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Mídia

Brasil é o segundo país em mortes de jornalistas

A morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, no Rio de Janeiro, colocou o Brasil na incmoda posio do segundo pas mais perigoso da Amrica Latina para que o jornalista exera a sua profisso; reportagem de Claudio Tognolli

Brasil é o segundo país em mortes de jornalistas (Foto: FABIO MOTTA/AGÊNCIA ESTADO)
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Por Claudio Julio Tognolli

A morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, no Rio de Janeiro, colocou o Brasil na incômoda posição do segundo país mais perigoso da América Latina para que o jornalista exerça a sua profissão. Levantamento divulgado nessa terça-feira pela ONG Comittee to Protect Journalists (CPJ) mostra que o Brasil só fica atrás do México no quesito jornalistas mortos em 2011: cinco mortes aqui, sete no México. Em todo o mundo, foram mortos, em 2011, 36 jornalistas. Desde 1992, ano em que a ONG iniciou a pesquisa, morreram em todo o planeta 883 repórteres. E, também em 2011, 649 profissionais de imprensa estão fora de seus países, em exílio forçado, fugindo de juras de morte.

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Há outros dados que comprometem a imagem do Brasil no exterior: apenas no primeiro semestre do ano passado, por exemplo, o país detinha um recorde de 398 pedidos judiciais de políticos, ajuizados no Google, para que tirassem do site de buscas links de reportagens que os investigavam. Esse número, para se ter uma ideia, é apenas a metade dos pedidos com mesmo teor feitos na Líbia, pelo staff do finado ditador Muamar Kadafi.

Dos 19 jornalistas assassinados no Brasil desde 1992, extraíram-se os seguintes números: 56% deles morreram pelas mãos de políticos, 33% assassinados por criminosos de gangues; 56% dos mortos eram de jornalismo impresso, 33% de rádio; 67% dos crimes seguem sem que os culpados tenham sido julgados.

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Já há alguns anos outra ONG, o Dart Center, de Washington, que faz acompanhamento psicológico de jornalistas, vem indicando que a categoria sob mais pressão dentre os repórteres é a dos cinegrafistas –que apresentam os maiores índices de suicídio e estresse. A explicação é simples: com o fato de a maior parte da população mundial dispor de celulares com filmadoras, o grande concorrente do cinegrafista tem sido o cidadão comum. E, assim, os cinegrafistas de todo o mundo se encontram compelidos a arriscarem mais os seus pescoços, para obterem imagens mais ousadas e inéditas do que as captadas pelo cidadão comum e pelo blogueiro munido de celular. A pergunta que não quer calar é se o cinegrafista da Band, um veterano de 46 anos de idade, não vinha recebendo esse tipo de pressão por obter imagens destemidas, arriscadas.

Levantamento feito pelo jornalista Marcio Chaer, em 2007, mostrava que o Brasil apresentava quase 3 mil jornalistas processados em ações que postulavam dinheiro como reparação. A ONG britânica Artigo 19 tabulou tais números e provou que desde 2007 o Brasil é o país que mais processa jornalistas no planeta. Mas entidades dos donos de mídia, como a ANJ, a Associação Nacional dos Jornais, censurou nos bastidores a divulgação dos dados atuais: sob a alegação de que, tornados públicos, os dados sobre processos contra jornalistas poderiam minimizar o preço das ações dessas empresas. Ou seja: os barões da mídia, que tanta transparência cobram de governos e iniciativa privada em geral, não seguem a mesma regra quando se trata de seus negócios.

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