Deputado que quer pobre fora da universidade queria passagem grátis para parentes de parlamentares
Jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, destaca trecho de reportagem do Globo que aponta que o deputado Nélson Marquezelli (PTB-SP), que ficou conhecido por dizer que "quem não tem dinheiro não tem de fazer faculdade", ao defender a PEC 241, "é o mesmo que, três anos atrás, queria, como procurador da Câmara dos Deputados, 'distribuir passagens aéreas, de ida e volta, para esposas e filhos dependentes, nos trechos entre o estado de origem do parlamentar e Brasília'"
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Por Fernando Brito, do Tijolaço
Vejam o nível de degradação moral que atingiu o parlamento brasileiro.
O deputado Nélson Marquezelli, de São Paulo, que ficou conhecido por dizer que “quem não tem dinheiro não tem de fazer faculdade”, ao defender a PEC 241 é o mesmo que, três anos atrás, queria, como procurador da Câmara dos Deputados, “distribuir passagens aéreas, de ida e volta, para esposas e filhos dependentes, nos trechos entre o estado de origem do parlamentar e Brasília”.
O registro, insuspeito, é de O Globo:
O procurador parlamentar da Câmara, Nelson Marquezelli (PTB-SP), cujo papel é zelar pela honra e imagem da Casa perante a sociedade, quer aumentar o valor das cotas destinadas a seus pares e também conceder passagens aéreas para seus parentes. Num ofício de duas páginas que entregou nos gabinetes de seus colegas nesta segunda-feira, com balanço de sua gestão à frente da Procuradoria, Marquezelli diz considerar fundamentais a revisão desses valores e a inclusão de novas regalias. O deputado diz ser preciso aumentar em 20% as cotas parlamentares. A verba de gabinete hoje é de R$ 78 mil e iria para R$ 93,6 mil.
Ele propõe limite maior para gasto com combustível, que faria com que essa verba fosse mais que o dobro do que a atual: Sairia dos R$ 4,5 mil para R$ 10 mil. O auxílio-moradia também seria elevado, de R$ 3 mil para R$ 5 mil. Esse é o valor para aluguel de imóvel para o deputado que prefere não morar em apartamento funcional.
É este o padrão moral dos cidadãos que votaram pelo congelamento – dos gastos em saúde e educação e, na prática, sua redução ao longo dos próximos 20 anos.
Ele disse que, como eles podem, seus filhos irão (já devem ter ido, pela idade) para a universidade, pagando.
Mas, dependendo dele, vão para o avião de graça, na conta dos miseráveis que não podem estudar.
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