temos que quebrar preconceitos. O debate público está num nível muito baixo. Quando gente como o Bolsonaro, com sua fábrica de fake news, pauta temas de debate nacional, é sintoma de um problema sério. O Brasil precisa não só de lideranças políticas para mudar, precisa de um psicanalista. Eu, como alguém que se formou em psicanálise, me coloco como candidato também para lidar com os medos que se produzem, e o preconceito produzido para lidar com esses medos: da violência, do desemprego, do futuro. Gente que me diz: “Olha, há um tempo eu tinha certeza que meu filho ia viver melhor do que eu, hoje não sei como vai ser a semana que vem”. Quando tem um nível de insegurança tão grande, aparecem os vigaristas que exploram o medo das pessoas. Alguém que bate na mesa e fala, “vou te dar uma arma, vou botar ordem na casa”. Discurso sedutor que inunda o debate público de preconceitos."

Quando fala do PSDB, Boulos enquadra o golpe e toda a base de Temer, bem como a repulsa que o eleitor foi tomando de ambas as instâncias: "o PSDB trabalha sempre com cenários otimistas demais pra quem perdeu as quatro últimas eleições presidenciais. É um partido que tá com uma popularidade na lama, que teve o Aécio como candidato —basta dizer isso. Não acredito que povo vai colocar dois Temer no segundo turno. Quando coloquei no debate sobre os 50 tons de Temer, é a expressão disso. PSDB, MDB, Bolsonaro e outras candidaturas desse campo, todas ajudaram a colocar o Temer no governo, o mais impopular da história. Ajudaram a aprovar as reformas que o povo rejeita em bloco."

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Com relação a Haddad e a sua capacidade de herdar os votos de Lula, Boulos respeita a estratégia do PT, mas acrescenta que e preciso "pisar no barro": "há 17 anos, eu convivo com o povo mais pobre nas periferias. Não só nas ocupações do MTST, mas onde moro, no Campo Limpo, bairro da periferia de São Paulo. Tenho ouvido aberto ao que o povo diz e às demandas populares. Acho que por vezes falta, sim, a certos setores da esquerda a humildade de pisar no barro, escutar mais e doutrinar menos. Fica a dica."

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